segunda-feira, 25 de junho de 2012

Crônicas dos Senhores de Castelo: Fanzine - Os Caçadores Sombrios


Epílogo



Alguns anos após a batalha contra os Caçadores Sombrios, esta transmissão pirata foi detectada pelos sensores do Informe do Multiverso...

...

            Em algum lugar do multiverso, num planeta do quarto quadrante, rico em magia e tecnologia bélicas, e que não pode ser pisado pelos Senhores de Castelo; uma menininha em um balanço canta alegremente em meio a diversos destroços de uma antiga usina de energia:

            –Um, dois, três... Vou matar todos vocês... Quatro, cinco, seis... Vão ser todos de uma vez... Sete, oito, nove... Até que tudo se renove...

            –Mestra Nina... – Um homem alto, forte e vestido de preto interrompe a pequena criança de vestido vermelho e fita no cabelo.

            –Meu querido Kullat negro, novidades? – A mocinha sorria para ele sem se importar com a interrupção.

            –O filho do fim já está em nosso planeta...

            –E onde ele está? Quero brincar com ele! – Seu sorriso era meigo e terno.

            –... – O serviçal ficou preocupado com sua reação.

            –Houve algum problema, meu docinho? – Os suplicantes lindos olhos azuis grandes e delicados expressavam alguma piedade incomum.

            –A nave que o estava trazendo foi abatida pelos rebeldes do povo e foi consumida numa grande explosão. Não houve sobreviventes...

            –Seu bobo... – A menina sorria ao levantar os ombros próximo ao pescoço. – Ele é imortal! Provavelmente foi ele mesmo que explodiu a nave... Algum sinal do intrometido?

            –Não, minha mestra, nenhum...

            –Pode ir. Não lhe farei nenhum mal dessa vez... – E ela voltou a se balançar alegremente. – Um, dois, três... Vou matar todos vocês... Quatro, cinco, seis... Vão ser todos de uma vez... Sete, oito, nove... Até que tudo se renove...

            O chamado Kullat negro saiu do lugar, meio apreensivo e foi falar com seu amigo, o Thagir vermelho:

            –Cara, essa foi por pouco... – Ele ofegava e seu coração batia forte.

            –A menina monstro te poupou legal dessa vez... Um passo em falso e ela te destroçava!

            –Não me fale nisso... Já basta termos escapado daquele seu bichinho maldito graças a ela, essa... Essa mutante!

            –Hahaha... – O Thagir vermelho tinha um sorriso de malicia estalando no canto da boca. – Temos outros negócios para tratar... Esse filho do fim é o mesmo das grandes profecias, quem o controlar pode ter galáxias inteiras ou universos inteiros ao seu comando! O poder dessa garotinha não é nada comparado ao dele.

            –Você, seu idiota, sempre com grandes pretensões e quem acaba se ferrando é a gente! Quer saber, é cada um por si!

            –Como queira... Eu consigo o que eu quero de qualquer jeito! – Sua voz não demonstrava nenhum sentimento com a partida do companheiro.

            O Kullat negro começou a andar e saiu da velha construção, o outro se sentou na frente de um computador que estava ligado ali e começou a digitar diversos conteúdos na tela. Seus olhos estavam vidrados na tela e, de repente, sorriu:

            –Achei!

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Mudança de imagem, aqui começa outra transmissão...

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            Eram duas crianças que vestiam suits de sobrevivência, aparentavam ter uns dez e cinco anos respectivamente, elas estavam caminhando por uma zona de reciclagem que se estendia até o horizonte. Em alguns lugares, grandes máquinas derretiam pedaços de metal junto com o que tivessem coletado, deixando cair o amontoado de ferro-velho em grandes caldeiras, liberando muita fumaça que poluía o céu. O mais velho dos meninos tinha cabelos vermelhos, olhos azuis e pele clara, demonstrava estar determinado a encontrar um abrigo. O menor tinha cabelos negros e mais curtos com alguns manchas alaranjadas, tinha pele pálida e seus olhos eram meio acinzentados e languidos, demonstrando estar seriamente doente. Ele estava cansado e com fome, já tinham andado muito:

            –Maninho, vamos parar, eu tô cansado...

            –Mas já?! Ainda falta muito. – A barriga do irmão menor roncou por causa da fome. – Nossa! Tem um tigre por aqui? Toma, é a minha última barra de comida... Vem, sobe nas minhas costas, eu te carrego.

            O garotinho sorria para o irmão tentando animá-lo para continuar, o menor coçou os olhos com o verso de uma das mãos e com a outra pegou a comida que havia pedido, depois subiu nas costas do irmão e os dois continuaram a andar no meio do lixo. Mais a frente, eles viram algumas crianças brincando no meio de um monte de entulho. O mais velho bateu a perna em um engradado e reparou no símbolo que ele apresentava:

            –Lixo... Hospitalar... Cuidado... – Ele voltou-se novamente paras as crianças e percebeu que elas haviam encontrado um cilindro com a qual brincavam.

            Uma das crianças, a que segurava o tubo, não queria dividir ele com as outras. Vasculhando-o, encontrou uma maneira de abri-lo e correu para um lugar para ficar com tudo que tinha dentro. O que saiu do cilindro era um pó verde e brilhante, o que deixava a criança extremamente alegre por brincar com algo tão diferente. As outras crianças correram para junto da outra fazendo o garoto mais velho ficar preocupado:

            –Corram!!! Corram por suas vidas!!! Isso é lixo radioativo!!!

            –Aaaaaaaaaah! – Era tarde demais, não havia como salvá-las, aquilo estava impregnado em suas peles e queimava muito, derretendo seus corpos.

            –Maninho?

            –Droga! – Ele saiu correndo na direção oposta. – Coloque seu capacete irmãozinho, este lugar é muito perigoso.

            Duas jóias, uma em cada roupa, brilharam num tom amarelo e dois capacetes surgiram em suas cabeças.

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Mudança de imagem...

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            A cena que aparecia era de um lugar grande e escurecido, haviam diversas pessoas carregando incensórios dourados, trajando armaduras prateadas cobertas por túnicas violetas e púrpuras. Alguém, numa parte mais alta, estava sentado num trono, carregava uma coroa de neon verde-azulado e tinha uma espada desembainhada longa e serrilhada na frente do corpo com as duas mãos sobre elas. Sua pele tinha um tom dourado e sua armadura e túnica acompanhavam a tez cintilante. Os olhos lembravam os humanos, sendo que estes eram invertidos, o fundo dos olhos eram negros e a íris era branca. Logo ele fez seu pronunciamento:

            –Irmãos da Luz Cósmica, é chegado o dia da grande profecia! O filho do fim deve ser exterminado e somente assim teremos paz no multiverso! Não podemos deixar os Senhores de Castelo sobrepujarem a nossa luz, ela brilhará milhares de vezes mais que aquela organizaçãozinha barata! A Irmandade Cósmica iluminará todo o multiverso!

            –A grande verdade pertence ao Grande Irmão Estelar! – Disseram todos, desembainhando cada um suas espadas e erguendo-as para o alto.

...

            A sorte estava lançada, o que poderia ser feito ou que aconteceria, somente o futuro poderia mostrar...

...

Fim de transmissão...

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