Perigos Na
Estratosfera
– O que
você disse? – perguntou Dimios pelo rádio do cilindro de armeiro quando voltou
a funcionar.
– Vocês
terão que mudar de cápsula... – Pilares se aproximou ao ouvir a conversa.
– Você está
louco?! Estamos a trinta quilômetros do chão!
– Não há
outro caminho, a energia da cápsula foi cortada e logo vocês ficaram sufocados,
sem ar...
– O que
você tem em mente Ferus?
– Com
sorte, vocês vão conseguir mudar de cápsula assim que ela abrir. Vocês não
terão muito tempo, precisam ser os cincos de uma vez...
– Temos
como abrir a estrutura... A distância é a mesma entra as cápsulas... Westem!
– O que
foi? – o bárbaro subia as escadas.
–
Precisamos de sua corda, ela consegue alcançar outra cápsula?
– Se algo
puder esticá-la, ela pode se desdobrar a qualquer distância, por quê?
– Ferus,
prepare a cápsula...
– Já estou
subindo... Acabei de chegar. – o rádio fez silêncio e a outra cápsula ficou
visível do andar superior.
– Como você
vai fechar a cápsula?
– Apenas
pulem quando o pedaço da estrutura cair... – o rádio ficou em silêncio
novamente.
– Ferus? –
sem resposta. – Ferus!
– Tudo bem
Dimios? – perguntou Westem.
– Vamos...
– o guerreiro liberou fagulhas elétricas da garra. – A porta será feita lá
embaixo...
O ziniano parecia estar com
raiva, quando começou a usar a eletro-erosão o metal derretia com rapidez. Com
o primeiro buraco feito, a pressão exterior começou a tirar o ar de dentro da
cápsula. Durou mais alguns minutos e a abertura estava terminada.
– Westem, empreste-me a sua
corda. – o galiano se segurava como podia tentando evitar ser levado com a
descompressão.
Com a corda mágica em mãos,
Dimios pareceu fazer uma prece em sua própria língua e atirou a corda com um
peso.
– Dimios?! – gritaram os
castelares.
– É agora!
Todos pegaram numa ponta da corda
e ela foi puxada com força. A cápsula tremeu, balançou e o último cabo se
rompeu. Estando todos a salvo, voltavam a respirar com um pouco de dificuldade.
– Obrigado por me dar o
cilindro... – uma bomba de fumaça explodiu e terminou de fazer os Senhores de
Castelo desmaiarem.
...
– Ai...
Minha cabeça! – Dimios acordara. – Ferus!
O ziniano
saiu correndo, deixando os outros para trás. “Quanto tempo se passou? Espero
que ele não tenha feito nenhuma besteira! Aquele moleque!”
...
– Solte meu
príncipe Rubber! – o ilusionista se vira calmamente e sorri tomado pela
loucura.
– O poder
dessa criança é esplêndido! Huhuhuhuhu... – uma força invisível é compelida
pelo corredor e joga Ferus para trás.
– Irmão,
não!
– Quieto
peste! Você vai falar com os altarianos! Você deve prestar respeito as suas
santidades! – Elians começou a chorar em silêncio.
– Dantir! –
a porta se abriu e Ferus mirou o canhão, atirando.
– Você é
realmente ingênuo! – o raio de maru foi distorcido, pairando no espaço. Rubber
e Elians entraram, a porta se fechou e o campo de distorção cessou, liberando o
tiro que atingiu a porta, que resistiu.
– Droga!
Droga! Droga! – Ferus se aproximou da porta. – Acho que consigo...
– Não, você
não vai... – Dimios segurou o cilindro do armeiro, suspendendo-o no ar e
arrancando-o de suas mãos. – Já chega! Você vai ficar fora disso!
– Você não
manda em mim! – Ferus queria chorar, por dentro a raiva lhe corroia e, não
sabendo por isso pra fora, tentou correr.
– Westem!
– Calminho
aí baixinho! – o bárbaro o prendeu com sua força descomunal.
– Me solte!
–
Desculpe-me, não. – Westem queria dizer algo mais, mas não sabia lidar
corretamente com aquela situação. O jovem armeiro deveria ser seu amigo, agora
nem isso ele sabia se realmente era verdade.
– Pilares!
Pegue! – Dimios jogou o cilindro para o assaltante que o pegou habilmente.
– Opa!
– O que
aconteceu? – perguntou Nerítico, chegando junto com Iksio.
– Vou
explicar... Mas, resumindo, teremos de entrar... – Dimios encarava aquela
grande porta com certo pesar.
Nesse
momento, Ferus voltou a si...
...
Se
lembrando de tudo o que acontecera, Ferus se sentia envergonhado. Agora sabia
por que estava ali. Estava onde deveria estar, com os Senhores de Castelo, mas
não era um Senhor de Castelo. Lembrou-se de que esse era o seu maior desejo e
finalmente chorou.
– Pronto,
consegui! – as portas do paraíso se abriram. – Senhores de Castelo, não sei o
que dizer numa hora como esta. Enfim, enfrentaremos os altarianos. Aconteça o
que acontecer, manteremos o nosso propósito de manter a paz, mesmo que isso
custe nossas vidas. Iqueróm wa puma!
– WA PUMA!
– gritaram os outros quatro.
Westem
largou Ferus onde estava. Os castelares entraram e a porta se fechou novamente.
O armeiro escorregou pela parede, ficando no chão. Seu cabelo estava azul...
...
– Acordem
irmãos! Eu voltei! – Rubber estava de frente a quatro corpos negros suspensos
no ar sobre esferas também negras. Um deles estava destruído, assim com a
esfera sob ele. Os olhos deles começaram a abrir...
...
Depois de
um longo corredor curvo que fazia uma volta ao redor do plano central, uma sala
branca enorme e gigantesca estava no final. Uma das formas de utilização das
portas do paraíso é tornar lugares pequenos, maiores por dentro e nesse caso, o
lugar era realmente imenso.
– Irmão
Rubber... – disse uma mulher alta, de cabelos lisos e olhar caleidoscópico que
brilhava. – Por que nos incomoda? A luz cósmica virá destruir o planeta a
qualquer momento.
– Irmã
Herta... Trago-lhe dois presentes. Este é o Filho do Fim...
– Hun... –
a altariana olhou com indiferença. – E qual é o segundo?
– Senhores
de Castelo!
Herta
fechou os olhos, o núcleo branco dobrou diminuindo o espaço interno e aproximou
os castelares instantaneamente. Ela os olhou de perto, empinou o nariz
recostando a cabeça para trás com desdém.
– Acho que
pode servir... – sem tempo para dizer qualquer coisa um zumbido forte fez todos
os Senhores de Castelo se ajoelharem sentindo dores horríveis na cabeça. – A
luz cósmica irá sentir um imenso prazer em acusá-los por invasão a propriedade
altariana.
...
– Tenho que fazer alguma coisa...
– Ferus enxugou as lágrimas. – Preciso fazer alguma coisa.
O jovem se levantou e caminhou
pelo corredor de volta a entrada das cápsulas. Dentro da única que estava
naquela altitude, apertou alguns botões e saiu.
– Toshi na escuta? – o chiado
durou alguns segundos e alguém respondeu. – Traga todos para cima, a cápsula de
transporte que usei para subir está descendo, vocês não tem muito tempo! – e
desligou o rádio.
Olhando ao redor procurou por
outra saída. Procurou bastante e encontrou uma escotilha que dava para baixo.
Percorreu alguns metros tubulares e saiu em outro salão. Pelo que lhe parecia
aquele deveria ser o controle base das portas do infinito. No telão, algo
grande se aproximava cada vez mais do planeta, algo monstruosamente grande e
colorido...
...
– Te...
Desafio!
– O que
disse? – perguntou Herta que se aproximou de Dimios e apertou-lhe o pescoço.
– Te...
Uhg! Desafio ao Tabuleiro Cósmico! – pelo orgulho da Irmandade, a proposta é
irrecusável. A altariana fez um sinal com a mão e o sonido cessou. – Se
ganharmos, a população deste planeta terá o direito de sair...
– Espero
que saiba o que está pedindo, no Tabuleiro Cósmico nenhum altariano perde! –
ela estrangulou ainda mais a sua garganta e o soltou, se posicionando.
O ziniano
respirava com dificuldade, assim como os companheiros que babavam e
lacrimejavam com dificuldades para se manterem conscientes e em pé. Suas
capacidades cognitivas haviam diminuído em um quarto.
Herta olhou
para os irmãos que ainda tomavam forma. A mulher, linda e jovem, tinha os
cabelos fartos, lábios vermelhos, pele branca e sedosa. O homem era másculo,
viril, forte sem ser musculoso, olhar decididos e seco. Todos usavam armaduras
brancas, reluzentes e de alta resistência. Rubber tocou no seu antigo avatar e
um roupa branca cobriu o seu corpo. Com a esfera quebrada fez uma pequena
prisão para o pequeno Elians que continuava a chorar baixinho. A massa negra se
contorceu e ficou firme, drenando as forças do menino.
– O
Tabuleiro Cósmico é quatro contra quatro! – disse Herta com voz poderosa. –
Vocês são cinco, um ficará de fora, manipulando os companheiros!
– Eu vou...
– disse Westem.
– Eu vou...
– disse Iksio.
– Eu vou...
– disse Pilares.
– Eu vou...
– disse Nerítico.
– ... – por
causa do recente aperto no pescoço Dimios gritava sem conseguir tirar um único
som entendível da garganta. Ele queria ir no lugar de um deles e não conseguiu
falar a tempo.
– Então
está decidido... Irmãos... Cavaleira Bathory?
– Sim, irmã
Herta... – ela se prostou de joelhos.
– Rei
Mengele?
– Sim, irmã
Herta... – ele se prostou de joelhos.
– Pajem
Rubber?
– Sim, irmã
Herta... – ele se prostou de joelhos.
– E eu,
Rainha Herta, da Corte do Ilusionista, aceitamos o desafio para o Tabuleiro
Cósmico! Preparem a suas mentes, toda a sanidade de vocês será drenada para a
Irmandade Cósmica!
– Pela
Ordem dos Senhores de Castelo! Por Nopporn! Pela Paz!
Dois
contadores surgiram do espaço branco, eles mostravam o número 7776...
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário