sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 44


Perigos Na Estratosfera

 

            – O que você disse? – perguntou Dimios pelo rádio do cilindro de armeiro quando voltou a funcionar.
            – Vocês terão que mudar de cápsula... – Pilares se aproximou ao ouvir a conversa.
            – Você está louco?! Estamos a trinta quilômetros do chão!
            – Não há outro caminho, a energia da cápsula foi cortada e logo vocês ficaram sufocados, sem ar...
            – O que você tem em mente Ferus?
            – Com sorte, vocês vão conseguir mudar de cápsula assim que ela abrir. Vocês não terão muito tempo, precisam ser os cincos de uma vez...
            – Temos como abrir a estrutura... A distância é a mesma entra as cápsulas... Westem!
            – O que foi? – o bárbaro subia as escadas.
            – Precisamos de sua corda, ela consegue alcançar outra cápsula?
            – Se algo puder esticá-la, ela pode se desdobrar a qualquer distância, por quê?
            – Ferus, prepare a cápsula...

            – Já estou subindo... Acabei de chegar. – o rádio fez silêncio e a outra cápsula ficou visível do andar superior.
            – Como você vai fechar a cápsula?
            – Apenas pulem quando o pedaço da estrutura cair... – o rádio ficou em silêncio novamente.
            – Ferus? – sem resposta. – Ferus!
            – Tudo bem Dimios? – perguntou Westem.
            – Vamos... – o guerreiro liberou fagulhas elétricas da garra. – A porta será feita lá embaixo...
O ziniano parecia estar com raiva, quando começou a usar a eletro-erosão o metal derretia com rapidez. Com o primeiro buraco feito, a pressão exterior começou a tirar o ar de dentro da cápsula. Durou mais alguns minutos e a abertura estava terminada.
– Westem, empreste-me a sua corda. – o galiano se segurava como podia tentando evitar ser levado com a descompressão.
Com a corda mágica em mãos, Dimios pareceu fazer uma prece em sua própria língua e atirou a corda com um peso.
– Dimios?! – gritaram os castelares.
– É agora!
Todos pegaram numa ponta da corda e ela foi puxada com força. A cápsula tremeu, balançou e o último cabo se rompeu. Estando todos a salvo, voltavam a respirar com um pouco de dificuldade.
– Obrigado por me dar o cilindro... – uma bomba de fumaça explodiu e terminou de fazer os Senhores de Castelo desmaiarem.

...

            – Ai... Minha cabeça! – Dimios acordara. – Ferus!
            O ziniano saiu correndo, deixando os outros para trás. “Quanto tempo se passou? Espero que ele não tenha feito nenhuma besteira! Aquele moleque!”
...

            – Solte meu príncipe Rubber! – o ilusionista se vira calmamente e sorri tomado pela loucura.
            – O poder dessa criança é esplêndido! Huhuhuhuhu... – uma força invisível é compelida pelo corredor e joga Ferus para trás.
            – Irmão, não!
            – Quieto peste! Você vai falar com os altarianos! Você deve prestar respeito as suas santidades! – Elians começou a chorar em silêncio.
            – Dantir! – a porta se abriu e Ferus mirou o canhão, atirando.
            – Você é realmente ingênuo! – o raio de maru foi distorcido, pairando no espaço. Rubber e Elians entraram, a porta se fechou e o campo de distorção cessou, liberando o tiro que atingiu a porta, que resistiu.
            – Droga! Droga! Droga! – Ferus se aproximou da porta. – Acho que consigo...
            – Não, você não vai... – Dimios segurou o cilindro do armeiro, suspendendo-o no ar e arrancando-o de suas mãos. – Já chega! Você vai ficar fora disso!
            – Você não manda em mim! – Ferus queria chorar, por dentro a raiva lhe corroia e, não sabendo por isso pra fora, tentou correr.
            – Westem!
            – Calminho aí baixinho! – o bárbaro o prendeu com sua força descomunal.
            – Me solte!
            – Desculpe-me, não. – Westem queria dizer algo mais, mas não sabia lidar corretamente com aquela situação. O jovem armeiro deveria ser seu amigo, agora nem isso ele sabia se realmente era verdade.
            – Pilares! Pegue! – Dimios jogou o cilindro para o assaltante que o pegou habilmente.
            – Opa!
            – O que aconteceu? – perguntou Nerítico, chegando junto com Iksio.
            – Vou explicar... Mas, resumindo, teremos de entrar... – Dimios encarava aquela grande porta com certo pesar.
            Nesse momento, Ferus voltou a si...
...

            Se lembrando de tudo o que acontecera, Ferus se sentia envergonhado. Agora sabia por que estava ali. Estava onde deveria estar, com os Senhores de Castelo, mas não era um Senhor de Castelo. Lembrou-se de que esse era o seu maior desejo e finalmente chorou.
            – Pronto, consegui! – as portas do paraíso se abriram. – Senhores de Castelo, não sei o que dizer numa hora como esta. Enfim, enfrentaremos os altarianos. Aconteça o que acontecer, manteremos o nosso propósito de manter a paz, mesmo que isso custe nossas vidas. Iqueróm wa puma!
            – WA PUMA! – gritaram os outros quatro.
            Westem largou Ferus onde estava. Os castelares entraram e a porta se fechou novamente. O armeiro escorregou pela parede, ficando no chão. Seu cabelo estava azul...

...

            – Acordem irmãos! Eu voltei! – Rubber estava de frente a quatro corpos negros suspensos no ar sobre esferas também negras. Um deles estava destruído, assim com a esfera sob ele. Os olhos deles começaram a abrir...
...

            Depois de um longo corredor curvo que fazia uma volta ao redor do plano central, uma sala branca enorme e gigantesca estava no final. Uma das formas de utilização das portas do paraíso é tornar lugares pequenos, maiores por dentro e nesse caso, o lugar era realmente imenso.
            – Irmão Rubber... – disse uma mulher alta, de cabelos lisos e olhar caleidoscópico que brilhava. – Por que nos incomoda? A luz cósmica virá destruir o planeta a qualquer momento.
            – Irmã Herta... Trago-lhe dois presentes. Este é o Filho do Fim...
            – Hun... – a altariana olhou com indiferença. – E qual é o segundo?
            – Senhores de Castelo!
            Herta fechou os olhos, o núcleo branco dobrou diminuindo o espaço interno e aproximou os castelares instantaneamente. Ela os olhou de perto, empinou o nariz recostando a cabeça para trás com desdém.
            – Acho que pode servir... – sem tempo para dizer qualquer coisa um zumbido forte fez todos os Senhores de Castelo se ajoelharem sentindo dores horríveis na cabeça. – A luz cósmica irá sentir um imenso prazer em acusá-los por invasão a propriedade altariana.

...

– Tenho que fazer alguma coisa... – Ferus enxugou as lágrimas. – Preciso fazer alguma coisa.
O jovem se levantou e caminhou pelo corredor de volta a entrada das cápsulas. Dentro da única que estava naquela altitude, apertou alguns botões e saiu.
– Toshi na escuta? – o chiado durou alguns segundos e alguém respondeu. – Traga todos para cima, a cápsula de transporte que usei para subir está descendo, vocês não tem muito tempo! – e desligou o rádio.
Olhando ao redor procurou por outra saída. Procurou bastante e encontrou uma escotilha que dava para baixo. Percorreu alguns metros tubulares e saiu em outro salão. Pelo que lhe parecia aquele deveria ser o controle base das portas do infinito. No telão, algo grande se aproximava cada vez mais do planeta, algo monstruosamente grande e colorido...
...

            – Te... Desafio!
            – O que disse? – perguntou Herta que se aproximou de Dimios e apertou-lhe o pescoço.
            – Te... Uhg! Desafio ao Tabuleiro Cósmico! – pelo orgulho da Irmandade, a proposta é irrecusável. A altariana fez um sinal com a mão e o sonido cessou. – Se ganharmos, a população deste planeta terá o direito de sair...
            – Espero que saiba o que está pedindo, no Tabuleiro Cósmico nenhum altariano perde! – ela estrangulou ainda mais a sua garganta e o soltou, se posicionando.
            O ziniano respirava com dificuldade, assim como os companheiros que babavam e lacrimejavam com dificuldades para se manterem conscientes e em pé. Suas capacidades cognitivas haviam diminuído em um quarto.
            Herta olhou para os irmãos que ainda tomavam forma. A mulher, linda e jovem, tinha os cabelos fartos, lábios vermelhos, pele branca e sedosa. O homem era másculo, viril, forte sem ser musculoso, olhar decididos e seco. Todos usavam armaduras brancas, reluzentes e de alta resistência. Rubber tocou no seu antigo avatar e um roupa branca cobriu o seu corpo. Com a esfera quebrada fez uma pequena prisão para o pequeno Elians que continuava a chorar baixinho. A massa negra se contorceu e ficou firme, drenando as forças do menino.
            – O Tabuleiro Cósmico é quatro contra quatro! – disse Herta com voz poderosa. – Vocês são cinco, um ficará de fora, manipulando os companheiros!
            – Eu vou... – disse Westem.
            – Eu vou... – disse Iksio.
            – Eu vou... – disse Pilares.
            – Eu vou... – disse Nerítico.
            – ... – por causa do recente aperto no pescoço Dimios gritava sem conseguir tirar um único som entendível da garganta. Ele queria ir no lugar de um deles e não conseguiu falar a tempo.
            – Então está decidido... Irmãos... Cavaleira Bathory?
            – Sim, irmã Herta... – ela se prostou de joelhos.
            – Rei Mengele?
            – Sim, irmã Herta... – ele se prostou de joelhos.
            – Pajem Rubber?
            – Sim, irmã Herta... – ele se prostou de joelhos.
            – E eu, Rainha Herta, da Corte do Ilusionista, aceitamos o desafio para o Tabuleiro Cósmico! Preparem a suas mentes, toda a sanidade de vocês será drenada para a Irmandade Cósmica!
            – Pela Ordem dos Senhores de Castelo! Por Nopporn! Pela Paz!
            Dois contadores surgiram do espaço branco, eles mostravam o número 7776...

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