segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Devil's Drink 28 - Caçada

Bem vindas as novas clientes do bar: Gisele, a guria do teatro e Luna, uma cliente entusiasmada com o blog e que me prometeu passar mais vezes por aqui... (Promessa é divida, fazer o quê? Tenho que tocar esse bar sozinho enquanto os meus empregados estão com probleminhas... É uma certa neurose, sabe?) Esta Devil's Drink foi criada com inspiração na história "Uma vampira na cidade", da qual sou fã, misturada com uma música do David Guetta, She wolf, que colocarei o video logo abaixo da história. Degustem com prazer! ^^

Link para a história original de 'Uma vampira na cidade', de Adriano Siqueiro e Stefany Albuquerque

Devil’s Drink 28 – Caçada


            Naqueles dias eu estava em outro país, no continente europeu, a pedido de um amigo. Estávamos num bar, na Alemanha:

            – Quero que investigue o namorado de uma moça...

            – Algum interesse em especial? – perguntei-lhe.

            – Creio que ela está noiva de um lobisomem... – ele levou um copo de conhaque à boca e sentiu-o queimar a garganta com certo pesar – Ele vai comê-la a qualquer momento.

            – E porque acha que ele a comeria?

            – Tentei investigar-lhe o passado e encontrei dois ou três indícios que suas noivas anteriores foram congeladas e devoradas – e deu outra golada.

            – Certo, farei o possível.

            Decidi procurar por eles, meu amigo me contou que eles estavam na Rússia. Liori, o homem leão, um amigo de muito tempo, estava por lá e enviei-lhe o pedido para que fosse investigando enquanto eu não chegava. Soprei nos ouvidos do vento e a mensagem chegou-lhe rapidamente.

            Dirigi-me a São Petersburgo e me encontrei com Liori:

            – A coisa está feia... – disse-me, sem mais delongas – A moça vai se casar com um lobisomem do infame clã nórdico!

            – Droga... – esse clã é conhecido por, além da força brutal, ter um sopro congelante – Não tenho tempo a perder! Fique aqui, eu cuidarei de tudo.

            Fui à casa da moça, já estava vazia. Tentei entrar em transe e absorver as memórias do local e descobri que a moça havia sido levada a força. Senti as energias dos dois enamorados, mas senti uma terceira, também de lobisomem, talvez de uma shewolf, que desconhecia.

            Percorri longas distâncias procurando pelo rastro dos dois sentindo uma grande força agindo no local. Os encontrei em um grande prado a quilômetros da cidade. Era inverno e estava tudo branco por causa da neve. Aproximei-me, mas era tarde. Aos pés daquele lobisomem albino jazia o corpo gélido e dilacerado da moça, com os seios completamente devorados. Por suas bocas cheias de sangue, eles haviam comido com gosto:

            – Causando problemas aos humanos? – me apresentei.

            – Quem é você?

            – Não interessa... Peguei vocês no flagra! Já não bastava o seu clã ser banido do conselho? – o lobisomem albino estava claramente raivoso e iria me atacar. Porém, a mulher ao lado dele o impediu.

            – Não ligue para ele – ela o seduzia – vamos sair daqui, ele não tem como vir atrás de nós num dia tão lindo...

            Cuspi no chão:

            – Você não me conhece lupina! – tirei meu casaco, deixei as minhas escamas de dragão surgirem, rasgando e queimando a minha pele e o branco dos meus olhos foi tomado pelo vermelho sangue – Essa é somente a minha primeira forma! – o gelo do inverno derretia ao meu redor e evaporava.

            A shewolf olhou-me com desprezo. Retornou o olhar para o lobisomem albino e concluiu:

            – Acho que não preciso de você então... Ataque!

            Ele veio na minha direção com a boca largamente aberta e concentrei as minhas energias nas mãos, gerando esferas de fogo.  Lançava-as aos montes deixando aquela noite russa iluminada. O lobo era rápido e forte, mesmo acertando-o suas feridas cicatrizavam quase instantaneamente. Circulando-me para me atacar no momento propício, respirou fundo, tentaria me congelar ali. Liberei as minhas chamas que terminaram de consumir o resto da pele. Atacamos-nos mutuamente, gelo contra fogo! Nossas forças geravam grande quantidade de vapor que embaçou completamente a minha visão. Aproveitei e virei o jogo, deixando-o soprar por mais alguns segundos:

            – Você deveria prestar mais atenção no que faz... – e com minhas garras incandescentes transpassei-lhe o coração pelas costas, arrancando-o ainda pulsante. Já fazia tempo que não me alimentava e o engoli inteiro. – Agora a lupina...

            De certo que aproveitara o ataque do lobisomem albino para escapar. Mas não se esconderia de Gunshin por muito tempo. Em alguns minutos a encontrei correndo em sua forma de loba próximo a um penhasco. Surgi na sua frente como um meteoro:

            – Aonde pensa que vai? Tens de prestar conta do que fizera a moça! – ela voltou à forma humana.

            – Tolo... Pensas que eu não sabia de tua vinda? – mais dois lobisomens albinos apareceram trazendo consigo alguém amarrado. – Se não me deixar ir, eu matarei o seu amiguinho!

            – Liori! – meu amigo leão estava nas garras dela, completamente azulado de frio.

            – E como pensas em enfrentar um draconiano, lupina?

            – Com o maior poder que meu sangue pode me dar... – os ventos sopraram em rebeldia, anunciando a mãe de todos os lobos, a lua cheia!

            – Este poder é proibido! Não faça isso!

            – É tarde, você não me deixa escolha! – ela retornou a forma de loba, com os olhos amarelos, e me deu as costas.

            – Corram! – gritei aos lobisomens que seguravam Liori – Por amor as suas vidas! Corram!

            E tudo ruiu em pedaços... Aquele poder que o sangue real conseguia tirar da lua cheia despedaçava tudo o que havia ao redor, uma força pulsante que se propagava a dezenas de metros destroçando qualquer coisa. Normalmente as rochas conseguem suportar o choque fora do epicentro, mantendo a paisagem intocada. Mas ali, tão perto dela, os lobisomens foram praticamente pulverizados. Meu poder de regeneração é alto, corri para proteger Liori com meu próprio corpo, mas não era o suficiente, o corpo dele estava perfurado em diversos lugares pela força monstruosa da shewolf. Tive de deixá-la ir.

            Deitei o corpo gelado de Liori no chão e o ceifeiro apareceu. Estendeu a mão e joguei-lhe uma moeda. Fez-me reverência e partiu. Voltei à forma humana, me ajoelhei acima da cabeça de Liori e lhe abri a boca, chorando lágrimas de sangue. Meu corpo brilhou como uma estrela, rivalizando com a bela lua no alto do céu. O chão ao nosso redor ficou fértil e gramíneas nasceram, fazendo um tapete verde. Depois de alguns instantes regenerei completamente o corpo de Liori que voltou a respirar:

            – O que aconteceu? – perguntou-me.

            Olhei-o com certo desprezo, mas sorri, vendo que ele estava bem.

            – Tive de usar o meu contrato...

            – Obrigado... – Liori não me dirigiu o olhar. – Pude ouvir um pouco da conversa deles antes deles me apagarem. Aquela loba foi chamada de Minerva e depois deste último banquete, ela iria para um país na América do Sul, quase tão grande quanto a Rússia...

            – Brasil, hã? – levantei-me e contemplei o horizonte – Me espere Minerva, pois eu vou caçá-la...
...



David Guetta - She wolf (Falling to Pieces) ft Sia

Letra da música traduzida:

Loba
Um tiro no escuro
Um passado perdido no espaço
Por onde começo?
O passado e a perseguição?
Você me perseguiu
Como um lobo, um predador
Senti-me como um cervo nas luzes do amor

Você me amou e eu congelei no tempo
Faminto por aquela carne minha
Mas não posso competir com uma loba
Que me pôs de joelhos
O que você vê naqueles olhos amarelos
Porque eu estou me despedaçando

Estou me despedaçando
Me despedaçando
Estou me despedaçando
Me despedaçando

Ela ficou esperando para atacar
Ou eu era a isca para atrair você?
A excitação de ter matado
Que você sente é um pecado
Deitei-me com os lobos
Sozinha, é o que parece
Pensei que eu fosse parte de você

Você me amou e eu congelei no tempo
Faminto por aquela carne minha
Mas não posso competir com uma loba
Que me pôs de joelhos
O que você vê naqueles olhos amarelos
Porque eu estou me despedaçando

Estou me despedaçando
Me despedaçando
Estou me despedaçando
Me despedaçando

Estou me despedaçando
Me despedaçando
Estou me despedaçando
Me despedaçando


http://www.vagalume.com.br/david-guetta/she-wolf-feat-sia-traducao.html#ixzz2A1xkkxEu

2 comentários:

  1. Valeu pelas boas vindas... geralmente sou uma frequentadora silenciosa...

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