Bem vindos os novos clientes Nanda Roque e Sérgio Carmach! Obrigado por integrarem a clientela deste humilde Bar! ^^
Ah, e um obrigado especial ao Ulisses Góes, também cliente do bar, por causa dele, as ondas de rádio estão me deixando sem dormir de noite... ^^'
E aos autores originais de Crônicas dos Senhores de Castelo, G. Brasman e G. Norris, por terem criado o personagem Iki-Dao no segundo livro - Efeito Manticore. Me identifiquei muito com ele, com sua dualidade de pensamento entre os irmãos. Então acabou saindo esse drinque... Divirtam-se! \o/
Ah, e um obrigado especial ao Ulisses Góes, também cliente do bar, por causa dele, as ondas de rádio estão me deixando sem dormir de noite... ^^'
E aos autores originais de Crônicas dos Senhores de Castelo, G. Brasman e G. Norris, por terem criado o personagem Iki-Dao no segundo livro - Efeito Manticore. Me identifiquei muito com ele, com sua dualidade de pensamento entre os irmãos. Então acabou saindo esse drinque... Divirtam-se! \o/
Devil’s Drink 22 –
Eles...
Dor de
cabeça... As dores eram fortes, En’hain as sentia latejando, praticamente
explodindo sua cabeça. O barman estava zonzo, talvez por que ele tenha dormido
durante três dias. Mas provavelmente era por outro motivo. Ele não sabia o que
fazer e foi descendo as escadas lentamente, quem sabe alguém reparasse nele e o
ajudasse. Ficou ali, olhando o movimento do bar, poucos degraus abaixo do topo
da última escada. Olhava para todos os lados, não conseguia ver direito. Sua
miopia havia voltado.
En’hain
tentou escutar e ouviu a voz de Gurei, o neko de pelos cinza-azulados e
tapa-olho no rosto que tanto o irritava. O tom de voz parecia diferente, ele
estava rindo:
– Não
acredito! É sério?!
–
Seríssimo! – uma voz forte e desconhecida falou.
“Será que
tem alguém novo no bar?”, pensou En’hain, que acabou percebendo outra coisa:
“Será que eu fui substit...” A palavra morreu em seus pensamentos diante do
choque.
– Ele não
tem a mínima noção do que está fazendo aqui! – continuo a voz estranha.
– Ele é
patético assim mesmo. Se bem que agora ele não está mais parecendo o que era...
– Gurei ficou pensativo por alguns instantes. – Não! Que ele se foda! – disse
com deboche.
“De quem
eles estão falando? Quem é esse outro?!”, continuava a pensar.
E a
conversa prosseguia:
– Então
Nox’en, me conta mais sobre os podres do dorminhoco... – En’hain sentiu sua
espinha gelar e sua garganta travar, engolindo a seco.
– Vocês
dois, calem a boca! Já estão me enchendo! En’hain isso, En’hain aquilo... Vocês
não tem nada melhor pra fazer! – disso uma terceira voz, também desconhecida.
– Tinha
mais isso aí... – falou o tal Nox’en.
– É mesmo!
Hahah... Ele sempre faz desse jeito quando está com raiva.
– Por que
vocês estar falando assim de En’hain? – disse Sasha, o lobisomem da casa.
– Esses
dois estão se divertindo à custa dele que ainda está dormindo... – disse o
segundo desconhecido.
–
Medíocres... Eles são medíocres!–
retornou a falar o primeiro em tom de discurso.
– Hahaha...
Se eu soubesse que você tinha um lado desses, eu teria te levado pra beber mais
cedo. – Gurei ria tanto que não se aguentava. – Hahahah...
– ...! – o
segundo sujeito fez alguma coisa que tilintou um barulho metálico.
– Ei! Larga
essa faca! Me deixa em paz Lidi’en! – o primeiro estranho devia estar fugindo
do outro.
– Não fale
mais assim dele! – En’hain ouviu o barulho da faca sendo cravada na parede.
“Quem é
esse que quer me defender desse jeito?”, no seu canto, os pensamentos de
En’hain fluíam confusamente. Afinal, eles estavam falando mal ou bem dele? Ele
ficou ali, ouvindo mais da conversa:
– Rapazes!
– era Lady Neko que falava agora. – Não briguem, vocês mal chegaram e já querem
causar problemas?
– Foi ele
que me irritou, Lady Neko! Esse imbecil sem cérebro que não sabe o que faz e
fica ridicularizando os outros... – seu tom era áspero e rancoroso.
– E eu
tenho culpa dele ser tão ridículo?
– Aiai...
Será possível que vocês não conseguem chegar a um acordo?
– NÃO! –
disseram os dois ao mesmo tempo.
– Nossa...
– Lady Neko, com toda a sua delicadeza, se sentiu acuada pela agressividade dos
desconhecidos... E deu um belo tapa nos dois.
–
Brutamonte! – gritou Nox’en, enraivecido.
– Por
quanto tempo isso vai continuar? – disse Lidi’en, se acalmando.
– Até você!
Essa eu não esperava... – Nox’en estava contrariado.
En’hain
também se fez essa mesma pergunta e, em seguida, sua cabeça voltou a latejar.
As dores foram fortes e ele desmaiou, caindo escada abaixo, assustando todo
mundo:
– En’hain?!
...
Era de dia,
pela manhã. En’hain sabia disso por que nesse horário os raios de sol batem
diretamente na cabeceira da cama do senhor Gunshin:
– Ele devia
mandar fazer uma persiana...
– Depois eu
faço... Você está melhor?
– ... –
En’hain franziu os olhos tentando enxergar, fazendo cara feia por saber que era
o sumido que estava ali. – Acho que estou...
– Tome,
aqui estão os seus óculos.
–
Obrigado... – finalmente ele conseguiu voltar a enxergar, ficando calado
encarando o dono do bar.
– Você já
sabe?
– Que fui
substituído? Eu fiquei ouvindo os dois sujeitos ontem conversando com o pessoal
como se eu já estivesse morto. – suas palavras eram pesadas por causa do
ressentimento. – Eu pensei que finalmente tivesse encontrado um lugar onde eu
deixasse de ser inútil. E tão logo eu passo mal já sou substituído...
– En’hain?!
– O que
foi? Você já fez as minhas malas, não foi?! Estou ficando de saco cheio de tudo
isso aqui, de não fazer parte disso... – ele encostou a cabeça em cima dos
joelhos que estavam próximos ao corpo e virou-a para o outro lado, chorando.
– Rapazes,
entrem logo, antes que ele piore! – gritou Gunshin para os outros que estavam
do lado de fora.
En’hain
estava curioso, quem eram aqueles que o substituíram? Ele virou o rosto para
olhar e viu dois homens, de estatura mediana como a sua e que tinham exatamente
a mesma altura. Pareciam gêmeos, porém, eram diferentes. Um tinha cabelo
amarelo loiro perfeitamente penteado, olhos vermelhos, usava um avental do bar
sobre uma roupa simples, uma camiseta e uma calça jeans azul que En’hain
reconheceu como suas, do dia em que ele chegou ao bar. Sua expressão era como
se quisesse pedir desculpas, sem coragem para dizer nada. O outro estava
irrequieto, como se estivesse com raiva. Ele tinha cabelo castanho alaranjado,
lembrando a cor do cobre polido, espetados para cima; usava um casacão de frio,
o mesmo que Gunshin usara na noite de inverno do seu encontro com En’hain; por
debaixo ele tinha o uniforme de barman da Toca dos Gatos – camisa branca, calça
e colete pretos com uma gravata borboleta na cor vermelha. O primeiro decidiu
quebrar o silêncio e começou a falar:
– Eu sou
Lidi’en... E esse é o Nox’en... – enquanto ele tentava encontrar as palavras
certas, o outro simplesmente levantou a mão para dar um oi, sem dirigir a
atenção. – Nós somos... O que nós somos mesmo Gunshin?
– Personas
interiores...
– Sim, isso
mesmo... Eu e Nox’en...
– O burro
vai na frente... – interrompeu o irmão.
– Vai
começar de novo?! Nem na frente dele você vai ser mais educado?
– Não é
você que gosta de ser educado? Então, eu quis dizer que o certo é você falar
sobre você por último...
– Eu só me
complico... – Lidi’en colocou a mãos na frente do rosto, apertando as têmporas.
– Então... Nox’en e eu...
– Agora
sim!
– Pare de
me interromper, caramba!
– Eu não
sou caramba! – os dois não paravam de discutir.
– O que é
uma persona interior, Gunshin? – perguntou En’hain, mais confuso do que nunca.
– São partes
de você...
– Como
assim?
– Eles
saíram de você...
Gurei
gritou do lado de fora do quarto:
– Parabéns...
Mamãe! – ele ria descontroladamente, chegando a chorar.
– ...! –
En’hain ficou sem palavras...
– Você não
é mais o último draconiano da Terra... – completou Gunshin, que batia levemente
em seu ombro.
– Por que
comigo?! – ele não sabia o que fazer e começou a rir e chorar ao mesmo tempo...
– Por quê?!!!
...
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