Devil’s Drink 19 – Preciso
de ajuda
En’hain não
estava muito bem, seus sentimentos estavam confusos... Eram aquilo sentimentos
de verdade? Essa era a pergunta que ele estava se fazendo naqueles dias
tumultuados de sua cabeça. O bar precisava de alguém mais responsável, talvez?
Ou seria uma das partes que constituíam o plano etéreo ou material que se digladiavam
dentro dele, o dragão da terra e o dragão do céu. Sua personalidade estava
sendo consumida a cada vez que ele precisava assumir o corpo metálico – com
certeza a batalha travada dentro dele deixava marcas profundas e violentas em
seu frágil ser.
Ele tentava
ater-se aos sentimentos que o seu coração lhe dizia, o carinho que tinha por
Akai, a amizade com Gurei, Sasha e Lady Neko e a sensação estranha quando se
encontrava com o Senhor Gunshin, o dono do bar. Mesmo assim, dia após dia,
algum problema lhe virava a cabeça e tirava-o do sério, estressando En’hain
tremendamente. Enfim, sua consciência acabou apagando. Os outros mal teriam
percebido isso, não fosse a garrafa de Devil’s Drink que se espatifou no chão.
O barman cambaleou, tentou se segurar nas prateleiras cheias de garrafas e foi
ao chão, derrubando tudo em que se segurara. Naquela noite o bar não iria
abrir...
Lady Neko
foi até o templo dos gatos chamar o vovô para que pudesse ajudar En’hain.
Enquanto isso, Akai e Gurei ficavam observando o amigo e Sasha limpava a
bagunça:
–Acho que
ele vai morrer... – Disse o neko russo com seu típico humor ácido e
inconveniente.
–...! –
Akai olhou pra ele com desprezo. – En’hain vai ficar bem, seu babaca!
–Tem
certeza Santiago? – O gato cinza sorria com um ar de cínico.
–Certeza
absoluta, Alexander! – O pequeno neko falava com firmeza.
–Depois
dele tanto ter cuidado de nós e da vila, nós nem notamos que ele estava ficando
doente... – Agora seu tom era mais amigável.
–... –
Gurei conseguiu fazer Akai ficar calado e desviar o olhar.
Indignado
consigo mesmo, o gatinho avermelhado saiu do quarto e foi se meter no meio da
floresta do silêncio. Gurei assistiu aquilo com muita curiosidade:
–O que será
que o seu amiguinho foi aprontar, En’hain?
O barman
não podia responder com clareza, mas balbuciava algo:
–Akai...
Akai... Akai... – No canto dos olhos, pequenas lágrimas escorriam.
...
Não dava
para saber se En’hain ficaria bem ou se Akai voltaria para o bar. A partir de
agora, o destino da Toca dos Gatos se tornou incerto...
...
“Onde
estão, onde se escondem os verdadeiros sentimentos? A noção de realidade foi
completamente perdida!” – Alguém chorava no velório.
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