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terça-feira, 12 de março de 2013

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanfiction - Os Caçadores Sombrios - Capítulo 04


KULLAT E THAGIR CHEGAM À ILHA DE EV'VE
Informe do Multiverso



            Rhu’ia! Saudações Senhores de Castelo! É com muito prazer e satisfação que o seu informante da Academia de Senhores de Castelo anuncia que os líderes do grupo de repressão aos Caçadores Sombrios já chegaram! Sim, sim! Kullat, mestre das faixas mágicas de Jord e Senhor de Castelo de Oririn e o exímio pistoleiro e portador da jóia mágica de Landrakar e do coração de Thandur, Senhor de Castelo do planeta Curanaã, Thagir!
            Já havia algum tempo que nossos veteranos não voltavam a Academia, será que eles ainda passariam pelos 13 dias? Heheh... É claro que sim! Eles já atravessaram diversos mundos provando que a paz pode sim chegar a qualquer lugar do multiverso, em especial aquele dia memorável em que eles, a atualmente Senhora de Castelo de Agabier, Laryssa, do reino de Agas’B, e o autômato Azio salvaram aquele reino das mãos do terrível Kendal... Calma pessoal, eles tem mais histórias para contar, deixem eles se acomodarem primeiro!
            A comitiva de estudantes que os recebeu estava realmente muito animada, completamente em polvorosa! Diversas naves boreais faziam acrobacias mirabolantes e uns poucos domadores tornaram a visão ainda mais significativa, voando com suas feras aladas ou flutuadoras por todos os lados, sem contar nos estudantes que já possuem asas. Os diversos magos e aprendizes de magia liberavam diversas rajadas coloridas e entusiasmadas; os espadachins levantavam suas espadas, que possuíam diversas formas e tamanhos diferentes; e os pistoleiros davam tiros de festim para o alto – se fossem de verdade era capaz de alguém ficar embaixo de um dragão ou de uma nave... Os que possuíam habilidades mais corporais, a maioria na verdade, batiam os pés no chão e o braço direito no peito com entusiasmo, reverberando forte e harmoniosamente como numa canção de guerra, quando os exércitos partem para enfrentar o inimigo num combate direto. Pelo percurso do acesso aos mares boreais até a entrada para dentro dos grandes muros, estandartes maravilhosamente bem-feitos com as diversas bandeiras das sub-sedes da Ordem dos Senhores de Castelo enfeitavam alegremente a chegada dos grandes castelares. Provavelmente Thagir e Kullat não imaginavam que o número de estudantes que entrariam para a academia simplesmente dobraria por causa de sua fama pelos quatro quadrantes...
            Lembrando a todos os Senhores de Castelo que nos ouvem por aí, a ilha flutuante de Ev’ve contínua belíssima, suas torres brancas e brilhantes continuam com o mesmo vigor de quando foi oficialmente inaugurada como uma cidade-estado após a terrível guerra espectral. O fluxo boreal que rodeia nossa querida e eterna morada continua perfeito para surfar durante as ressacas... Guerrins! Nem pensem em fazer o que estão pensando, hein? Continuando... As múltiplas defesas de maru, como os anéis de inversão, continuam eficientes contra as marus sombrias, o último comedor de éter que passou por aqui perdido por sei lá que motivo foi completamente torrado! Alguém quer um churrasquinho? Como maior novidade temos aumentado vertiginosamente a quantidade de nossos laboratórios de pesquisa e requisitado os melhores do multiverso para solucionar diversos problemas que temos encontrado para a expansão da paz e da ordem além dos limites conhecidos. Estamos desenvolvendo tipos avançados de naves boreais mais potentes para irmos contra os refluxos boreais, suits de sobrevivência mais capacitadas para qualquer ambiente hostil; intensificamos a quantidade de pesquisas sobre a multibiologia, os diversos usos da maru e a eficiência da neutralização dos inimigos... Enfim, essa cidadezinha nunca esteve tão abarrotada meu povo!
            Por fim, esperamos pacientemente que seja encontrada uma solução viável contra os Caçadores Sombrios, eu não quero ter que esperar duas horas na fila do cafezinho da manhã à toa, não! Sério gente... Se chegar mais um aqui eu vou acabar fazendo minhas transmissões do lado de fora da barreira! Bem que eles podiam fazer uma reforminha... Passar milhares de anos com o mesmo tamanho? Poxa vida! Vocês acham que o multiverso tem que tamanho mesmo?
            Bem, logo mais teremos o pronunciamento do líder do conselho N’quamor, originário de Oririn, que tem regido com perfeição a Ordem dos Senhores Castelo e a Academia... De vez em quando ele ainda divide a sobremesa com os alunos, valeu por aquele rango mestre! Voltando ao assunto, após a reunião e o almoço que será dado ao meio dia, quando a estrela de Ev’ve estiver no meio do céu, finalmente poderemos ouvir a voz de nossos estimados heróis Kullat e Thagir. Esperamos ansiosamente que vocês ainda consigam comer o troço saudável que eles dão na academia... Somos os mais fortes do multiverso por sobreviver àquilo! Sinto como se fosse ontem que eu senti meu estômago se revirando, pedindo clemência... Espere aí! Foi ontem!

Encerramos esta transmissão especial com um aviso aos Caçadores Sombrios:
Velho, na boa, Naveeh teria uma opção melhor pra vocês!
Agora a coisa ficou séria!
Tenham um bom dia!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 46


Destruição

 

            – Vamos todos por aqui! – Dimios e o Caçador Sombrio ajudavam a população a entrar no núcleo branco das portas do paraíso. – Você tem certeza que o garoto está vindo?
            – ... – o Caçador não respondeu. – Em fila! Todos em fila!
            Automaticamente a entrada da população, o espaço branco engolia as pessoas que eram transportadas para um lugar seguro.
            – Onde está ele?!
            – ... – o caçador continuava sem responder.
            – Cardial!
            – Eu não sou Cardial, sou o Caçador Mascarado. – não dava para saber qual era a sua expressão debaixo daquela máscara dourada.
            – Vai continuar mentindo? Justo pra mim que fui seu fiel parceiro?!
            – Não sou Cardial. – insistia.
            – Tenho certeza que você é ele!
            – Vamos, continuem, a contagem regressiva está acabando!
            – Vamos, por favor! – Dimios via que o transporte era mais urgente e continuou. Faltavam apenas alguns minutos para o marcador da torre da Cidade Aérea terminar a contagem. – Toshi! Esmal!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 45


Tabuleiro Cósmico

 

            As regras para esse jogo diabólico são simples: Um jogo quatro contra quatro. Há um contador com a numeração 7776 para cada lado. A cada rodada um jogador deve rolar cinco dados vermelhos e multiplicar o resultado entre si e diminuir o contador do adversário até zero em no máximo vinte rodadas. Enquanto isso, pesadelos terríveis irão atormentar a mente daquele que jogar os dados. Há somente uma forma de ganhar o jogo sem sofrer maiores danos: com a morte súbita, onde os cinco dados dão seis em cada. Para tornar a proporção 1/7776 mais fácil de ser alcançada, é possível travar os dado que caiam no número seis entregando parte de sua alma, abrindo mão de algo muito importante de sua existência. Quanto mais dados forem travados de uma só vez, maior será o pedaço. Não há retorno, uma vez iniciada a partida o campo das portas do paraíso são travadas em um vácuo aleatório e desconhecido do multiverso. A única forma de acabar o jogo é com um lado vencedor. Em caso de empate, ambos os lados de jogadores terão suas almas arrancadas de seus corpos. O lado branco começa primeiro.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 43


Ascensão

 

            – Você se explica depois! – Dimios encarava Ferus com raiva.
            – ... – o jovem armeiro olhava-o com indiferença, não se importava se ele era um Senhor de Castelo mandando nele, ele era livre agora.
            – Abra a porta!
            Sem mais, Ferus olhava para o mecanismo incomum que possuía seis quadrados sem um único ponto. “A numeração altariana”, pensou ele. Passando os dedos sobre a placa, os quadrados se moveram. Tentando encontrar o número máximo moveu os números até seis pontos. Curiosamente isso abriu o portão da torre.
            – Conseguiu? – perguntou Westem.
            – Não...
            – Mas então?
            – É uma contagem regressiva... Segundo os cálculos... 55986 segundos, cerca de quinze horas...
            – Para o quê?
            – Autodestruição eu acho... – Dimios se posicionou a frente.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 40


Cidade Alta

 

            Semi-enterrados, os Senhores de Castelo foram retirados um a um dos escombros daquela imensa quantidade de prédios ruídos por eles mesmos. Um plano audacioso, Rigaht reconhecia, enquanto sua mestra infante lhe ordenava isso e aquilo para resgatá-los. Não dava para se saber ao certo quantas máquinas da legião parafuso haviam sido destruídos. Foram centenas e milhares, disso eles sabiam, constatando o incrível buraco que fizeram na paisagem urbana e morta que ardia em alguns poucos lugares em que o combustível dos maquinários era consumido pelo fogo. A poeira era forte e demorava a se dissipar, fazendo todos eles tossirem. Ficaram escondidos por mais de meio dia até se recuperarem.

            Novamente a noite chegara e com ela a plataforma se iluminou, dando a impressão de que o escuro se afastava por causa de alguma sociedade humana que existia ali. Poderia se sonhar com algum parque alegre, cheio de pessoas felizes e criancinhas sorrindo ao brincar. Ou ainda com pessoas trabalhando com total prazer em suas amadas profissões... Mas não era isso. A plataforma que cingia o topo dos prédios de base era carregada de laboratórios prontos, produzidos inteiros em outro lugar e trazidos para o planeta sem nome para servir de apoio a atrocidades inomináveis. E, se por algum motivo o laboratório se tornasse inútil ou infectado, ele era sumariamente jogado por um carregador flutuante em algum lugar da zona de lixo. Nos prédios abaixo da plataforma, funciona a fábrica de máquinas, consumindo milhares de litros de diesel e queimando uma quantidade absurda de oxigênio. Com a morte do último ser orgânico que desprendia esse gás tão importante para a sobrevivência da vida, estar naquele altar erguido nos céus para sacrificar almas ao conhecimento, se tornaria algo muito mais perigoso que enfrentar uma legião de máquinas.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo - O Filho do Fim - Capítulo 39


A Fábrica de Máquinas

 

            – O que você espera de mim? Sou apenas o Filho do Fim... – o ilusionista fitava as crianças tentando entender o que elas eram.
            – Croaton! Venha a mim! Eu preciso de você! – gritou o altariano.
            – Porque quer que ele venha? – perguntou Vaik, escondendo o irmão atrás dele.
            – ...! – Rubber, com seu rosto pouco semelhante ao natural, demonstrava certo desgosto pelas crianças. – Preciso dele para ficar completo...
            O ilusionista andou até um cilindro de suporte de vida com Pilares dentro. Acariciou o vidro admirando o novo e desejado corpo que teria.
            – Logo serei completo...

...

            A longa caminhada continuava, principalmente à noite, pois era mais fácil saber a direção da plataforma luminosa. Os Senhores de Castelo confiavam em Dimios, ele tem bons motivos para ser um bom líder e proteger os seus. No entanto, Westem, Nerítico e Iksio não confiavam no Caçador Sombrio e muito menos na garotinha de vestido vermelho que tentara matá-los há poucas horas. Andar com eles muito próximos era uma contradição, um sentimento que calou os castelares de suas conversas amistosas e cheias de alegria. O ziniano andava decidido, passos firmes, seguia sem medo pelas ruas mortas da Cidade Baixa, já não temia os perigos que poderiam surgir.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 38


O Retorno de Nina

 

            O Senhor de Castelo de Zínio corria pelas ruas da cidade tentando encontrar Ferus. Nerítico, que estava tão cansado quanto os outros, segurou-o para que parasse um momento:
            – Dimios, pare! Não adiante agir assim!
            – ... – sério, ele parou, os dois foram alcançados por Westem e Iksio.
            – O que você tem na cabeça? – disse o bárbaro. – Pra correr assim, sem parar?
            – Meu caro parceiro tem razão, devemos agir com prudência e nos preparar para o pior...
            O portador da Garra de Sartel lançou um olhar de ódio sobre os três, fazendo sua arma soltar fagulhas. Virou-se de costa, contendo-se. Os Senhores de Castelo iam sugerir algo, mas foram interrompidos por uma voz infantil:
            – Senhores de Castelo são todos iguais, tão temperamentais! – a mocinha de cabelos dourados amarrados com fitas vermelhas estava rindo deles.
            – O que você quer? – perguntou Dimios, rispidamente.
            – Matá-los, é claro! – Nina apontou para o céu, lançando a zona das sombras que engoliu a todos em pleno escuro.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Meu nome é Lua de Sangue – O Começo

Pessoal, este é um ótimo trabalho feito pela Harinara Carolina, uma escritora tímida que precisa de incentivo para continuar a escrever. Eu pessoalmente adorei a história, e recomendo ela para vocês. Me ajudem a convecê-la a criar mais histórias sobre a Luna, por favor? Ela precisa!

Meu nome é Lua de Sangue – O Começo

Escrito por: Harinara Carolina 'HCSBC'
Editado e Revisto por: Victório Anthony


Meu nome é Luna Blue, fui transformada a menos de três meses. Estou muito confusa com o que sinto, com o medo que tenho e de não poder controlar essa fera que está dentro de mim. Por isso, peço um pouco de sua atenção, vou contar o começo de tudo.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Devil’s Drink 29 – Mentiras...

Este drinque é especialmente preparado para Adriano Siqueira, escritor que muito tem me inspirado com suas mulheres poderosas e fantásticas. A história por sua vez foi preparada com base no conto "Mentiras são flores no jardim do mal", o primeiro conto do Adriano que eu li. Além disso, foi inspirado na música da Christina Aguilera  "Your Body", confira o clipe e a letra traduzida no final post.

ATENÇÃO: ESTE NÃO É UM CONTO PARA CRIANÇAS, RECOMENDADO PARA MAIORES DE 18 ANOS!!!



Devil’s Drink 29 – Mentiras...

 

            “Ela é tão linda...”, eu não parava de pensar nisso. Seu jeito é tão decidido, seu riso é tão meigo, sua boca é tão sensual. Eu não resisto! Eu tenho que tê-la em meus braços. O celular toca, a música era do recebimento de mensagens. Aperto os botões e leio algo que me deu ideias: “Amorzinho, venha até a minha casa, a porta estará aberta e eu estarei nua com aquilo quente só pra você. Venha logo.” Minhas pernas tremeram, estava muito excitado para ver minha lolita, minha doce lolita! Mal podia acreditar que ela me enviara uma mensagem tão safada! Eu a quero de um jeito ou de outro e hoje eu a terei!

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 37


Tristeza

 

            Os Senhores de Castelo conversaram entre si e decidiram resgatar Pilares sem Ferus. Ele ficaria sem o cilindro por enquanto. Questionado sobre o lugar onde o ilusionista Rubber estaria, o armeiro respondeu:
            – No lugar mais óbvio. – eles saíram juntos do último andar por uma última escada e foram olhar o que havia no topo do prédio.
            Lá fora, já de noite, no meio das nuvens altas, diversas luzes brilhavam intensamente. Holofotes iam de um lado a outro iluminando a grandiosa estrutura no alto do céu como uma enorme montanha cintilante.
            – Ele está lá, na plataforma da Cidade Alta...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 36


Matando Um Açougueiro

 

            – Então você está aí... Alquimista! – Ferus encarava o açougueiro mirando nele o canhão de seu cilindro. A criatura estava num quarto com pouca luz, sentado numa cadeira e balbuciava baixinho frases sem nexo aparente.
            – Tenho que salvar Monaro... Ele é meu amigo... A árvore de carne o levou... O ilusionista vai me ajudar... Eu sei que posso conseguir... Eu tenho tudo o que preciso aqui... Eu vou ajudar Monaro... Não posso deixar o meu amigo assim... Eu tenho que conseguir... O ilusionista me deu tudo... Tudo... Tudo... Monaro... Monaro... Se eu der isso pra ele, ele vai voltar ao normal... Vai ficar tudo bem... Tudo vai ser como antes... Tudo vai ser como antes...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Devil’s Drink 27 – Há muito tempo...

Drinque especialmente preparado para Morticia Naghshade, espero que esteja ao seu gosto my lady.
Para quem quiser saber mais sobre essa mulher poderosa, acesso o blog Contos de Vampiros e Terror, de Adriano Siqueira!

Devil’s Drink 27 – Há muito tempo...

 

            Fui chamado, no início do século 20, para participar de uma votação do conselho, sendo um mediador neutro. Nunca me interessei muito pelo que eu deveria fazer, vampiros e lobisomens ficam brigando por qualquer motivo, e meter demônios no meio da conversa me parecia demais para esses assuntos burocráticos tão chatos. Bem, como um representante das forças sobrenaturais eu tive de ir, mesmo a contra gosto.
            Naquele momento, a vida humana estava florescendo, revolucionando tecnologias e conhecimentos. No entanto, foi decidido que a reunião seria nos moldes mais antigos, com roupas de gala de corte sofisticado e requintado. As mulheres vestiriam belos vestidos de saia longa com corpete apertado evidenciando o busto e os homens iriam vestidos com roupas negras, colete e calças bem ajustadas e sapatos lustrosos. Não faz o meu feitio, mas me arrumei de acordo, amarrando o meu cabelo que era comprido na época.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 23


A Dama e O Guerreiro
 

            Nerítico estava atordoado. Sentia o seu peito nu se resfriar com o frio e se esquentar com a respiração quente de alguém que o rodeava. Seus olhos estavam vendados, não conseguia ver nada. Seu olfato, aguçado por causa da situação prolongada, sentia o cheiro de gordura sendo queimada. Suas mãos estavam presas por uma corrente acima dele que o fazia pender no meio do ar. Seus pés, igualmente amarrados, sentiam algo sob eles e se retraiam para manter distância.
            Alguém lhe tira a venda e o Senhor de Castelo contempla uma mulher (mulher?) estranha. Tinha feições femininas de certo, mas a face era dura, plastificada, inerte, brilhando o reflexo da única chama fraca que iluminava aquela sala. Seus olhos não se movimentavam, estavam fixos para frente. A boca permanecia fechada, nenhum movimento, completamente dura. A coisa, como o ultraquímico a via, levantou a sua frente um bisturi. Por um instante Nerítico pensou ser um daqueles que estavam e seu estojo. Não era. Aquele bisturi era velho, enferrujado e apenas a lâmina estava nova, recentemente afiada. A frase logo foi proferida:
            – O que você vai fazer comigo?! – gritou ele, sentindo o frio do medo lhe tomar por completo a espinha.
            – ... – a criatura não disse uma palavra, apenas passava a lâmina pela pele macia de Nerítico, deslizando suavemente, vertendo muito sangue.
            – Aaaaah!!!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Devil’s Drink 26 – Incapaz


Devil’s Drink 26 – Incapaz

 

            – Onde você estava? Espero que tenha encontrado um emprego! – este é o meu irmão mais velho, Pietro. Eu moro na casa dele, faço minhas refeições, uso a internet... Tudo sem pagar um único tostão. Eu não estudo, eu não trabalho. Aliás, acho que eu só dou trabalho. Eu deveria fazer alguma coisa para ajudá-lo, espero que eu consiga. – Ei! Está me ouvindo?

            “A minha história não deveria ser contada. Não que fosse ruim, só não é importante, a maioria das pessoas não acha importante... É o que eu penso. Eu vivo a minha vida assim, sonhando e apenas sonhando. Perdido num mundo de belas possibilidades, sem ligar para o dinheiro, sem me alimentar direito, sem ter uma vida social – nada além da virtual. E vivo nas redes sociais... Quero dizer, nem tanto, chega uma hora que elas enchem o saco e você está lá vidrado do mesmo jeito. Tenho consciência de que ficar no computador o dia inteiro sem sequer ver a luz do sol é um vício. Mas fazer o quê? Não tenho nada lá fora, eu não sei fazer nada que possa me dar dinheiro... Dinheiro, maldito seja essa desgraça que me impede de ser feliz, de fazer coisas... Argh! Isso me dá raiva!”

            – Lukas?! O que você foi fazer? – esse é o meu nome... – Você sumiu por três dias, me deixou preocupado!

            “Meu irmão... A gente nem se fala e ele insiste em cuidar de mim. Eu mal olho na cara dele. Por falar nisso, já faz um bom tempo que eu não falo nada pra ele. Que pena... Apesar de que eu tenho certeza de que não tenho nada pra dizer. Justo eu? Como poderia ter algo para dizer a ele? Talvez antes eu tivesse, eu acho. É que ele é um vendedor numa loja do nosso tio e a loja não tem tido muitas vendas ultimamente. Se as coisas não melhorarem logo podemos ficar sem a nossa casa. Eu não quero perder o lugar em que me sinto bem, que eu posso chamar de lar. Infelizmente esta casa é apenas alugada, só ficaremos aqui enquanto pagarmos em dia o que devemos e o meu irmão já está devendo dois meses. Meu irmão não quis contar nada pro nosso tio, mas também, ele nunca entenderia mesmo... Ele nunca fez nada por nós que realmente tivesse nos ajudado. Muitas vezes ele passa aqui, meio bêbado como sempre, fala um monte de besteiras, faz um monte de promessas e sai daqui sem nem saber o que fez, alimentando possibilidades que poderiam nos ajudar e que acabam por morrer, me deixando cada vez mais amargo”.

            – Lukas?! Você está me ouvindo? Seus amigos me disseram que você estava interessado em sites ilegais da internet, é verdade?

            “Amigos... É. Talvez eles sejam amigos afinal. Mesmo sem me ver eles prezam pela segurança de alguém que não estão vendo. Só tem uma coisa que eu odeio neles e no meu tio. Eles sempre dizem: ‘Você tem potencial’. O assunto morre por aí mesmo, eu odeio essa palavra. Potencial, potencial... Potencial do quê? O Brasil é um país cheio de potencial e continua na mesma merda de sempre! Meu ensino escolar foi ruim, meu ensino técnico foi mais ou menos e, quando eu pensava que o futuro de uma pessoa era ir pra faculdade, trabalhar e ter uma família, descubro que existem erros da natureza como eu que simplesmente falham e não vão pra frente. Faculdade... Esta aí um assunto que eu não tenho a mínima ideia de como lidar. Que curso eu poderia fazer? Aliás, não me preocupo com nenhuma mensalidade, me preocupo com o material, com os novos conhecimentos, com a falta de inspiração que eu poderia ter quando eu começasse a faltar e descobrisse que eu não quero mais estar lá pelo simples desgosto de ser um incompetente... É melhor que outros ocupem a vaga que eu poderia ter, pois tenho certeza de que nunca vou conseguir ter prazer em estar no meio das outras pessoas. O que me leva a questão do trabalho. Sabiam que eu já trabalhei na loja do meu tio? E um dia, quando tive um grande desgosto quando voltava do trabalho, depois te tanto tempo trabalhando lá, acabei por nunca mais aparecer na loja, sem dar nenhuma satisfação. Acho que era por que eu estava estudando ao mesmo tempo em que trabalhava, alimentando a imagem de tudo posso, tudo consigo com o dinheiro e quando ele me foi tirado por eu ter sido enganado, descobri o ser rebelde que existe dentro de mim. Fiz muita besteira naquela noite, enquanto meu irmão dormia. Desde então não falo com ele...”

            – Lukas?!!! Me diga, pelo amor de Deus o que você esteve fazendo? – tirei a mochila de um dos ombros e passei ela pra frente do corpo. Eu tinha acabado de chegar. De dentro da mochila tirei um maço de dinheiro. Eu já havia contado, eles haviam me dado dez mil pelo que eu fiz... – Da onde você tirou isso moleque?! Não me diga que entrou pro tráfico? O que nossos pais iriam pensar de você? Me diga? E o que iriam pensar de mim, por ter deixado você desaparecer desse jeito?

            “Eu acho que me importo... Eu não queria dizer pra ele, mas me importo. Das três coisas que devemos ter na vida adulta, a família com certeza é a mais importante, mesmo que você não saiba como se comportar ou lidar com ela, com outras pessoas. Não sei como esses sentimentos passam pela minha cabeça, não sei de onde eles vêm. Não queria me importar com nada, não consigo lidar com nada... Não consigo querer ter dinheiro, não consigo pensar em trabalhar, não consigo pensar no que fazer da minha vida. No entanto, insistentemente me passa pela cabeça esses pensamentos perfeitos de quando as coisas seriam simples e que tudo daria certo. Eu odeio isso. Quando penso na vida, começo a sonhar. Quando quero tornar os sonhos realidade, é justamente aí que eu vejo que as coisas não são fáceis, que você precisa se sacrificar para sobreviver e que você perdeu o ânimo, a vontade de viver, o gosto por aquilo que você fazia. Tudo fica tão insosso, um desgosto tão grande, que a única coisa em que você acaba por pensar é na morte, que a vida não tem significado nenhum...”

            – LUKAS!!! – eu desmaiei... – O que você fez?! Me fala!

            – Eu... Eu... – estava me sentindo muito fraco, o mundo estava girando.

            – Lukas!!! O que são essas bandagens na sua barriga?

            – Eu vendi o meu rim pra pagar as contas...

            – LUKAS!!!

...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Devil's Drink 25 - Ponto de Ônibus

Bem vindo Noite Sinistra, seja bem vindo ao meu humilde bar... :)
Devil’s Drink 25 – Ponto de Ônibus

 

            Numa noite chuvosa, o jovem Samuel chegou ao ponto de ônibus depois da faculdade. Sentou-se ali embaixo e começou a pensar na vida, nas repetidas vezes em que esteve nesse ponto após ter estudado tanto. Colocou os fones de ouvidos para escutar música e relaxou. Sempre tinha um homem alto e engravatado que aparecia naquele mesmo horário, vindo provavelmente do escritório em que trabalha. Já era costume de Samuel ficar observando aquele sujeito que ficava esperando o ônibus quase dormindo de tanto cansaço. Eles tomam ônibus diferentes e nunca conversaram, mas é sempre a mesma repetição, o estudante chega e em seguida o engravatado. Naquela noite chuvosa não foi diferente e Samuel logo avistou aquele homem.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 17


A Autoridade



            – O que você quer de nós, jovem incauto que vem de outra terra?! – Começou o pai de Darla com raiva, um homem de aparência decaída que não era nem a sombra do que já fora um dia, falando através da telepatia da filha. Mesmo que quisesse, ele não poderia falar de outro jeito, sua mandíbula fora arrancada por uma das grandes máquinas da Irmandade. No meio da luminosidade fraca, a imagem de sua face com a língua pendente era consternadora. – Se vamos morrer, deixe nos ter o nosso destino!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 16


O Mercado Negro

 

            Ferus trabalhou duro, se virou para conseguir concertar as dezenas de máquinas e terminou uma ou outra. A velha senhora estava contente, depois que viu tantas coisas funcionando de uma só vez, esqueceu se de seus problemas, ajudou o castelar incógnito a encontrar algumas peças aqui e ali, e lhe trazia o máximo de comida que podia – o que já não era muito pra ela.
Passado alguns dias, Dinha falou a Ferus que precisavam ir ao mercado negro, trocar algumas sucatas por comida e talvez conseguir mais alguma coisa pelas máquinas concertadas. O lugar não era longe, era escondido como a maioria das residências do planeta sem nome, sob um tipo de monumento discoidal feito de metal maciço, com um centro esférico que refletia luz, evitando que as pessoas que entram e saem daquele lugar sejam vistas durante o dia. O Senhor de Castelo colocou uma máscara de gás que cobriu todo o seu rosto, Dinha fez o mesmo e partiram para o mercado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 15


A Escolha

 

            Dimios estava sozinho no quarto, os dois meninos foram dormir em outro. Ele queria dormir, porém, os pensamentos o incomodavam, teria que tomar uma decisão difícil. Em sua mente, as instruções que o pergaminho mágico lhe passou diretamente para sua memória o perturbavam...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 14


Polímero Copiador



            Pilares e Iksio continuavam a serem perseguidos pelo estranho copiador de formas que insistia em deixá-los constrangidos:
            – Onde que você encontrou essa coisa multibiólogo?! – gritou o assaltante já sem paciência ao colega castelar.
            – Desculpe-me meu caro amigo, eu não o encontrei, ele me encontrou! – desculpou-se o arthuano, com sua educação refinada. – Eu estava pensando em lady Liliana de Tianrr e ele me apareceu exatamente na forma dela!
            – Hun... Lady Liliana...
            – O que disse?! – Iksio percebeu a expressão anormal de Pilares, quase perdendo a compostura.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 12


Nina



            A pequena garota estava de volta ao seu balanço, perdida em pensamentos:
            – Vocês todos serão meus... Cada estrela do céu será minha... Vou roubar todas elas de vocês... Como roubaram meus pais de mim... – seu tom era uma mistura de tristeza e raiva.
            O Thagir vermelho abriu a porta e entrou. Ele sentia algo diferente, a menina não estava animada e seu jeito infantil lembrava o rancor de um adulto. Percebendo que o escravo estava esperando para lhe falar, ela desceu do balanço e sorriu para ele, escondendo as emoções:
            – Veja meu Thagir vermelho, o céu não está lindo hoje? – a menina fechou os olhos, como se desse por satisfeita só com os poucos raios de luminosidade que atravessaram o largo buraco no teto.
            – Mestra Nina, consegui penetrar nos arquivos da Ordem dos Senhores de Castelo...
            – E o que encontrou?
            – Eles vieram buscar a população deste planeta...
            – E o Filho do Fim? – a expressão de Nina relatava dúvida.
            – Eles não vieram por esta missão... Acredito que talvez nem saibam que ele está aqui.
            – Mentira! – a garota gritou, bufando e batendo o pé no chão. – Eles sabem que ele está aqui! Alguém mandou uma mensagem para eles pelo sistema de transmissão codificado, o Informe do Multiverso! Não tem como eles ignorarem a maior lenda que os grandes oráculos contam... A não ser...
            – Creio que sim, mestra. – o Thagir vermelho parecia estar ouvindo seus pensamentos. – Eles querem dar prioridade à população. Elas precisam urgentemente de ajuda e o Filho do Fim é um perigo... Mesmo para eles! Tanto poder em um único ser que mal sabe manipulá-los.
            – Não podemos deixar que eles ponham as mãos nele! Eles não devem matá-lo!
            – Fiquei em dúvida...
            – Eu também...
– Eles realmente seriam capazes de matar uma criança para salvar todo o multiverso?
– Se depender da alma viva da ilha, eu creio que não...
– O que eles pretendem fazer com a criança então?
– Por enquanto fiquemos com a possibilidade deles quererem apenas ficar de olho nele e protegê-lo da Irmandade. Em todo caso, se nós não ficarmos com ele, iremos avisar o Grande Irmão da invasão da Ordem dos Senhores de Castelo...
– Voltaremos a nos encontrar com eles?
– Assim que eu estiver bem disposta... Saia. – o Thagir vermelho fez uma referência e voltou pela porta de onde veio.
Em seus pensamentos, a frase inevitável estalou: “Essa menina é perigosa... Até parece adulta! Espero que o Kullat faça alguma coisa, se ele não conseguir nos tirar das garras dessa menina...”
Ele se sentou de frente a um computador e teclava ruidosamente. Os arquivos dos Senhores de Castelo disponíveis estavam sendo baixados um após o outro. O Thagir vermelho estava lendo as fichas dos castelares e reparou em algo curioso:
– Não creio! Um deles não foi admito na academia! Hahah, essa eu pago pra ver!

...

            Nina havia voltado aos seus pensamentos, mas dessa vez ela estava em sua cama, vestida com um pijama de seda branca e macia. Havia colocado vários lençóis por cima dela para evitar o frio constante. Ela tentava dormir, pensando no que poderia fazer para conseguir o que queria. Em seus sonhos, uma música distorcida tocava, ficando normal de vez em quando mostrando ser uma cantiga de ninar sem letra. A garotinha via um berço branco, minimalista, de material sintético no centro de uma sala branca de iluminação indireta forte que a fazia franzir os olhos:
            – O quarto... – ela disse. – Sempre o mesmo quarto, o mesmo lugar.
            Ela se aproximou do berço, sua intenção era ver o bebê e tirá-lo de lá, porém, algo a impedia de prosseguir e recuava. Ficou ali algum tempo, observando. O bebê começou a chorar, ela tapou os ouvidos tentando evitar que eles estourassem com o barulho ensurdecedor. Ele parou por um instante e começou a falar com ela:
            – Nina, é você?
            – Sim, estou aqui...
            – Você vai vir me buscar?
            – Estou tentando...
            – Você vai vir me buscar?
            – Eu vou...
            – Onde está a minha mãe?
            – Não sei...
            – ... – o diálogo parou.
            – Eu vou te buscar... Você me espera?
            – Quem é você?
            – Sou eu, a Nina...
            – Quem é Nina?
            – Você vai saber quando nos encontrarmos...
            – Como vou saber quem é você?
            – Eu uso vestido vermelho, terei a mesma altura que você...
            – Onde está a minha mãe?
            – ... – Nina estava triste e começou a murmurar a mesma canção de ninar que fazia barulho naquele quarto.
            A sombra dela que estava praticamente apagada com tanta luz, começou a escurecer e a luz do quarto diminuiu. O perfil que se formava na parede não era ela, era de algum animal grande e curvado, com garras e uma bocarra que permanecia aberta. Tinha cabelos desgrenhados, mãos esguias com três dedos cada e a cintura mais fina que o tronco. Algum líquido pegajoso pingava de todo o corpo e, apesar de ser apenas uma sombra, o líquido era vertido também no quarto pela parede. A imagem de Nina escureceu e foi tomada pela escuridão, ao mesmo tempo em que a sombra clareava e se tornava nítida, parando antes que se pudesse ver o rosto da criatura. O murmúrio doce e infantil tornou-se um grunhido irreconhecível. Um homem entrou na sala e começou a atirar na criatura com um pistola de projéteis metálicos que feriram gravemente a criatura da parede, sendo que quem começou a sangrar fora Nina, a sombra do monstro. A criatura gemeu de dor e agonia, praticamente chorando, descendo pela parede até o chão. O homem pega a criança e sai correndo com ela nos braços. Nina e o monstro vêem a criança ser levada e esticam, ambas, as mãos na direção da porta que se fecha. Todas as luzes terminam de se apagar, deixando uma inconsolável solidão no peito da menininha...
...

            Nina acorda. Pela janela ela vê que já está de noite e limpa o rosto das lágrimas que escorreram durante o sonho. Sua raiva foi reacendida e tomou uma decisão. Vestiu seu vestido vermelho, colocou as fitas vermelhas no cabelo dourado e foi falar com o Thagir vermelho. Ele estava cochilando na cadeira em que estava sentado, o computador já havia se desligado com a falta de operação:
            – Meu querido Thagir vermelho, acorde... – ele acordou no susto e, esfregando o rosto, bocejou e se espreguiçou.
            – Já... Mestra? – as olheiras estavam bem marcadas no rosto.
            – Sim... Vamos matar aquele maldito intrometido que está com ele.
            – Sim... – o Thagir vermelho recolocou o casaco, desligou o computador e os dois saíram. Nina estava saltitante...

...