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terça-feira, 22 de maio de 2012

Gatos, gatos e mais gatos! Nekos, só pra variar...


            Este é um acumulado de imagens de gatinhos que eu compartilhei no facebook, como não poderia deixar de ser, os comentários sobre os meus próprios gatos ficaram super divertidos. Confira!
001 - Gurei... é você? O.O
002 - “Fique quietinho, tô tentando dormir...”


003 - Akai, seu bichinho bobo, onde você se escondeu meu filho! ^^
004 - Chiii... Gurei, para com isso... Tá me assustando... ._.
005 - Neko! \o/
006 - Fica não...
007 - Gurei?! O.O Gatinho mal, olha a liguinha pra você também! :P
008 - Akai, seu gatinho bobo... =3
009 - Gostei dessa Akai! ^^
010 - Akai! O que aconteceu com seu pelo! O.O
011 - Tá certo Gurei, mas precisava ser chato logo comigo?! -_-'
012 - Seus gatinhos maravilhosos! *¬*

013 - Nunca mais deixo o Gurei usar o pc... Até ele ficou viciado! ._.'

014 - Akai, Gurei... Parem com isso... ._.'



 
            Se você adora gatos e tem sugestões pra mim, pode mandar! Ficarei feliz - *sorriso de gato* - em fazer mais posts como este! =3


Devil's Drink 16# - Sasha

            Um dia como os outros, En’hain estava cuidando da Toca dos Gatos sozinho, Gurei havia levado Akai para passear pela vila e comprar alguns docinhos que, sem motivo aparente, haviam acabado. En’hain pensava na vida, lembrando de sua velha sina. Desconhecer o futuro, não entender o presente e não querer lembrar-se do passado sempre o atormentava. Mas tinha bom coração, era o que importava. Talvez sim, provavelmente não...
            Ao sair para limpar a entrada, En’hain se deparou com um inunin, um homem cão, um lobisomem se preferirem. Ele estava esfarrapado e parecia com fome. Qual não foi a surpresa de En’hain quando ele disse:
            –Se me der um prato de comida, passo varrer pra você. – O homem cão parecia meio constrangido em dizer aquelas palavras, qualquer um ficaria constrangido em falar algo parecido.
            –Entre... – Disse En’hain, lembrando que seu amigo Gurei um dia também havia chegado à Vila dos Gatos num estado parecido.
            Lá dentro, En’hain não se demorou na cozinha e serviu um prato de sopa bem quentinho que já estava preparando para o almoço. Um prato a mais servido não faria falta. En’hain ficou admirando o novo espécime que conhecera, tinha cara de cachorro, diferente dos nekos que geralmente tem uma forma mais humana e que podem se transformar em completamente em humanos ou completamente em gatos. O ‘cão sem dono’, como En’hain achava lhe parecer melhor o convidado, verteu a sopa com entusiasmo, chegando a pedir mais algumas vezes. Estando satisfeito, levantou se, pegou a vassoura e foi varrer a entrada do bar, como havia prometido. En’hain sorriu:
            –Meu nome é En’hain, qual é o seu? – Perguntou, percebendo o deslize.
            –Meu nome ser Sasha, eu vir do grande mãe Rússia. – O inu abriu as mãos tentando demonstrar o quão grande era o seu país.
            –Então é russo... Não deve conhecer esta região da Europa, eu presumo.
            –Dah! – En’hain não falava russo, mas sabia que aquilo significava sim.
            –E o que te trouxe a essas bandas?
            –Estar procurando amigo...
            En’hain sentiu certa nostalgia, estava achando aquela simples conversa algo incrível:
            –Hun, e sabe onde ele está? – Indagou En’hain.
            –Ele partiu pro Vila dos Gatos, saber onde é?
            –Meu amigo, você está nela! – En’hain pôs a mão no ombro do inu, que começou a abanar a longa cauda freneticamente.
            –Então você conhecer um gato de pelo cinza azul com um olho?
            –Isso até parece de javu! Então você conhecer Gurei? Quero dizer, ele trabalha aqui...
            –(Finalmente!) – O inu falava em russo, mas sua animação era compreensível, aparentemente ele deve ter feito a mesma loucura que Gurei. – Encontrei Alexander!
            –Heheh... – En’hain sorria, mas em seus pensamentos ele pensava algo como “Porque aquele desgraçado não me disse?”.
            Nesse momento Gurei, que trazia Akai nas costas, estava chegando ao bar:
            –En’hain! – Gritou ele sem perceber que Sasha estava ali. – Como é que você agüenta essa pirralho o tempo to... do... Mas que merda é essa?!
            –Me parece que um amigo seu da Rússia veio te visitar... – Disse En’hain, com um sorriso sarcástico no rosto enquanto pensava: “Heheh, se fudeu!”
            –Alexander... – O cara de cachorro estava atônito com a chegada de seu amigo. – Senta! – Disse de repente e entrou dentro do bar.
            –Ora seu! – Gurei xingou muito o inu, falando pela primeira vez em russo ao mesmo tempo em que deixou Akai no chão e ia sentando calmamente, do jeito dele, numa cadeira das mesas externas. – En’hain, seu desgraçado, onde foi que você achou o Sasha?!
            –Nyaaa?! – Akai estava confuso com aquilo.
            –Então ele é o seu dono?! Pensei que tivesse sido criado por humanos...
            –Argh! Eu fui... Pelos pais dele, ele era muito pequeno pra saber da minha existência... Aliás, eu não tinha a menor ideia de que ele era um lobisomem...
            –Heheh... – Akai subiu nas costas de En’hain enquanto isso.
            –Tire esse sorrisinho da cara, senão eu arranco o teu coro de dragão! – Gurei apontava as garras felinas com olhar assassino.
            –Relaxa! – En’hain olhava para Akai que estava com a cabeça em seu ombro.
            –Ahn? – Gurei estranhou, pensava que En’hain iria tirar sarro da cara dele.
            –Ele era diferente, não era? – En’hain deu um pirulito para Akai.
            –...?! – Gurei parou por um instante, desviando o olhar em seguida.
            –Me diga uma coisa, o que os pais dele faziam? – En’hain deu um pirulito pro Gurei também.
            –... – Gurei hesitou por um instante. – Eram da máfia russa...
            –Então tá explicado... Veja, ele está voltando.
            O dialogo estava se desenrolando em russo no começo, mas acabou por terminar na nossa língua:
            –Por que você fugir? – Perguntou Sasha.
            –Porque eu quis... – Gurei desviava o olhar.
            –Ele não aguentava mais os maus-tratos... – Se intrometeu o barman.
            –En’hain não se intrometa na nossa conversa! – Gritou Gurei.
            –Nem pensar... Você é meu amigo e ele precisa saber... – En’hain fazia cafuné em Akai.
            –Saber o quê? – Procurou saber o cão russo.
            –Droga! Ele não precisa saber... – Gurei estava muito exaltado.
            –Saber o quê?! – Insistiu Sasha.
            –Foram os seus pais que deixaram essa cicatriz no rosto dele...
            –Filho da puta! En’hain, você me paga!!! – Gurei estava mais violento que gato com medo com de água que sabe que vai tomar banho.
            –Eu já saber... – Falou Sasha.
            –Ahn?! – Gurei estava confuso.
            –Como é?! – En’hain pensava, “estragou tudo”!
            –Por isso vir atrás de você, você esquecer isso. – Sasha tirou de sua velha sacola o maior tesouro de Gurei.
            –Minha caixinha! – Uma lágrima despontava no canto do olho de Gurei.
            –Você não tinha perdido ela?! – Perguntou En’hain.
            –... – Gurei ficou olhando para ela por um momento. – Podem nos deixar a sós?
            –Claro... – O que En’hain pensava por trás do sorriso forçado era algo como: “Caralho, justo na melhor hora!
            En’hain se retirou com Akai e foram pra dentro do bar. O barman terminou de fazer a sopa – Sasha tinha tomado mais da metade. E ficou pensando no que os dois estavam falando lá fora:
            –Nyaaa?! Você não quer saber o que os dois estão fazendo? – Perguntou Akai.
            –Não, não quero Santiago... – En’hain estava perdido em seus pensamentos.
            –Nyaaa?! – Akai estranhou um pouco ser chamado pelo nome.
            –E você, bichinho levado, trate de escovar mais os dentes. Comendo tanto doce assim você vai acabar ficando com cárie.
            –Nyaaa... – Akai não gostava que mandassem nele, mas estava curioso. – Como você sabe?
            –Eu apenas sei, meu amigo.– E ficou olhando para na direção da porta, pensando no que acontecia do lado de fora. – Eu apenas sei...
            Foi assim que na Vila dos Gatos começou a ter também um cachorro...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Devil's Drink - 12# Shot

            “Meu mundo caiu...”, não havia mais nada no que pensar. A desgraça se abateu de vez sobre a pobre vida de En’hain. A cena havia ficado marcada para sempre em sua memória, aquele fogo que ardia e queimava, não podia ser apagado. As salamandras ficaram furiosas com o roubo de sua jóia tão preciosa, a lágrima do sol. Normalmente elas podem até ser temperamentais e soltar fagulhas de raiva, mas sem a jóia elas mostrariam ao mundo sua verdadeira face, uma face cheia de queimaduras profundas e sentimentos amargurados. Ninguém odeia mais os seres humanos do que os filhos do sol. Há tempos eles têm aturado os seres humanos, ignorantes e cegos, utilizarem suas energias para a desgraça, para atos de torturas indescritíveis, para os atos mais selvagens que se possa imaginar. Eles queriam um basta. Inevitavelmente, o primeiro alvo que os seres do plano transversal poderiam encontrar no plano físico era a pequena vila dos gatos. A magia antiga que protege a vila, a parede de silêncio, era algo que impediria a saída deles pelo poço profundo. O jeito era apelar para o guardião que nunca está presente...
            Para chamar sua atenção, as salamandras fizeram o que tinham que fazer, o que sabem fazer de melhor, queimar. Elas não precisaram mais do que seus milhões de milhares de pequenos soldados, as fagulhas. Aquilo era mais que o suficiente para chamar a atenção de um Gunshin, título dado aos seres capazes de destroçar exércitos sozinhos, pois aquilo que eles atingiram era o seu bem mais precioso. Porém, chamaram a atenção do draconiano errado. Infelizmente, o Bar Toca dos Gatos não era o bastante para chamar a atenção dele, ele tinha lugares maiores e mais importantes para cuidar em outro planeta. Mas aquilo o era para En’hain, era tudo que ele tinha, um lugar onde finalmente havia encontrado a paz para consigo mesmo, um lugar onde nada importava. Ter uma vida miserável muda muito a maneira de pensar das pessoas, deixa os sentimentos a flor da pele, você passa a considerar coisas que, se já estivessem lá, você não daria valor, ao menos não tanto valor quando não as tem. A Toca dos Gatos estava em chamas, se desfazendo em carvão e fumaça, com todo mundo lá dentro. Nada poderia evitar aquela desgraça senão os reis das salamandras ou o Gunshin, que possui poderes misteriosos e capazes de superar a influencia dos reis elementais sobre seus soldados. Nada mais...
            En’hain se perguntava:
            –Por quê? Porque você nunca está aqui? Porque ao invés de proteger aquilo que mais amo e preciso, você está pensando em mim sem nunca estar presente?
            Aquilo era demais para o pobre coração de En’hain, tão desgraçado por sua existência sem sentido, sem futuro, sem perspectiva. “Quando você finalmente tem coragem para ter alguma esperança, nesse momento as maiores desgraças vão se abater sobre você e arrancá-las com crueldade e requintes demoníacos.”, era tudo que ele conseguia pensar.
            –Eu sabia, desde o começo eu sabia, isso sempre acontece, sempre acontece. Uma hora vamos perder tudo, não é? A pessoa que amamos irá morrer, não é? Então pra quê tudo isso, se todos os sonhos são feitos para serem despedaçados? Sou eternamente amaldiçoado e mal dito no céu e na terra por ser a desgraça que sou... Porque insistem em me manter vivo, pensando, odiando, sentindo esse sabor amargo sem nem ter noção do que realmente é o amor?
            Lágrimas desciam freneticamente de seus olhos, lágrimas de verdade, ele não conseguia se conter. Seus sentimentos que tanto controlam seus poderes entraram em colapso. Seus corpos etéreo e físico estavam distorcidos. O que estava dentro queria vir pra fora, o que estava fora queria ir para dentro, o choque causava interrupções no processo. Suas escamas que tanto rasgavam sua carne agora estavam fluídas e quentes, sua pele necrosava ao mesmo tempo em que o metal líquido era vertido pelos poros. Suas veias também ficaram repletas dos líquido fumegante. Qualquer um sentiria imensa dor se isso lhe fosse incutido, no entanto, En’hain permanecia estático, não havia como outra dor no mundo superar aquela que ele sentia, o sentido de perda, de que o mundo havia caído em definitivo. Ele sentiu-se tonto, perdeu o equilíbrio e caiu para trás, tornando-se uma grande poça de metal líquido. Não conseguia se mover, perdera todo o controle sobre o corpo. Tentou respirar, estava hiperventilando, e parou, ficou estático novamente. Todas as sensações haviam cessado, seu pulso estava inerte, sua vida não mais habitava aquele corpo. De resto, seus órgão internos ficaram boiando no meio da poça de metal líquido...
            –En’hain acorda!!! – Gritou Gurei sacudindo o barman.
            –Nyaaa! Acorda! – Disse Akai preocupado.
            –Ahn? O quê? – Fez En’hain acordando.
            –Cara, você teve outro pesadelo daqueles!
            –Nyaaa! Cê tá bem? – Akai olhava com seus olhinhos preocupados.
            –Acho que estou bem sim... – Disse passando a mão na cabeça.
            –O que foi que aconteceu dessa vez? – Perguntou Gurei.
            –Cheguem mais perto... – Os dois se aproximaram para ouvir e foram fortemente abraçados. – Eu não quero perder vocês...
            –Mas que porra é essa? – Disse Gurei estranhando toda aquela afeição. – Você bebeu foi?
            –Nyaaa?! – Fez Akai.
            –CALA A BOCA GUREI! Agora nada mais importa, vocês estão aqui, só isso que importa. – En’hain derramou suas lágrimas de metal, tudo parecia estar normal, era apenas mais um sonho...
            –Café da manhã! – Disse Lady Neko entrando no quarto, trazendo uma bandeja grande cheia de docinhos, pãezinhos e café para todo mundo.
            –Oba, o rango chegou! – Se alegrou Gurei.
            –E você En’hain, melhorou? Você passou a noite gemendo de dor e com febre, assustou todo mundo.
            –Estou bem sim, Lady Neko, obrigado.
            –Esse é meu! – Disse Gurei pegando o pãozinho de Akai.
            –Nyaaa! Eu quero! – Akai ficou tristonho.
            –Gurei, devolva já o pãozinho do menino! – Disse Lady Neko, dando uma de mãezona.
            –Tá bom, toma...
            En’hain sorriu, ele não queria contar, a perda de tudo, bem na sua frente, era aterrador demais para pensar. Ele bloqueou voluntariamente aquilo e fingiu não se lembrar. Mas ainda assim ficava a questão: “Quando você encontra algo que procura, algo que procura de verdade, será que o universo vai conspirar para que você permaneça para sempre com aquilo ou será que é sempre inevitável perder algo como aquilo que En’hain tinha finalmente encontrado?”. Ele não sabia, era melhor não pensar naquilo...

sábado, 5 de maio de 2012

Devil's Drink - 11# Shot

            O Bar Toca dos Gatos abre praticamente o ano inteiro, exceto por um único dia: O dia das Bruxas. Segunda a antiga tradição celta, o ano começaria no dia primeiro de novembro, sendo este um dia sagrado – o dia de todos os santos. Eventualmente, o dia anterior é considerado um dia escuro, onde seres do plano transversal sobem a superfície. A vila dos Gatos é protegida por uma magia antiga chamada parede de silêncio que não deixa o plano transversal passar para o plano físico. Porém, nesse dia, as criaturas do abismo, os amorfos, conseguem ultrapassar essa barreira e ficam perambulando pelas ruas da vila. Aquele que for pego por uma dessas criaturas nunca mais volta a ver a luz...
...

            –Akai, saia já dessa janela! – Disse En’hain já sem paciência.
            –Nyaaa! Eu quero ver... – O gatinho fazia beicinho.
            –...! – En’hain fechou a cara.
            –Tá bom... – O gatinho estava se retirando.
            De repente, ouviu-se um barulho do lado de fora. De súbito, Akai voltou para a janela esperando ver alguma coisa:
            –BUU! – Um ser disforme apareceu na janela.
            –NYAAA!!! – O gatinho se assustou e se escondeu debaixo de uma mesa.
            –Gurei, vá à merda, seu desgraçado! Tem nada melhor para fazer não? Assustar o pobre do Akai desse jeito... – Gurei sai debaixo de um lençol completamente preto. – Entre já, essas criaturas vão aparecer a qualquer momento.
            –Hahaha, você devia ter visto a cara dele. – Gurei entrou no bar. – Foi hilário... hihihi.
            –Ha-ha... Muito engraçado... Estou rindo muito com isso... Canalha!
            En’hain foi para trás do balcão, onde limpava os copos, pensativo. Akai olhou para Gurei e correu para trás do balcão ainda nas quatro patas:
            –Nyaaa! Lady Neko? – Perguntou Akai.
            –Sim... Ela foi ficar com o vovô gato, o Nekomata... Espero que ela fique bem...
            –Que preocupação é essa? A vaca leiteira sabe se cuidar muito bem...
            –...! – En’hain olhou para Gurei com um olhar assassino... – Não é isso...
            –O que é então? Não vai me dizer que...
            –Qual é o seu problema, hein?
            –Você é mesmo muito engraçado, haha... Você está tendo sensações esquisitas de novo! – Gurei não se aguentava de rir.
            –Vá-te catar Gurei... – En’hain joga o copo que enxugava na cabeça de Gurei.
            –Ai, cacete! Doeu... – Gurei esfregava o galo na cabeça. – Não tinha nada mais duro não?
            En’hain olhou novamente com seu olhar assassino e começou a apontar uma garrafa das grandes:
            –Tá bom, tá bom... Não tá mais aqui quem falou... Sossega dragão! – En’hain apertou forte o punho enquanto uma veia na sua testa saltava. – Vixi!
            Akai ficava meio escondido atrás do balcão, apenas com seus olhinhos e com suas orelhinhas aparecendo. En’hain fez um cafuné nele e voltou a enxugar os copos do balcão. Então alguém começou a bater freneticamente na porta:
            –Quem será? – Disse En’hain se dirigindo à porta.
            –En’hain, meu querido, preciso de ajuda! – Disse Lady Neko afoita.
            –Espere aí, o que foi que acontece? Porque você está assim.
            –Tinha um pequeno neko lá no templo do vovô gato... Eu não encontrei ele e o neko tava desmaiado... eu vim correndo sem saber o que fazer...
            –Quê? Não dá para entender nada dona peituda...
            –O QUE VOCÊ DISSE?! – Lady Neko acertou aquela garrafa grande que En’hain pensava e jogar.
            –Gurei tem razão, não deu pra entender nada. Pode repetir, com mais calma dessa vez?
            –Ei, ninguém vai me ajudar não? Acabei de ser bombardeado!
            –Bem, eu cheguei ao templo e não encontrei o Senhor Nekomata. – Lady Neko se sentou num dos bancos do balcão para se acalmar. – Não tinha ninguém lá, exceto um pequeno neko muito bonitinho, eu me aproximei um pouco e ele desmaiou. Vim pra cá correndo.
            –Certo, vamos até lá ver direito o que aconteceu. Akai, você vem com a gente...
            –Nyaaa! – O gatinho ficou feliz.
            –Não é segurou pra ninguém ficar sozinho... – En’hain olhou para Gurei. – Você não vem?
            –...! – Gurei saiu andando como uma múmia, lento e todo enfaixado. – Eu tô bem, me deixa, eu tô bem...
            Durante todo o trajeto até o templo eles ficavam juntos, tomando cuidado para não esbarrar com nenhum amorfo. Eles estavam muito juntos:
            –Desencosta, cacete! Assim vocês me sufocam! – En’hain empurra os outros três para respirar melhor.
            –Nyaaa?! – Fez Akai.
            –Você pode subir nas minhas costas... – Os outros dois olharam para aquela cena. – Nem pensem nisso vocês dois! Onde já se viu...
            Continuando a caminhada, os quatro chegaram ao templo xintoísta dos nekos, um lugar típico dessa cultura, exceto pelos grandes gatos de pedra ladeando o portal vermelho. Cada gato levantava uma das patinhas ao lado do rosto, como quando estão tomando seu banho de língua – os do lado direito estavam levantando a pata esquerda e os do lado esquerdo a pata direita. As grandes árvores ornamentais traziam pureza ao lugar, tornando aquele dia sombrio mais bonito. Dentro do templo, encontraram o tal neko, no mesmo lugar que Lady Neko o havia deixado:
            –Vejam, ele está ali. – Lady Neko apontou para o jovem neko.
            En’hain correu para perto dele, depois de descer Akai de suas costas. Tomou seu pulso, viu sua respiração, tinha um pouco de sangue no nariz... Concluiu que ele apenas tinha desmaiado e que estava bem:
            –Lady Neko, o que exatamente aconteceu aqui? – Perguntou En’hain.
            –Como assim, eu estava aqui, ele desmaiou...
            –Você abraçou ele? – Indagou En’hain.
            –Ahn? Acho que sim... Isso é ruim? – Lady Neko era muito inocente.
            –Já sei o que aconteceu... Acorda vovô, eu sei que é você!
            –Ta-dá! – Uma pequena explosão de fumaça e o jovem neko se revelou o velho Nekomata da vila. – Gostaram da transformação? Aprendi com uma velha chaleira lá no Japão...
            –Só você mesmo, velho tapado, pra fazer uma brincadeira dessas em pleno dia das bruxas. – Disse Gurei.
            –Você devia se envergonhar por fazer uma confusão dessas! Você devia se envergonhar!
            –Eu estava tão preocupada, vovô... – Lady Neko sentiu algo estranho lhe tocando. – Mas agora que eu sei que o senhor está bem!
            Lady Neko deu um murro e tanto na cara do velhinho tarado:
            –Eles são lindos, eles são tão lindos... – Dizia o Nekomata, abrindo e fechando as mãozinhas no meio do ar, com a cabeça afundada no chão, revirando os olhos.
            Já que todos estavam ali, lá ficaram. Naquele dia, não apareceu nenhum amorfo...
            –Ahn? – Disse um amorfo no meio da rua.
            Foi isso...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Devil's Drink - 10# Shot

            Nem todos os clientes que chegam a Toca dos Gatos conseguem ficar quietos curtindo em paz, tomando suas bebidas. Alguns teimam em arranjar brigas por puro egocentrismo. Uma vez, numa noite fria de neve de inverno, dois guerreiros de lugares distintos foram ao bar para ter alguma diversão e descobriram-se insuportáveis. Um se chamava Auran, um artífice – guerreiro que preza pela beleza e perfeição de suas missões mais do que pela batalha; o outro se chamava Hidari, um típico guerreiro que conquista tudo através das batalhas, no cara a cara, no mano a mano – nem preciso dizer o quanto ele é esquentado. Auran tem por arma uma harpa, tirando desde melodias incríveis a terríveis réquiens. Hidari usa a grande espada, uma arma maior que seu próprio corpo e tão grande quanto ele, diga-se de passagem. Eles são opostos que definitivamente não se atraem...

...

            Hidari chegou fazendo um escândalo:
            –GARÇOM!!! Eu quero sua melhor bebida!!! Minha goela está mais seca que o deserto do Saara!!! – Ele se sentou num dos bancos junto ao balcão.
            “Sujeitinho deplorável”, pensava Auran já sentado justamente no banco ao lado. En’hain fez como sempre, preparou a melhor bebida do bar, a Devil’s Drink – uma bebida alucinógena que faz quem o bebe vislumbrar um sonho. Hidari ia começar a beber, não fosse ele ter notado a grande beleza e satisfação da casa, Lady Neko:
            –Chega mais gatinha, o papai aqui quer te fazer muito feliz essa noite!
            –Miau! – Lady Neko se assustou com o puxão que Hidari lhe fez, deixando cair o pedido de um dos clientes que não ficou nada satisfeito com a atitude daquele homem:
            –Solta a moça. – Disse Auran. – Não está vendo que ela não quer nada com você?
            –E quem é você sujeitinho metido? Mamãe não lhe avisou que só deveria sair de casa depois que saísse das fraudas? – Hidari se referia à aparência franzina de Auran, deixando Lady Neko de lado.
            –... – Hidari não falou, na esperança de que o imbecil que estava a sua frente percebesse o erro que cometera.
            –É melhor ficar calado mesmo, frangote... – Hidari ia levar o copo da Devil’s Drink à boca, não fosse ele ter quebrado na sua mão. – Que porra é essa?!
            –Lá fora, agora... – Auran saiu de dentro do bar e foi para a praça da vila e Hidari foi atrás, ambos calados.
            Os dois ficaram se encarando por algum momento, esperando ver quem começava. Como o assunto não ia pra frente, Auran falou:
            –Pro seu próprio bem, acho melhor você pedir desculpas... – Hidari começou a rir descontroladamente.
            –Hahaha... Nem a pau! – Sua cara ficou séria de repente e partiu para cima de Auran, sacando sua espada.
            –Acho que vou precisar ser mais duro com você criança. – Auran saltou, desvencilhando-se facilmente do golpe, o que deixou Hidari vermelho de raiva.
            Com precisão e rapidez, Auran abriu o estojo de sua harpa oriental de treze cordas, sentou-se e começou a tocar sua música mais conhecida, a sinfonia das facas. Hidari começou a ser golpeado constantemente pelo próprio ar, que lhe fez alguns cortes superficiais. Ele colocou a grande espada na frente do corpo e a enterrou no chão, impedindo os golpes de fazerem mais estragos. Auran cerrou os olhos:
            –Você realmente pensa que algo assim vai me impedir? – Ele mudou a maneira como tocava a harpa e as facas de ar começaram a dar a volta por trás dele.
            –Desgraçado! – Depois de alguns corte, Hidari tirou a espada do lugar e deu um forte giro de trezentos e sessenta graus, mandando uma forte onda de ar que quase atingiu Auran que saltou bem alto dali mesmo. – Haha! Esse jogo é para dois, seu metido!
            –Me parece que o imbecil está se divertindo com nossa pequena disputa? – Hidari se enraiveceu mais ainda. – Ter prazer numa luta de honra é para os ridículos!
            –Miserável! – Mandou outra onde de choque para cima de Auran. – E o que você entenderia miserável! Um guerreiro de verdade vive pela sua batalha!
            –Tolo! – Auran pulou novamente para longe. – Só os tolos têm prazer em tirar a vida do próximo!
            –Ora.. seu!
            De um lado, Hidari mandava ondas de ar comprido sucessivas tentando acertar Auran; do outro Auran aumentava a intensidade de sua sinfonia de maneira frenética, sem, no entanto, estar parado. A disputa se prolongava por apenas alguns minutos, mas o estrago que causava a pequena vila dos gatos era grande. Os nekos estavam preocupados, o Senhor Gunshin estava fora de novo e se aquilo se prolongasse ainda mais, a vila poderia sofrer grandes consequências.
            –E o que você pensa em fazer? – Perguntou Gurei a En’hain.
            –Eu vou dar um jeito...
            En’hain foi mais próximo que pode daquela guerra insana e tentou falar com os dois:
            –PAREM JÁ COM ISSO! – Os dois olharam para En’hain, se entre olharam e fizeram sinais comuns, se entendendo entre eles.
            –Vamos acabar com esse aí primeiro...
            –Quem matá-lo ganha...
            –FUDEU!!! – A batalha tinha mudado completamente de sentido. – Bem, se assim que vocês querem...
            En’hain deu uma espalmada poderosa, reverberando por todo lado, chegando até os encrenqueiros que se desequilibraram um pouco, mas só um pouco:
            –Vejam só! Ele também sabe brigar. – Disse Hidari num tom de gozação.
            –Então quer dizer que Gunshin deixou este lugar sagrado nas mãos de seu barman?
            –...! – En’hain não entendia nada. – Do que vocês estão falando?
            –Acho que aqui vou poder usar meus poderes especiais... – Disse Hidari.
            –Hum, ótima idéia! Também vou usar minhas melhores notas para desfiar a carne desse intrometido.
            –Não será preciso... – Interrompeu Hidari.
            Na espada de Hidari existem duas grandes jóias, um rubi e uma safira, que possuem propriedades elementais do fogo e da água, respectivamente. Hidari colocou a espada na frente do corpo e apertou fortemente a empunhadura, liberando a energia contida nas jóias. Seu corpo se metamorfoseou sendo tomado pelas energias das salamandras e das ondinas, deixando um lado do corpo alaranjado e em chamas, e o outro azul e cristalizado. O poder Elemental também tomou conta da espada que liberou uma descarga intensa de energia sobre En’hain, que foi acertado em cheio, sumindo no meio do vapor em chamas:
            –Eu disse que não seria preciso. Onde nós estávamos, mesmo? Disse Hidari.
            –A luta ainda não terminou... Olhe! – Auran apontava para o meio da fumaça que se dispersava.
            –ISSO DOEU! – Aquele tom voz macabro anunciava que En’hain estava praticamente transformado, uma vez que sua carne fora inteiramente removida.
Porém, havia algo de diferente daquela vez, a transformação ocorrera rápido demais e não houve tempo para ele conter suas emoções. O próximo estágio de En’hain estava surgindo. Na sombra daquela fumaça podia se ver algo medonho, de olhos vermelhos e sem nenhuma outra feição, de corpo completamente prateado. En’hain sentiu dores fortes e começou a se contorcer e diversas bocas cheias de dentes surgiram pelo seu corpo. De dentro delas estavam sendo emanadas chamas azuis que tomaram conta da aura de En’hain, deixando a visão ainda mais sombria. En’hain se moveu para frente e sumiu. Os dois guerreiros nem tiveram tempo de se defender...
Pela manhã, como de costume, Gunshin, o dono do bar, aparece sem ser anunciado:
–En’hain, o que aconteceu aqui? Porque estes dois estão completamente enfaixados?!
–O idiota exagerou ontem na hora de proteger a vila... – Disse Gurei.
–...!
Foi isso...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Devil's Drink - 9# Shot

            O coração batia forte, a adrenalina corria pelas veias. As espadas de En’hain e de Gunshin faiscavam no ar. O treinamento era árduo e cansativo, mas era preciso. O domínio dos poderes de En’hain estava longe de ser perfeito. Se ele quisesse enfrentar os reis do mundo subterrâneo e conquistar as jóias elementais para se tornar o novo guardião do plano transversal, ele teria que treinar muito. Gurei veio interromper os dois:
            –Ei, vocês dois! Já esta na hora do almoço! Lady Neko mandou chamar vocês... – Gurei sentiu um vento forte. – ...para irem tomar banho! Sério, esses dois deveriam ter menos medo dessa mulher peituda!
            Não era por menos, Lady Neko, a gata do grupo, tinha temperamento forte, além de ser folgado com todos os homens – exceto Gurei, que acha ela ridícula e peituda demais:
            –Tenho certeza, aquilo é silicone! – Disse para si enquanto voltava para o bar.
            Lady Neko é muito pretensiosa, chegou ao bar querendo por querer ser a cantora estrela do Bar Toca dos Gatos...
...

            –Mas, é o maior sonho da minha vida. – Dizia Lady Neko apertando En’hain num forte abraço.
            –(En’hain não conseguia falar direito por causa do abraço).
            –O que disse amore? Não entendi! – Ela o tirou do meio do abraço.
            –(En’hain tomava fôlego) Eu disse que isso não é comigo, é com o dono do bar...
            –Miau! E quando eu falo com ele? – Disse animada.
            –Não tenho a menor ideia... Ele sempre desaparece antes do bar abrir.
            –Nyaaa! – Lady Neko estava decepcionada. – Como eu faço então moço?
            En’hain não sabia o que fazer, seu bom coração dizia para ajudar a moça de grande... entusiasmo:
            –Você pode se apresentar hoje à noite, se quiser...
            –Ai, obrigada! OBRIGADA moço. – Novamente En’hain estava preso no abraço forte daquele mulherão.
            –Eu preciso de ajuda...
            –Como?
            –Você poderia me ajudar a arrumar o bar para hoje à noite?
            –Mas eu sou ‘A’ estrela, eu não posso ficar fazendo trabalhos pesados, moço.
            –Lady Neko... Meu nome é En’hain... O bar está sempre cheio a noite. Akai ainda é muito atrapalhado e Gurei parece que demora de propósito para entregar os pedidos dos clientes. Preciso de alguém que me ajude... Seria uma troca de favores, entende?
            –Esse é o único jeito, moço? – Disse se abraçando e mexendo de um lado pro outro.
            –Pelo menos por essa noite, eu acho...
            –Está bem... – Ela se levantou e começou a ir para a porta.
            –Aonde você pensa que vai?!
            –Miau?! – Lady Neko se fazia de desentendida.
            –Dai-me paciência... – En’hain bateu na testa. – O bar abre daqui a pouco!
            –Mas ainda nem me troquei... Não posso ser vista desse jeito e...
            –Chega... – En’hain fechou a cara. – Você quer a oportunidade ou não?
            –Está bem... Por onde eu começo? – Lady Neko abaixou as orelhas
            –Com o esfregão, por exemplo... Quando o bar abrir, vou precisar que você traga os petiscos que estiverem na cozinha e os traga para o balcão. Juro que não vai ser difícil.
            –Miau... – Lady Neko fazia beicinho e estava com os olhos brilhando, quase chorando.
            En’hain fechou a cara e fumaça estava saindo de sua cabeça. Saiu andando e entrou na cozinha.
            Quando o bar abriu, várias criaturas do mundo transversal estavam lá para curtir um pouco, longe do trabalho repetitivo que os Devas lhe mandam fazer durante o dia. O bar era animado e muita música divertida tocava nas caixas de som. En’hain, Akai e Gurei estavam vestidos a caráter, com seus uniformes, e Lady Neko vestia uma roupa de garçonete lolita, com muito babado:
            –Onde foi que você achou essa... gata! – Perguntavam os clientes. – É, nos apresente ela, cara. Faz esse favorzinho.
            “Onde foi que essa mulher encontrou esse vestido?”, se perguntava En’hain atrás do balcão, “Isso não está me cheirando bem”.
            –En’hain, que cheiro é esse? – Perguntou Gurei.
            –Ahn?
            –Que cheiro é esse?! Parece estar vindo da cozinha!
            –FUDEU...
            En’hain correu para a cozinha e encontrou Lady Neko desesperada tentando apagar o fogo da comida que estava tentando esquentar:
            –Mas será o Benedito?! – En’hain tentou ajudar a moça.
            –Era encrenca, desde o começo era encrenca. Eu disse pra você nem deixar essa peituda entrar, mas não! Você tinha que conversar com ela, não é?
            –Cala a boca Gurei!
            –...!
            –Me desculpem, é que um cliente pediu pra dar uma esquentadinha na comida e não sei bem o que aconteceu, tentei ligar no fogo baixo...
            –Ufa! Apagou... Da próxima vez, tente usar o microondas!
            –Miau! – Lady Neko fazia beicinho e choramingava.
            –...! – Fizeram os dois fechando a cara.
            –Sua apresentação é daqui a pouco. – Disse En’hain. – Vá se arrumar.
            –Miau! – Fez ela contente.
            Depois que tudo estava arrumado, os ânimos dos clientes estavam acalmados, En’hain subiu ao palco e anunciou Lady Neko, que descia as escadas num vestido vermelho com um decote que ressaltava ainda mais os seus... atributos. Gurei controlava a luz do palco e diminuiu a luz do bar, colocando um holofote sobre a descida de Lady Neko, fazendo seu vestido brilhar, assim como seu cabelo loiro. Isso a fez sorrir, estava sentindo seu sonho se realizar. Subiu ao palco como uma verdadeira corista e sua doce voz se fez, encantando os cliente do bar. Ela não cantava música alguma, apenas fazia sons agradáveis e melodiosos e de vez em quando soltava um miado musical:
            –Sabia que tinha me esquecido de alguma coisa! – Concluiu En’hain.
            –Você é um tapado, sabia? – Completou Gurei.
            –Nyaaa! – Fazia Akai curtindo a música.
            Quando o bar fechou na madrugada, faltava pouco tempo para o sol amanhecer. Toda sujeira já estava nos sacos de lixo e precisavam que alguém os levasse para fora:
            –Gurei, leve-os sacos lá fora. – Mandou En’hain.
            –Tudo bem... – Quando En’hain virou as costas e foi para a cozinha, Gurei olhou para a novata. – En’hain mandou você levar o lixo para fora.
            –Nossa! Ainda tem mais?!
            –Vá logo, é só colocar na lixeira que fica ao lado do bar.
            –Esta bem... miau. – Ela abaixou as orelhas. – Não importa o frio que está lá fora, nessa grande escuridão medonha...
            –Pare de fazer a dramática e vai logo, sim... – Gurei emburrava Lady Neko para ela sair de uma vez.
            Não deu muito tempo, ouviu se gritos e pancadaria do lado de fora. Até En’hain ouviu e saiu para ver o que estava acontecendo:
            –O que foi Lady Neko?! O que está acontecendo?! – Perguntou levando uma lanterna e iluminando a mulher gato no meio do escuro.
            –Este tarado tentou mexer comigo! – Todos se espantaram, Lady Neko estava em cima do meliante.
            –Já pode sair de cima dele... – Disse Gurei, enquanto En’hain a ajudava a se levantar.
            –Vamos ver quem é ele... FUDEU!!! – En’hain viu que o tal meliante era na verdade o senhor Gunshin. – Esse é o dono do bar!!!
            –Miau?! Será que eu matei ele?! – Disse a moça.
            –Corre cambada! – Gritou Gurei que saiu correndo. Os outros dois também foram para dentro do bar.
            O dono do bar se levantou, meio tonto com o que aconteceu:
            –Nossa, desde quando temos trem na vila dos gatos?! Aliás, o que aconteceu com a moça? Eu ia perguntar pra ela o que ela estava fazendo na rua uma hora dessas... É melhor eu entrar, ainda estou muito tonto...