terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lua de Sangue - A Decisão


Lua de Sangue – A Decisão

Escrito por: Harinara Carolina
Revisto e Editado por: Victório Anthony
– Escolha? Não tenho tempo para crianças indecisas! – disse Luca com voz severa, sem desviar o olhar de mim.
As imagens que passaram na minha cabeça, contando o passado dos dois, me deixaram com mais dúvidas ainda. Quem eu escolho? Se escolher Luca, essa tal Sofia pode aparecer e me matar por ciúmes. Se escolher Draco, tenho medo de me apaixonar por ele, e acabar sendo tratada como as outras. Fiquei em meus pensamentos até ser novamente interrompida:
– Luna, já fez sua escolha? – Draco falou com um jeito delicado e calmo
– Sim, porém, minha escolha não será definitiva.  Será apenas por pouco tempo, quero encontrar um rumo para esta nova vida e a única pessoa que tenho certeza que irá me deixar ir, é você Draco...
Luca saiu da mansão bufando de raiva, nem sequer se despedira de mim. Não que devesse se despedir, mas poderia pelo menos entender minha decisão. Draco tinha um sorriso de vitória em seus lábios, me assustando um pouco:
– Luna... – ele me chamou e fez uma longa pausa, tentando entender a situação. – Você irá ficar por quanto tempo?
– Não sei ao certo... Creio que somente até eu me estabelecer como vampira.
Ele ficou pensativo, saiu da sala e foi para o escritório. Não o segui, subi as escadas e me dirigi para o quarto em que estava instalada. Abri a porta e senti alguém vendando meus olhos:
– Draco, é você ? – estava confusa, sentia seu cheiro, porém havia algo diferente nele.
– ... – eu conseguia escutar a respiração ofegante.

– Você está me assustando...
– Sim, sou eu. Vamos brincar um pouco? – disse ele finalmente, com voz calma e sedutora .
– Já te disse que não quero gracinhas comigo! – respondi meio trêmula ao sentir sua mão passeando pelo meu corpo. – Pare! Por favor...
– Luna, pare de ser tão dura consigo mesma. Você pode até dizer não, mas seu corpo sempre diz sim quando me aproximo de você... – novamente aquele tom de voz que parecia me hipnotizar.
– Não quero te machucar, me solte! – ele me apertou contra o corpo dele, me deixando arrepiada e entorpecida.
– O que você vai fazer se não te soltar? – ele parecia gostar da situação. Para ele aquilo era um jogo em que qualquer um dos dois sairia ou satisfeito, ou a salvo. “Será que me entrego ou uso meus poderes?”, pensei comido.  – Luna fique mais calma, rela...
Não lhe dei tempo para terminar, tirei a minha gravidade me afastando dele. Removi a venda e entrei rapidamente no quarto, trancando a porta.
– Nunca mais faça isso, Draco! Não quero ser um brinquedo em suas mãos!
– Luna, abra essa porta, temos que conversar... – a voz dele mudara, ficando grave e austera.
– Não! E... – respirei fundo, estava tão nervosa com a situação que acabei perdendo o fôlego. – ...só irei abrir a porta quando você se controlar, em todos os sentidos!
Draco tentou forçar a porta, contudo parou no momento em que o mordomo chamou. Joguei-me na cama e comecei a rir da situação. Não deveria ser ele o caçador e eu a caça? Depois de relaxar, escutei alguém batendo na porta:
– Quem está aí?
– Sou eu, Draco...
– Está mais calmo?
– Sim, nada que um banho de água fria não resolva... – escutei alguns risos atrás da porta.
Destranquei-a e ao abrir, o vi completamente ensopado. Não pensei que ele havia realmente falado sério. Ele entrou no quarto e foi direto para o banheiro, ficando uns cinco minutos por lá, saindo apenas de toalha – era óbvio que queria me provocar e eu me faria de desentendida.
– Gostou? – ele me perguntou e demorei um pouco para responder.
– Do quê?
– Do que está vendo! – encarei-o seriamente, não estava olhando para o corpo, observava unicamente a cicatriz dele.
– Não sei do que você esta falando... – virei para o outro lado, indignada.
– Hunf... Quantos anos você disse que tem?
– Vinte, por quê?
– Você parece uma criança, tem medo te se entregar, vergonha de ver um homem de toalha... – como se eu fosse ser enganada.
– Você não entende mesmo! Não sou tímida para nada. Posso lhe parecer estranha ou o que for, eu sou assim!
Voltei a me deitar na cama, estava cansada e irritada com que ele me dissera. Ele percebeu e tentou remediar a situação:
– Desculpe-me, não estou acostumado a isso... – sua voz denotava constrangimento.
– Por um acaso vampiros são todos machistas?
– Não muito... Talvez seja o fascínio da eternidade que nos deixa assim.
– Talvez...
– Algum problema se eu ficar perto de você?
– Já estou incomodada... Vista o roupão que esta atrás da porta do banheiro.
– Tudo bem. – ele se vestiu e, voltando para o quarto, foi em minha direção. – Posso me deitar ao seu lado?
– ... – pensei um pouco, ainda de lado. Virei-me para responder e ele pulou em cima de mim.
– Você tem que ser mais rápida...
– Saia de cima de mim!
– Que linda! Envergonhada e bravinha... – seu tom era infantil.
– Pare! Não sou uma criança para você falar assim comigo!
– Então me mostre que é adulta... – seu sorriso denotava malícia.
– Desse jeito é que não vou te mostrar!
– Certo, vou sair de cima de você...
– Ótimo!
– Então, queria te informar que daqui a uma semana será Natal e...
– Nossa! Perdi a noção do tempo. Parece que fui mordida ontem e já se passou um mês! – eu olhava para o nada, me lembrando do passado.
– Tenho o costume de celebrar a data festiva realizando um baile, convidando figuras importantes da cidade, e adoraria que você estivesse nele... – ele me olhava, esperando a resposta.
– Interessante... Mas não tenho roupa para ir...
– Não se preocupe, chamarei a costureira e encomendarei um vestido exclusivo para ti... – ele se levantou da cama.
– Já vai?
– Quer que eu fique? – ele me olhou por cima do ombro.
– Não, eu só... – sem me deixar terminar, fechou a porta.
Finalmente sozinha naquele quarto, pensei em sair para conhecer algo novo. Não aguentava mais ficar da sala para o quarto e do quarto para a sala. Tomei coragem e abri a janela, ainda estava de noite. Tomei um banho demorado para tirar aquela sensação ruim das últimas horas e me preparei para conhecer a propriedade de Draco que parecia ser muito grande. Alguém bateu na porta:
– Senhorita Luna... – disse o mordomo ao entrar. – Com sua licença, o senhor Draco deseja saber se você o acompanharia em um passei pelo jardim?
– Poderia pedir para ele me esperar, tenho apenas que me arrumar...
– Sim senhorita...
Ele saiu e procurei por um vestido. Escolhi um florido, pode não ser muito vampiresco, no entanto combina mais com o meu estado de espírito. Pronta, saí do quarto e desci as escadas, encontrando Draco ao final:
– Você esta linda! – ele se aproxima de mim e me oferece uma rosa vermelha.
– Obrigada... – coloco-a no cabelo. – Me mostre o jardim de onde veio essa rosa...
Caminhamos por alguns minutos e logo havia visto mais de vinte espécies diferentes de flores no jardim. No centro, observei uma fonte em forma de dragão, onde em vez de água eram pétalas de rosas que eram sopradas ao vento. Eu estava admirada com o que eu via, a noite estava linda, o céu repleto de estrelas e a uma linda lua branca bem no alto. Draco me mostrou praticamente tudo, me deixando ainda mais fascinada com aquela esplêndida quantidade de flores que colecionava:
– Porque tantas flores? – perguntei-lhe.
– Adoro flores... Elas são mágicas!
– Há alguma que goste mais?
– Sim... – seu tom era triste. – Uma rosa que não encontro em lugar algum...
– Que rosa seria essa?
– Uma rosa azul! Uma rosa que misteriosamente vem da lua. Vi somente uma e nunca mais encontrei outra igual no mundo.
– Não se preocupe, ela vai aparecer...
Ficamos em silêncio por um estante e senti que Draco estava meio tenso e tentei me aproximar, senti seu corpo quente, quente de raiva:
– Porque você faz isso comigo?! – perguntou, de sobressalto.
– Fazer o quê?
– Me seduzir...
– Estou apenas sendo sua amiga! Fiquei preocupada com jeito que você ficou! – me levantei com raiva e voltei para o casarão, deixando-o sozinho.

...

Na semana do natal, eu estava muito ansiosa para saber como o vestido ficara:
– Luna, o vestido chegou! – corri para vê-lo.
         Draco o tirou da caixa, era um vestido longo, azul escuro com alguns pontos de luz. Ele ficava marcado no corpo, sensual sem ser vulgar.  Ele deveria estar me imaginando vestida nele, me olhava deslumbrado como se olhasse uma princesa ou quem sabe...
O resto eu conto depois porque, como sempre, quero matar vocês de curiosidade.
Um grande beijo de sangue, assinado Luna.

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