segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Lua de Sangue – A História de Draco

Me juntei a Harinara para escrever um capítulo, espero que se divirtam. Degustem com prazer!

Lua de Sangue – A História de Draco

 Escrito por: Victório Anthony

            “Eu sou Draco, meio vampiro, meio dragão, uma mistura incomum do mundo sobrenatural. Quer dançar comigo? Venha para meus braços e eu te mostrarei que a noite pode ser eterna!”
...
            – Se acalme minha linda ninfa, o que teme de mim? – sorri para a bela moça feita de água. – Dance comigo, por favor...
            Ainda acanhada, ela pôs seus delicados dedos líquidos em minha mão e eu a conduzi sobre as águas do meu lago particular. A lua estava esplendidamente linda naquela noite, iluminando perfeitamente os nossos passos que liberavam gotas cintilantes que pareciam diamantes ao brilhar. Foi então que, de súbito, senti meu coração palpitar. Perdi a noção de espaço e caí de joelhos sobre as águas.
            – Meu senhor, o que aconteceu? Não tens passado bem...
            – Não é nada... Não fique assim. – o rosto da ninfa era preocupado. Recompus-me e lhe ofereci novamente a mão. – Vamos?

            Naquele momento, a lua ficou escura, assim, de repente, sem nenhum anuncio de eclipse. A ninfa assustada entrou de volta nas águas e sumiu.
            – Volte, por favor!
            – O presságio... Ele será concretizado em breve! – ouvi a mãe d’água dizer.
            – Mas... – olhei para a lua, ela estava vermelha. Nesse momento, começou a chover. Não era água, aquilo tingia o límpido lago que ficava vermelho. – É sangue! É sangue!
            Meu peito palpitava forte, meu coração queria sair pela boca. A fera dentro de mim queria sair. Minhas escamas irromperam a pele bruscamente e uma calda longa se projetava de minhas costas. Asas gigantes bateram e rugi fortemente. Meu belo rosto estava desfigurado. O lago inteiro se congelou e grande furor era ouvido... Acordei em meu quarto, havia tido novamente aquele mesmo pesadelo.
...
            Já era hora de acordar, tomei um banho e me vesti com meu terno branco. A noite estava perfeita para ir a uma festa. Ordenei ao mordomo que preparasse a limusine e em meia hora saí de minha mansão.
            O convite dizia: “Festa de gala às oito e meia. Venha à casa do prefeito sem falta.” O engomadinho era uma desgraça de pessoa, comumente pego em escândalos sexuais, mas até que dava boas festas, o que era perfeito para um banquete noturno.
            Chegando a festa, fui bem recepcionado pelo prefeito e por sua... terceira? Sim, acho que era a terceira esposa em apenas um ano. Seus cabelos eram tingidos de vermelho, cílios e unhas postiços, silicone nos seios e marcas de lipoaspiração. Uma mulher bem mal amada e maltratada, diga-se de passagem. Olhava-me como se me despisse com os olhos e passasse calda de chocolate por cima. Ela até lambia os beiços na minha frente! Deveria ter uns trinta anos, suficientemente madura para saber o que queria. Disfarcei e fui para um canto do salão, olhando-a algumas vezes para ter certeza de que viria atrás de mim.
            Fomos para o banheiro dos homens, subi a saia do seu vestido e senti com os dedos cada canto de prazer dela. Abri o decote e lambi seus seios com vigor enquanto ela abria o meu zíper. Segurei-a por trás e apertei seus peitos macios enquanto mexia os quadris moderando a intensidade para deixá-la molhadinha. Ela gritava de prazer e gozo. Puxei seus cabelos para trás e a mordi. Não lhe dei tempo sequer de perceber meus grandes caninos ou gritar por socorro, tapei lhe a boca e suguei tudo que podia sem derramar nenhuma gota de sangue. Não iria sujar o meu terno por causa de uma mulher daquelas.
            Fechei a porta, arrumei a gravata e limpei a boca com um lenço. Outro homem entrava no banheiro enquanto eu saía. Dei dez passos, são sempre dez passos, e ouço os gritos: “A primeira dama está morta! A primeira dama está morta!” Bando de inúteis! Poderiam pelo menos dizer algo novo como: “A filha da puta está morta!” Hahahah, seria ótimo!
            Passei na mesa, peguei uma garrafa de vinho e fui para o meu carro, procurar a próxima vítima. Rodei pela cidade durante algumas horas e a vi, uma prostituta loira e luxuosa andando pela rua. Mandei o chofer encostar, abaixei a janela e mostrei-lhe um maço de dinheiro. Ela se aproximou e eu abri a porta.
            – Eu sou muito caréssima, meu amor. Mas por um desses, eu faço um boquete pra você. O que cê acha? – se vestia bem, mas falava muito mal.
            Peguei-a pelo braço e a trouxe para dentro. Ela se debatia e me arranhava. Eu gostava disso.
            – Grite, grite mais, eu adoro quando vocês gritam. – sorri para ela com carinho.
            – Socorro! Alguém me ajude!
            – Isso, isso... Grite mais, estou quase gozando!
            – Aaaaahhhhh! – mordi seu pescoço enquanto sentia o êxtase do orgasmo.
            – Obrigado querida, foi um ótimo encontro. – toquei seu corpo e retirei todo o líquido que lhe restava no corpo, deixando-a completamente seca e quebradiça.
            Coloquei seus restos mortais num saco plástico e joguei na primeira caçamba de lixo que vi. A noite estava realmente ótima! Disse para o motorista continuar rodando, ainda havia muitas horas naquela noite e eu não desperdiçaria nenhuma!
            Numa determinada rua, vi uma mocinha magra, miúda e meio suja que morava ali, na calçada. Seus olhos eram tão cheios de vida. Quando me viu, ficou surpresa.
            – Darlene!
            – Draco... Veio me encher de novo?! Já te dei aquela poção para dormir que quase me custou a vida!
            – Vamos entrar? Não quero ficar aqui fora... – sorri para ela gentilmente.
            Ela levantou uma cortina atrás do barraco e entramos numa casa fina e glamurosa. As paredes tinham azulejos de mármore azul; no chão, ossos cristalizados e no meio do lugar uma bela escultura em mármore branco de um tronco de árvore com uma águia de ouro em cima. Darlene mexeu os dedos e duas poltronas de couro negro apareceram, juntamente com seu caldeirão acesso que liberava uma perfumada fumaça rosada. Ela tirou uma lama branca de dentro do caldeirão e seu corpo mudou, assumindo uma forma mais cheinha, com cabelos vermelhos e pele sedosa. A roupa também mudou, tornando-se um vestido negro muito bonito.
            – O que quer?
            – Você.
            – Não estou disponível...
            – Não te pedir permissão.
            – Saia daqui agora ou...
            – Se me tirar daqui eu te deixo seca... – ela se arrepiou quando apareci atrás dela, apreciando seu pescoço. Pude sentir a excitação tomando conta de seu corpo.
            – Draco... – ela gemia. – Não quero mais te ver... Eu te odeio!
            – Sua boca diz não, seu corpo diz sim...
            – Você sempre vai embora... – já havia aberto seu vestido e desnudado seus seios fartos.
            – Eu não pertenço a você Darlene, eu pertenço a quem roubou o meu coração. – toquei no lugar mais sensível de seu corpo. – Aquela que levou a rosa da lua...
            – Não pare, não pare, não pare... – tirei a roupa atrás da poltrona. Fui para frente, onde comecei lambendo. – Isso, isso, isso...
            Excitado de novo, penetrei-lhe suavemente. Pus minhas mãos no meio de suas mãos, subindo e descendo junto com ela.
            – Eu quero você pra mim, fique, seja só meu!
            – Encontre a rosa azul, querida, e serei eternamente seu escravo. – ela gemia no meu pescoço.
            – É impossível! Ninguém sabe onde está essa rosa... azul! – passei meus braços por suas costas e a levantei do ar. Escorei sua cabeça na minha.
            – Então não poderei ficar... – coloquei-a no chão e fiz movimentos fortes. Tivemos orgasmos juntos.
            – Não vá, não vá... Por favor, Draco, por favor, não vá! – ela implorava ao mesmo tempo em que chorava e sentia o prazer pleno do sexo ainda repercutindo em seu corpo.
            Vesti-me cuidadosamente de novo, voltei para Darlene e mordi-lhe o pulso. Adormeceu de exaustão e deixe-a na poltrona. Saí do esconderijo dela, olhei para o céu.
            – Vai chover... – entrei na limusine e os pingos começaram a cair.
            – Para onde senhor Draco?
            – Vamos para casa, ter revisto Darlene me deixou muito nostálgico. – na verdade, não era por causa daquela bruxa, é a chuva que me deixa assim, meio esquisito, com saudades de algo que perdi há muito tempo. – Onde está você minha rosa azul?
            O celular tocou e atendi. Era o mordomo avisando que um ilustre ‘visitante’ havia se instalado na mansão e que eu deveria cuidar daquilo urgentemente. Avisei o motorista para ir mais rápido. Chegando à mansão, o mordomo estava preocupado. Mesmo sendo um vampiro experiente, não conseguiu tirar o ‘visitante’ da minha sala. Senti uma presença conhecida:
            – Victório?! Então, descobriu alguma coisa sobre o meu passado?
            – Draco... – seu olhar foi seco.
            – Algum problema?
            – Você é um vampiro agora... Se tenho problemas?! Este mundo perdeu seus dragões e você faz uma pergunta dessas?!
            – Acalme-se, por favor, você sabe do meu problema...
            – Rosas não dão na lua...
            – Então me explique os meus sonhos! Sinto que meu coração foi roubado por alguém, por uma rosa azul...
            – Você ao menos domina as suas escamas de gelo?
            – ... – fiz uma pausa. – É à rosa azul que dedico minha força, meu prazer e minha dor. Se um dia me tornarei um dragão completo isso não será da sua conta.
            – Você que sabe... – ele olhou pela vidraça, a lua apareceu, iluminando ligeiramente o recinto. – A luz está azul...
            – Onde? – me aproximei, foi rápido, mas pude ver, ela realmente estava azulada.
            – Se quer encontrar, procure. Ficar aqui tomando conta dos negócios dos vampiros não vai te ajudar a encontrar. Adeus... – ele sumiu no ar junto com o luar que entrou novamente dentro das nuvens chuvosas que trovejavam.
            Abri aquela garrafa de vinho da festa do prefeito, enchi uma taça e me sentei na minha melhor poltrona. Dei um gole e cuspi.
            – Eca! Vinho barato... – Joguei a garrafa no fogo da lareira, quebrando o vidro e atiçando o fogo. – Aconteça o que acontecer, encontrarei minha rosa da lua, minha rosa azul de novo...

...

 

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