Mais uma semana e novos clientes na casa! \o/ Sejam muito BEM VINDOS: Meta, do Metafosfato e Andréia! \o/ Gostariam de pedir alguma história para que lhes seja servida? Topo qualquer coisa! ^^ O cliente sempre tem razão! :D Só queria saber de onde apareceu aquela gata... ¬ ¬'
Devil’s Drink 24 –
Juno
Por volta do meio dia, Liori, o
prefeito da Vila dos Gatos, voltou de mais uma missão para procurar nekos
perdidos pelo mundo e resgatá-los de seus donos humanos. Desta vez ele não foi
muito longe e logo voltou para a vila, acompanhado de um intruso:
– Quem é
esse, querido? – perguntou a esposa, Lady Neko, depois de recebê-lo após três
dias de sua partida.
– Esse
quem? – Liori olhou ao redor e encontrou um pequeno gatinho que o estava
seguindo. – Deixe me ver...
– E então?
– Não é
neko... E não é gato... É gata... – Lady neko deu-lhe um belo tapa.
– Como assim ‘É gata’? Seu
tarado! – a esposa se sentiu envergonhada por causa do marido. – Gatinha...
Psiu... Vem aqui amore!
– Você acha que ela vai te ouvir,
amorzinho?
– Fica quieto gato mirrado! –
Lady Neko estava com muita raiva do marido.
– Tá bom amor...
– Pelos nekomatas! Ahn? Ué? Cadê
a gatinha?
– Ela estava aqui há um minuto...
Venha, vamos entrar amor. Deixa-a pra lá, ela vai aparecer assim que tiver
vontade... – Lady Neko lançou um olhar mortal em Liori. – Eu juro, benzinho!
– ...! – os dois entraram no bar.
...
En’hain
estava em seu quarto, olhando a paisagem pela janela, pensando na vida,
suspirando por algo que nem ao menos sabia o que era. Estava só, pois sentia uma
grande solidão lhe afligindo. Lidi’en, seu ‘irmão’, como prefere chamar a sua
persona interior de cabelo dourado, bateu na porta e entrou:
– Vai ficar
aí o dia inteiro? Tem muita coisa pra fazer lá embaixo. – En’hain o encarava
com olhar vago, via ali um homem cheio de farinha por todo o corpo,
principalmente no cabelo.
– Foi o
Nox’en? – o draconiano falava do outro ‘irmão’, de cabelo da cor do bronze.
– Ahn? Ah!
Foi sim, ele se assustou com alguma coisa enquanto segurava uma tigela com
farinha e ela foi parar na minha cabeça... – En’hain sorriu.
– Já estou
descendo, só vou por o uniforme e o avental. – seu tom era suave e brando,
lembrando alguma languidez.
– Que bom!
Finalmente você está melhorando. – Lidi’en sorriu de volta. – Se não descer
daqui a pouco vou voltar para ver se está tudo, ok? – ele queria ter certeza
que ele desceria e levantou o polegar da mão direita pra confirmar se estava
tudo bem.
– ... –
En’hain não reparou, estava olhando o armário, procurando vagarosamente pela
roupa para se trocar.
...
Nox’en
estava na cozinha, com raiva por estar limpando a sujeira e não ter sido culpa
dele. Quando Lidi’en chegou, depois de falar com Gurei e Lady Neko que estava
organizando o bar, o irmão de cabelo laranja reclamou:
– Porque eu
tenho que limpar tudo isso aqui?! Que merda! Isso não é justo!
– ... –
Lidi’en respirou fundo e não comentou a cena ridícula que o irmão fazia ao
balançar a vassoura na direção dele. – En’hain vai descer, termine logo... Por
favor. Eu vou continuar a preparar as massas dos aperitivos...
– Quê?! O
moribundo deu sinal de vida?! Agora eu me animei! – meio sem noção, Nox’en se
esqueceu porque estava com raiva.
– Esse
Nox... – Lidi’en sorriu pelo canto da boca, sem saber o que dizer.
...
Com o bar
aberto, diversos seres sobrenaturais e vindos de outros planetas se acomodavam na
Toca dos Gatos, lotando o lugar. O barman Nox’en com o seu show de garrafas
rodopiando no ar e o cheiro dos quitutes feitos por Lidi’en deixavam a
atmosfera do lugar bem receptiva e animada. Os garçons, Gurei e Lady Neko,
recebiam os pedidos como podiam – Gurei, com seu temperamento nada amigável,
estava muito irritado com tanta gente e Lady Neko recebia as mais diversas
cantadas, cuidando vez ou outra com seu jeito delicadíssimo de espancar os outros
quando lhe passavam alguma mão boba. Sasha estava dormindo no quarto, havia
tomado algumas bebidas e Gurei o colocou de castigo.
Numa mesa de canto, um grupo de
monstros jogava cartas apostando pedras preciosas. Um deles, todo peludo e
marrom, alto, forte, de apenas um olho na cabeça e uma enorme boca no meio da
barriga, perdeu as pedras de ouro que havia apostado e decidiu pedir o drinque
mais pedido da casa: o ‘Devil’s Drink’, a bebida alucinógena que faz você sair
da realidade e presenciar algum acontecimento aleatório. Ele foi ao balcão e
pediu a dose que queria. Nox’en prontamente pegou a garrafa, rodopiou ela na
mão, no ar, nas costas, virou o copo pra cima e pra baixo, e entornou a garrafa
nela... Que estava vazia:
– Ôouh! –
Nox’en não sabia preparar a Devil’s Drink e procurou pelo irmão tocando o
sininho. – Lidi’en! A coisa aqui acabou!
– O quê?! –
o barulho do bar não deixava Lidi’en entender o que o irmão dizia.
Vendo que
não seria entendido, Nox’en pulou para dentro da cozinha pela abertura que a
liga ao bar:
– A bagaça
acabou aqui... – ele mostrava a garrafa virada, sem nenhuma gota.
– Você vai
ter que pedir ao En’hain... Só ele e o Gunshin sabem como preparar mais Devil’s
Drinks.
– Aquele
palhaço, ficou o tempo todo lá em cima! – Nox’en, com seu jeito infantil,
cruzou os braços e foi subindo as escadas com a cara nada contente. Bateu na
porta e esperou que En’hain falasse com ele. – Oh seu merda! Tô precisando de
você lá embaixo, a coisa da garrafa acabou! – não ouve resposta. – Eu vou
entrar e te tirar daí!
Ele entrou,
o quarto estava vazio. Na cama, uma gatinha branca com manchas castanhas e
douradas encarava o barman. Primeiro, estática pelo susto, depois se alinhou e
começou a abanar o rabo, olhando para ele com seus olhinhos felinos. Nox’en
achou estranho, nunca tinha visto aquela gata antes no bar. Lembrou-se então da
coisa que o havia feito derrubar a farinha no irmão e começou a perseguir a
gatinha, que logo pulou porta afora. Ele a seguiu pelo corredor e desceu pela
escada.
De volta ao
bar, o barman viu En’hain preparando as Devil’s Drinks e servido-as aos montes.
A gata que havia perseguido estava em cima do balcão, olhando para os clientes
e sendo acariciada por eles:
– Quem é
essa... apetitosa? – perguntou aquele cliente peludo enquanto a grande boca na
barriga salivava.
– Heheh. –
En’hain sorriu como não fazia há um bom tempo. – Está é Juno, e posso te
garantir que ela não é nada saborosa. Pode até deixar um gosto bem ruim na sua
boca Mapin!
– Oh! Você
realmente está de volta com tudo En’hain! E essa D’D está melhor do que nunca!
– ele fechou o olho. – Possa até ver a refeição que vou fazer amanhã na
floresta amazônica! Hoho... Adoro fígado!
– Mapin!
Não faça isso com os caçadores... Quero dizer, só faça se eles... Ah, deixa pra
lá! Você sabe o que fazer com a cabeça deles!
– Você
devia passar mal mais vezes! Seu humor melhorou muito! – terminou a criatura
peluda que tomou mais uma dose da Devil’s Drink.
– Esse cara
é doído! – concluiu Nox’en que pulou pra dentro do balcão, servindo outras
bebidas.
Gurei
também reparou na mudança repentina do amigo, e ficou muito desconfiado,
olhando para ele a noite toda...
...
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