segunda-feira, 4 de junho de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - Os Caçadores Sombrios


Confronto direto com o Mestre Caçador – 1ª parte
Informe do Multiverso



            “Thagir, Kullat, Azio e Laryssa se dirigem diretamente para a torre do conhecimento montados em Mandíbula e no gavião gigante que foram resgatados das docas no meio das batalhas. A coisa não está fácil, eles enfrentarão o ainda desconhecido Mestre Caçador. Que os deuses os ajudem, eles vão precisar. Aqui foi Fentáziz, do Informe do Multiverso.”

...

            Em meio à queda das torres da ilha de Ev’ve, Mandíbula, o canino gigante treinado na academia, atravessa os escombros com Thagir e Kullat. No alto, Laryssa e Azio tentam se desvencilhar das esferas de energia sombria que caem do céu. No centro da escuridão que toma toda a ilha, as duas feras são iluminadas pelas auras de maru de seus condutores, lembrando estrelas de esperança, que afastam o medo dos castelares e de seus aprendizes que permanecem lutando bravamente para manter a sua morada.
            Thagir e Kullat chegam primeiro à entrada da torre:
            –Thagir, eu entendo que este lugar está longe das batalhas, mas, o que supõe que o Mestre Caçador esteja aqui? – Kullat ainda não tinha entendido o que estava acontecendo.
            –... – Thagir estava parado, no seu estado de transe perceptivo, vasculhando o interior da torre. – Você verá...
            Os dois entraram, sem esperar por Azio e Laryssa, que, aparentemente, arranjaram algum problema no meio do caminho e estavam demorando:
            –Por que não vamos direto para a torre? – Perguntou o autômato.
            –Tem alguém nos perseguindo...
            Um dos caçadores vigiava o gavião e saltou para atacá-lo:
            –Corrente verde! – De seu cilindro no braço, Set desenrolou um chicote de maru que se esticou até o gavião, atingindo uma de suas asas.
            –Laryssa?! – Azio não conseguiu computar perfeitamente a velocidade do ataque.
            –Se segure Azio, este pouso não vai ser como os outros!
            Caindo em queda livre, o Gavião só conseguiu desviar o suficiente do chão para pousar na grande fonte de água da praça dedicada a Monjor V, próximo a região da torre, antes da república dos aprendizes:
            –Você está bem Azio? Seus circuitos estão intactos? – Laryssa se levantava, balançando um pouco os cabelos molhados para tentar secá-los.
            –Alguns dispositivos estão inoperantes, princesa. Força bruta a 75%, eficiência em combate de 55%.
            –E aí gracinha? Pronta para levar um tiro? – Do lado de fora da fonte, Set apontava o outro cilindro para Laryssa, com o cristal vermelho de seu interior despontando para fora, na direção da Senhora de Castelo.
            –Um caçador! – Azio se posicionou na frente de Laryssa sem que ela pudesse evitar.
            –Que ótimo! Vão os dois juntos pro Naveeh!
            –...
            –Ahn? Azio, porque ele não atira? – Laryssa não conseguia ver.
            Quando finalmente pode ver, viu que uma dupla de Senhores de Castelo atacava o caçador, afastando-o da fonte. Os dois castelares eram pistoleiros hábeis, um estava montado numa moto elétrica preta e outro era veloz, usava um capuz branco e uma ave o acompanhava. O da moto acelerou para acertar o caçador e acabou entrando na água da grande fonte, parando perto de Azio e Laryssa:
            –A Senhora de Castelo me permite? – Disse o motoqueiro, estendendo a mão para que ela subisse na moto.
            –Ah... Sim, por favor. – Laryssa não conseguia ver perfeitamente, mas achava que conhecia o castelar de capacete.
            –Depois que tudo isso acabar, que tal um jantarzinho princesa?
            –Micah?! É você seu sem vergonha! Então aquele outro deve ser o cego Dubren.
            –Ah! A princesa se lembra de mim. Sou realmente inesquecível, não sou? – Laryssa tinha certeza que podia vê-lo sorrir dentro do capacete.
            –Cala a boca e dirige isso direito! Precisamos derrotar o caçador enquanto ainda é tempo!
            A moto saiu em disparada. Micah e Dubren, cada um de lados opostos, com o caçador do centro, seguiram rumo ao alvo sempre atirando. O caçador só tinha um disparo com a maru de cristal vermelha e, para poupar seu carregamento lento, decidiu usar a corrente de maru novamente, desta vez, com outra cor:
            –Corrente branca! – Com um salto causado pela força de sua arma, Set voou alto e balançou fortemente o corpo para continuar atacando e causar grande estrago na área abaixo.
            Laryssa, que havia entendido o plano dos Senhores de Castelo, lançou sua espada para o alto depois de saltar da moto em movimento. Como o caçador estava concentrado nos dois castelares se movimentando freneticamente, teve dificuldade em perceber o que vinha em sua direção. Set acabou perdendo o equilíbrio e veio ao chão, encontrando-se acuado, ele apontava o cilindro disparador em quem se aproximasse:
            –Não cheguem perto! Não cheguem perto!
            Dubren fez alguns movimentos rápidos e sacou duas pistolas. Usando-as, deu apenas dois tiros certeiros nos cilindros de Set, danificando-os profundamente:
            –Ah!!! Meus braços! – O caçador urrou com a dor, pois sentia que os ossos haviam sido quebrados.
            O caçador estava acuado, gravemente ferido e sangrando. Ele mostrava os dentes feito um cachorro selvagem querendo proteger seu território, para que ninguém se aproximasse.
            O ataque conjunto dos castelares fora um sucesso e juntos se aproximaram do caçador para observá-lo melhor:
            –Saiam daqui! Miseráveis!
            –Ih! O bichinho está com raiva, deve estar precisando de injeção... – Micah tirou sarro do caçador para tentar impressionar a Senhora de Castelo que nem reparou nele.
            –Atchim! Tirem ela de perto de mim! – O caçador parecia estar doente. – Essa aura maldita!
            –Nossa. Não é que ele precisa de injeção mesmo! – Micah continuava importunando.
            Laryssa olhava para o caçador, ele lhe lembrava alguém, só não sabia quem:
            –Atchim! Atchim! – Set continuava a espirrar muito irritado com a situação. – Essa maldita aura... Será que dava para diminuir esse poder de sedução?! Atchim! Sou alérgico a ele!
            –Esse carinha é estranho, não é Laryssa? – Micah tentava puxar papo com a moça castelar.
            –Ei! Eu sei quem você é! – Laryssa finalmente havia se lembrado de onde conhecia o caçador sombrio.
            –O quê?! – Micah ficou pasmo.
            –...?! – Dubren também estava surpreso, ao seu modo.
            –Vocês não sabem? – A moça ficou curiosa com a reação dos Senhores de Castelo.
            –Não sabemos. –Respondeu Micah por ser mais falante. – De onde ele é?
            O que a moça dissera, deixara os dois boquiabertos com a resposta.

...

            Kullat e Thagir andavam dentro da torre do conhecimento e se depararam com uma porta que parecia dar para fora da torre, no meio do nada, talvez um pequeno quartinho. Acima dela havia uma inscrição, a qual Kullat reparou:
            –Não vai me dizer que... – Thagir não percebeu o estranhamento do amigo, entrando sem fazer cerimônia.
Ao contrário do que se poderia pensar a sala não seria uma porta para o vazio ou um cubículo qualquer, ela dava em um lugar diferente, fora da ilha de Ev’ve. O lugar era amplo, talvez maior que o pátio principal que liga o porto à Academia de castelares. Num primeiro momento, ouvia-se um som forte de respiração e um coração batendo bem alto, em seguida, pode-se ouvir uma caixinha de música tocando e abafando o sons corporais tão estranhos. À frente, no centro do lugar, estava o Mestre Caçador meditando no meio do ar com o grande grimório espectral aberto e sendo folheado. Ele vestia uma túnica preta com desenhos em vermelho e um capuz que cobria seu rosto completamente, lembrando o efeito espectral do capuz de Kullat. Atrás dele havia algo grande que fazia sombra, impossibilitando ver o que estava ao redor do Mestre. No entanto, era possível ver longos tubos que estavam ligados a coisa, fluindo algo para ela. O rosto que se podia ver do Mestre, apontava uma possível origem humana:
            –Finalmente! – Disse, rindo da situação como se estivesse se divertindo. – Até que enfim vocês chegaram!
...

Transmissão continua...

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