quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - O Filho do Fim - Capítulo 42


Batalha

 

            – Venha aqui se você for homem! – gritou Ferus, logo abaixo de Rubber.
            – Que assim seja... – Rubber se lançou num soco voador que acertou Ferus em cheio. Caído no chão, o armeiro se levantou, cuspiu sangue e limpou o rosto.
            – Isso é tudo o que você tem? Pode mandar mais, eu aguento!
            – Inseto miserável... Agora me lembro! Foi você que tirou a massa vampira que eu havia colocado neste corpo! Você vai me pagar! – Rubber levantou os destroços com o pensamento e os jogou diretamente em Ferus.
            – Que saco... – Ferus corria com velocidade e se defendia habilmente, cortando os pedaços de metal ao meio. – Não sabe que sou um armeiro? Fazer lâminas perfeitas é minha sina!
            – Maldito! – o altariano se lembrou dos poderes do terceiro olho. – Vamos tentar outras regras!
            Com o terceiro olho aberto, a espada de Ferus ressonou com os pensamentos de Rubber e alçou voo. Segurando firmemente, o armeiro era jogado de um lado a outro no ar. “Se eu soltar, estou perdido.”
            Dimios se levantou calmamente, não queria ser percebido. Foi para trás do campo de visão do Ilusionista e lançou uma rajada de força que surtiu efeito. A influência sobre a espada cessou e Ferus caiu no chão de bruços, a espada tilintou junto. Rubber sentia o corpo entorpecido.
            – Como? O que você fez com o meu corpo? O meu novo corpo! – a gosma preta que o cobria derretia de sua pele.
            – Se você está usando poderes de um Senhor de Castelo, eu sei qual encantamento pode pará-lo! – a tatuagem fantasma de Pilares brilhava em suas costas, ao passo que a gosma se desfazia.
            Westem e Nerítico saiam de dentro do laboratório com Iksio. Dimios olhou para eles e pediu ajuda.
            – Me dêem suas mãos. – uma marca mágica de um triângulo negro apareceu nas costas de suas mãos. – Ataquem o Ilusionista e venceremos essa batalha!
            Westem foi o primeiro, com passos pesados que faziam tremer o chão saltou em direção à Rubber que não conseguiu se desviar e ficou preso ao chão com o peso do bárbaro em cima dele. Ele tentava falar, provavelmente jogaria pragas nos Senhores de Castelo, mas vertia mais gosma negra pela boca. Nerítico se aproximou calmamente, tirou a luva que cobriu a mão e tocou na testa dele.
            – Você não contava com as influências dos Caçadores Sombrios, não é, altariano?
            Já um pouco melhor e ajudado pelo encantamento de compartilhamento de maru, Iksio foi levado até Rubber com a ajuda do ziniano. Ele também tocou nele. As influências dos triângulos negros bloquearam o poder do altariano que foi obrigado a se soltar do teslarniano. A massa negra escorreu por todos os lados, tornando se liquida com a água.
...
            – Nina! – disse Vaik.
            – Me entregue Dantir agora...
            – Nunca! Ele não pertence a você!
            – Querido Dantir, venha comigo! – o garotinho olhava aquilo tentando entender: seu nome era Elians ou Dantir?
            – Venha conosco pequeno... – Rigaht se pôs a frente. Elians olhou para ele e sentiu algo de familiar. Olhou para o irmão e quis ficar do lado dele.
            – Eu não quero! – Vaik ficou surpreso, segurou na mão do irmão e tirou o boneco do bolso.
            – Ele vai ficar comigo!
            – Você sempre vai pelo caminho mais difícil... Rigaht tire Dantir das mãos dele.
            O olho laranja do Thagir vermelhou brilhou. Ele também levantou as mãos e tirou de sua jóia de Rakardnal uma serpente colorida, fina e comprida com uma cabeça do tamanho de uma bola. Ela abriu a boca, suas presas pingavam veneno que, ao cair no chão, corroíam o material. As cores de suas escamas emanavam maru que era absorvida pelo boneco. O braço de Vaik começou a doer, a vista a embaçar e largou o boneco no chão. Tentou abrir os olhos, mas tudo o que via era escuridão. Elians olhou para a mão do irmão e viu ela cheia de machucados.
            – Vaik! – gritou preocupado, pegando o boneco do chão.
            – Eu estou bem... – ele caiu de joelho.
            – Não Vaik, você não está bem! Você precisa de um médico! – Rigaht se aproximou e puxou Elians pelo braço. – Eu não vou com você! Você machucou o meu irmão!
            Uma esfera de energia sólida se formou e golpeou Rigaht no rosto.
            – Moleque... – o olho de Rudnaht foi deslocado, parando de brilhar. – Serpente arco-íris, enrole-o!
            A cobra obedeceu e amarrou o pequeno com seu corpo. Nina não gostou disso
            – Rigaht, pare!
            – Eu já me cansei de você! – ele deu uma bofetada na menina que caiu no chão. Ela ficou com raiva e liberou um pouco de maru sombria. – Nem tente! Eu estou com seu amado Dantir! Se você vier atrás de mim eu o mato!
            Nina se viu impotente e diminui a liberação de sombras.
            – Você me paga Rigaht! Eu te tirei daquele lugar! Você me deve sua vida!
            – Eu preferia ficar lá sua menina maluca e mimada! Você não passa de uma nojentinha que só sabe mandar e obrigar! Se você não tivesse poderes monstruosos eu nunca teria te obedecido!
            – Desgraçado! Você é um desgraçado! Você e todos os outros que me abandonaram!
            – Aqueles que você matou?
            – ...! – Nina escondia esse segredo.
            – Você matou seus pais e todos os outros que chegavam perto de você! Ninguém te abandonou, eles fugiram de medo e você os matou! Você é um monstro! – a serpente arco-íris voltou a emanar maru e a energia foi na direção da menina.
            – Aaahhh... – Nina sentiu o seu corpo entorpecer e a doer, desmaiando alguns segundo depois.
            – Menos dois... E agora, você! – Rigaht olhou para o pequeno que lutava contra a serpente e gemia de dor. Recolocou o olhou no lugar e ativou seus poderes psíquicos mais uma vez. – Então é aí que você mora... O quê?!
            Os poderes de Rigaht cessaram e ele pode ver com clareza, havia um lâmina espiralada perfurando sua barriga. Perdendo total concentração, a esfera de energia voltou a atacá-lo, sendo jogado para trás com violência. Elians mexeu o braço ferindo a cobra que foi cortada em pedaços. A lâmina se contraiu para dentro de seu braço.
            – Eu te odeio! – conseguindo respirar melhor, correu até o irmão e o acordou.
            – Obrigado... – o menor sorriu.
            – Você é o meu irmãozão! – e o abraçou.
            – Vamos sair daqui!
            Os dois correram para fora do laboratório e percorreram vários corredores até saírem na área aberta da plataforma da Cidade Alta.
...
            Pilares estava se sentimento melhor, já conseguia falar normalmente:
            – Caralho... Foi horrível! Às vezes eu conseguia ouvir vocês... Me desculpem, não pude fazer nada...
            – Não diga besteiras! – Nerítico deu um cascudo no parceiro.
            – Ai! – o assaltante esfregava a cabeça.
            – Eu nunca vou desistir de você, parceiro!
            – Então você vai me contar quem é Darla?
            – Como você sabe? O dopelganger que sabia explodiu!
            – Era eu... Eu controlava aquele corpo... Ao menos eu pensei que sim...
            – Ora seu... – Dimios e Westem tiveram de segurá-lo.
            – Se acalme Nerítico! – disse o ziniano.
            – Calma!
            – Então você realmente planejava se matar daquele jeito?! Você é louco?! Me larguem, ele tem que aprender! – Pilares sorriu. Via que a amizade entre os dois não mudara.
            Ferus ficou de longe, com o cabelo azul, olhando, completamente constrangido por não fazer parte daquele grupo. Então ele ouviu passos, eram os dois meninos que corriam. Foi em direção a eles que olhavam para trás e puxou Elians para perto de si.
            – Vaik! – gritava o menor.
            – Solte o meu irmão!
            – Você não vai chegar perto do meu príncipe! Você não é irmão dele!
            Os Senhores de Castelo ouviram a gritaria e foram ver mais de perto. Encontraram eles brigando. Ferus empurrou Vaik no chão.
            – O que está acontecendo aqui? – disse Dimios, imponente.
            Nesse momento, Vaik foi envolvido por uma gosma negra e tomado completamente por ela. Rubber encontrara um novo corpo:
            – Hahahaha... – ele ria ensandecido. – Vocês não vão me parar agora! Hun, vejam só, este corpo é muito mais poderoso!
            – Irmão! – Elians pisou no pé de Ferus que o largou e saiu correndo na direção de Rubber. – Vaik!!!
            – O Filho do Fim! – Rubber pegou Elians pela mão e alçou voo. – Você será o presente perfeito para que eu me redima com a corte dos Ilusionistas!
            O altariano flutuou até o céu, indo para o alto, entrando na morada da corte, a Cidade Aérea.

...

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