terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Lua de Sangue - Luca


Lua de Sangue – Luca
Escrito por: Harinara Carolina
Revisto e editado por: Victório Anthony

           “Meu nome é Luca de Castro, sou um vampiro que adora ser desafiado, o submundo me fascina com seus poderes das trevas. Vamos nos aventurar no meu passado sombrio? Venha ser desafiado pela minha mente!”

...


– Luca? – fiquei sem responder, minha irmã sempre vem me aborrecer. – Luca! Não vai me responder?!
– Tem como você me deixar dormir em paz?! Ontem a noite foi difícil...
– Você não toma jeito mesmo! Papai quer falar com você...
              Saio da cama ainda meio sonolento, vou até o escritório de meu pai onde ele começa o sermão:
– Para um homem de 30 anos você se comporta como uma criança... – me disse sério. – O que foi aquilo ontem na festa da família real da Espanha?
– Sinceramente? A princesa não era lá aquelas coisas... Acho que por ser muito nova ainda não tem aquele ‘quê’ de uma mulher madura, mas foi bom brincar com ela. – meu pai me olhava com um olhar de que não gostara do que eu fiz a moça. – Mas você não esta bravo com isso, ou está?
– Não tinha ideia desse o corrido com a princesa... Mas, mudando de assunto, estou falando de não cumprir suas obrigações como um filho de uma grande aristocrata de sua cidade. – ele sempre vem com esses sermões, só porque eu não gostava de cumprimentar as pessoas. O que me interessava mesmo são as mulheres, principalmente as de apenas 16 anos, isso sim me fascinava! Não posso falar que são mulheres ainda, embora sempre acabem se tornando em minhas mãos. – Deveria te proibir de ir nessas festas.
– Porque não faz isso? Acabaria poupando aquelas pequenas e pobres virgens... – dei um sorriso irônico.
Meu pai se levantou, iria me bater. Como sempre minha irmã saiu de traz das portas implorando:
– Não faça isso papai! – ela o olha, tentando dizer que eu era somente uma criança imatura. – Deixe me falar com ele...
Como sempre, meu pai ouviu Mel, ela convence qualquer um com o seu olhar delicado e angelical. Minha irmã gêmea é o oposto de mim, sou mais, como poderei dizer? Algo que toda mulher no fundo quer, um homem que as domine e mostre que elas são apenas feitas para nos obedecer.
– Luca, hoje vai haver uma festa na casa do conde de Elefalt, parece que seus sobrinhos vieram visitar ele. Vamos?
– Por você vou a qualquer lugar minha Melzinha. Apenas me responda, são somente homens esses sobrinhos?
– Você não toma jeito! – ela me olhou com raiva que, por mais que tentasse, só demonstrava o quanto ela meiga. – Eles são um casal de irmãos, como nos, a moça tem vinte anos. Já o irmão dela tem sua idade.
– Vamos ver se ela será minha próxima vítima. – eu e Mel caímos na gargalhada. Ela sabe que eu sou viciado. Acho que meu maior pecado é a luxuria.
– Não fale assim. – minha irmã sempre foi meio feminista, nunca gostou que eu tratasse mal as mulheres. O que eu posso fazer? Elas objetos perfeitos para brincar. – Um dia você terá uma filha! Aí eu quero ver o que você irá fazer.
– Ficará presa em casa até achar um marido...
Minha irmã saiu do escritório chateada. Não vou mudar, mulher para mim é um brinquedo do qual não me canso. “Mulheres são seres que prendem a imaginação de um homem. Todas são bruxas que precisam ser presas em um quarto e só serem soltas quando perderem sua beleza”, é assim que eu penso.
Ao chegar da noite, fomos até a festa que Mel havia comentado. Eu nem imaginava que aquela seria uma festa inesquecível para mim. Chegamos a um belo casarão, os convidados estavam muito bem vestidos. Fui muito bem recepcionado pelo dono da casa, um senhor de sessenta anos, que logo nos apresentou seus sobrinhos. A mulher era simplesmente linda, cabelos ruivos, pele rosada, usava um vestido vermelho e aparentava ser mais jovem, parecendo uma boneca de porcelana.
– Esta é Sofia, minha sobrinha, ela estuda advocacia e tem uma mente brilhante! – fiquei meio atordoado. Como uma mulher tão bonita estuda e ao invés de ficar em casa aprendendo como tratar bem seu marido?
– Então, uma mulher advogada? Creio que não haja nenhum trabalho para você... – ela me olhava descrente do que eu dizia.
– O senhor se engana! Nós mulheres temos capacidade mais que suficiente para conseguirmos o que queremos.
– Me chame de Luca, senhor é muito formal...
– Hun... – ela me olhava, tentando entender o que se passava em minha mente. –Então, você me acompanharia em um drinque? – concordei e fomos para o escritório ficar mais a vontades. Na escrivaninha, vários livros de direito estavam abertos e marcados em várias páginas.
– Você esteve estudando?
– Sim. – ela encheu um copo com conhaque. – Preciso estar sempre atenta as leis, tanto antigas quanto novas.
– Para uma simples mulher você é bem culta...
– Não sou uma simples mulher!
– Isso eu percebi... Fale-me mais de você.
Conversamos por um bom tempo, até que resolvi agir. Agora vou mostrar quem manda e quem obedece. Fui chegando perto dela, colocando minhas mão na sua cintura, ela nem se quer recuou como as outras:
– Homens... Acham que vêem nas mulheres meninas ingênuas e que terão tudo o que querem.
– Eu TENHO tudo o que quero.
– Você tem a eternidade? – estranhei um pouco sobre aquele assunto.
– Ainda não...
Sem deixá-la responder, dei-lhe um beijo. Senti que sua boca tinha gosto de sangue. Não me importei, deitei-a no sofá e a despi. Admirando-a percebi que somente o rosto era de uma menina, porque o corpo... Ah, o corpo! Esse sim era de uma mulher de verdade! Fiz coisas com ela que nem imaginava poder fazer. Ela tinha tanto entusiasmo que me cansei. Me deitei no sofá e ela se levantou:
– Agora é a minha vez de brincar com você. – fiquei surpreso com a reação dela.
– Mas, eu estou cansado...
Não me deixou terminar de responder, me agarrou e mostrou quem realmente era. Me mordeu no pescoço e sugou tudo que podia, deixando unicamente um resquício de vida:
– Você é perfeito para me acompanhar. Deixaras tudo para traz e irá abandonar tua velha vida... – não consegui responder. Fraco, ela me deu seu sangue e assim fui transformado naquela noite.
...

Quando acordei, estava em casa, não sei como. A empregada entrou no quarto e foi abrir a janela. A claridade ofuscou meus olhos que arderam muito:
– Feche esta maldita cortina! – ela subitamente a cortina com o susto.
– Tua irmã esta com o mesmo problema. Será que vocês estão doentes? –indagou.
          Saí da cama correndo. Temi por minha irmã e fui ao quarto dela. Entrei e nos encaramos, estávamos diferentes:
– Mel, quem te fez isso? – compreendendo que eu também havia sido transformado, ela respondeu.
– Pierre... O irmão de Sofia.
– Desgraçado! Eu mato ele!
– Luca! – ela se assustou com a minha raiva.
– Mallissa... – chamei-a pelo verdadeiro nome. – Nós vamos viver juntos para sempre, vou te proteger de tudo e de todos. Não deixarei que mais ninguém te faça mal.
           Saí do quarto dela e fui me trocar. Coloquei roupas pesadas e escuras, além de um chapéu de couro para me proteger do sol que fazia minha pele arder. O tempo nublado também ajudou. Entrei na carruagem e fui até a casa do conde. Chegando o dono da casa não queria me deixar entrar. O empurrei e entrei:
– Meus sobrinhos estão dormindo! – insistia ele.
– Eu preciso falar com eles!
Subi as escadas em direção ao quarto de Sofia:
– Acorde. O que você vez comigo e com a minha irmã?
– Quem te mandou me acordar? Tu que tens que me obedecer, não eu a você.
– Não obedeço a ordens de mulheres. Muito menos vindas de você!
            – Querido, você é meu agora, nós somos iguais, como os nossos irmãos...
            – Pierre! – me lembrei daquele desgraçado e corri para o seu quarto.
– Homens...
Entrei no quarto ele estava dormindo:
            – Acorde! – puxei os cobertores com violência. – Vamos seja homem e me fale porque fez aquilo com a minha irmã?!
– Só mostrei a ele como é bom ser eterno...
Parti para cima dele. Conseguir golpeá-lo duas vezes, na terceira ele reagiu e me jogou perto das cortinas. Instintivamente arranquei-as e o sol brilhou diretamente sobre ele. Ouvi seus gritos de dor, sendo carbonizando e se contorcendo em agonia. Me enrolei com as cortinas temendo o mesmo destino. Observava por uma fresta o cretino morrendo aos poucos. Saí do quarto, encontrando Sofia desesperada:
– O que você fez?!!!
– Vingança! – me virei para ir embora antes que ela fizesse algo comigo também.
– Volte aqui!
– Não obedeço a suas ordens! – sem que eu pudesse responder, fui puxado para perto dela.
– Ainda não entendeste? Você é meu... – joguei lhe um vaso que estava perto e consegui escapar da casa sem perda de tempo.
Corri com a carruagem para a minha casa. Dentro dela, senti uma coisa muito estranha. Entrei na cozinha e todos estavam mortos! Não encontrei Mel na parte de baixo da casa. Subi as escadas e entrei no quarto dela vi. Ela estava triste, com a boca cheia de sangue:
– O que você fez?!
– Eu não queria... Estava com muita fome. Tentei comer e a comida não me fazia bem. Um dos cozinheiros cortou o dedo e eu percebi, eu queria sangue! – seu tom de voz era tão natural que me arrepiou.
– Chega! Nós vamos sair daqui agora...
Mandei-a juntar todos os nossos pertences que fossem fáceis de carregar e, quando ela desceu as escadas, coloquei fogo na casa. Ela olhou para nosso lar sendo consumido pelo fogo e não disse nada. Saímos de casa em direção a carruagem e encontramos o cocheiro assustado, não queria nos levar. Mel lançou-lhe seu olhar sedutor e ingênuo e magicamente ele obedeceu.
Fugimos da minha pequena cidade sem olhar para trás. Queria apenas que tudo fosse diferente, que meus atos não fossem tão pesados. Com o tempo aprendi a superar tudo e todos. Passou-se um século depois que aquilo aconteceu. Houve vários problemas. Me reencontrei com Sofia e fui obrigado a escapar. E também encontrei um dragão que estragou a minha vida, roubando a única coisa que eu realmente amava, minha doce e pequena Mel...
         Irei matá-los Sofia e Draco, nada vai me impedir! Ou eu mato vocês, ou vocês me matam!

...

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