Lua de Sangue – A
História de Draco
“Eu sou
Draco, meio vampiro, meio dragão, uma mistura incomum do mundo sobrenatural. Quer
dançar comigo? Venha para meus braços e eu te mostrarei que a noite pode ser
eterna!”
...
– Se acalme
minha linda ninfa, o que teme de mim? – sorri para a bela moça feita de água. –
Dance comigo, por favor...
Ainda
acanhada, ela pôs seus delicados dedos líquidos em minha mão e eu a conduzi
sobre as águas do meu lago particular. A lua estava esplendidamente linda
naquela noite, iluminando perfeitamente os nossos passos que liberavam gotas cintilantes
que pareciam diamantes ao brilhar. Foi então que, de súbito, senti meu coração
palpitar. Perdi a noção de espaço e caí de joelhos sobre as águas.
– Meu
senhor, o que aconteceu? Não tens passado bem...
– Não é
nada... Não fique assim. – o rosto da ninfa era preocupado. Recompus-me e lhe
ofereci novamente a mão. – Vamos?
Naquele
momento, a lua ficou escura, assim, de repente, sem nenhum anuncio de eclipse.
A ninfa assustada entrou de volta nas águas e sumiu.
– Volte,
por favor!
– O
presságio... Ele será concretizado em breve! – ouvi a mãe d’água dizer.
– Mas... –
olhei para a lua, ela estava vermelha. Nesse momento, começou a chover. Não era
água, aquilo tingia o límpido lago que ficava vermelho. – É sangue! É sangue!
Meu peito
palpitava forte, meu coração queria sair pela boca. A fera dentro de mim queria
sair. Minhas escamas irromperam a pele bruscamente e uma calda longa se
projetava de minhas costas. Asas gigantes bateram e rugi fortemente. Meu belo
rosto estava desfigurado. O lago inteiro se congelou e grande furor era
ouvido... Acordei em meu quarto, havia tido novamente aquele mesmo pesadelo.
...
Já era hora
de acordar, tomei um banho e me vesti com meu terno branco. A noite estava
perfeita para ir a uma festa. Ordenei ao mordomo que preparasse a limusine e em
meia hora saí de minha mansão.
O convite
dizia: “Festa de gala às oito e meia. Venha à casa do prefeito sem falta.” O
engomadinho era uma desgraça de pessoa, comumente pego em escândalos sexuais,
mas até que dava boas festas, o que era perfeito para um banquete noturno.
Chegando a
festa, fui bem recepcionado pelo prefeito e por sua... terceira? Sim, acho que
era a terceira esposa em apenas um ano. Seus cabelos eram tingidos de vermelho,
cílios e unhas postiços, silicone nos seios e marcas de lipoaspiração. Uma
mulher bem mal amada e maltratada, diga-se de passagem. Olhava-me como se me
despisse com os olhos e passasse calda de chocolate por cima. Ela até lambia os
beiços na minha frente! Deveria ter uns trinta anos, suficientemente madura
para saber o que queria. Disfarcei e fui para um canto do salão, olhando-a
algumas vezes para ter certeza de que viria atrás de mim.
Fomos para
o banheiro dos homens, subi a saia do seu vestido e senti com os dedos cada
canto de prazer dela. Abri o decote e lambi seus seios com vigor enquanto ela
abria o meu zíper. Segurei-a por trás e apertei seus peitos macios enquanto
mexia os quadris moderando a intensidade para deixá-la molhadinha. Ela gritava
de prazer e gozo. Puxei seus cabelos para trás e a mordi. Não lhe dei tempo
sequer de perceber meus grandes caninos ou gritar por socorro, tapei lhe a boca
e suguei tudo que podia sem derramar nenhuma gota de sangue. Não iria sujar o
meu terno por causa de uma mulher daquelas.
Fechei a
porta, arrumei a gravata e limpei a boca com um lenço. Outro homem entrava no
banheiro enquanto eu saía. Dei dez passos, são sempre dez passos, e ouço os
gritos: “A primeira dama está morta! A primeira dama está morta!” Bando de
inúteis! Poderiam pelo menos dizer algo novo como: “A filha da puta está
morta!” Hahahah, seria ótimo!
Passei na
mesa, peguei uma garrafa de vinho e fui para o meu carro, procurar a próxima
vítima. Rodei pela cidade durante algumas horas e a vi, uma prostituta loira e
luxuosa andando pela rua. Mandei o chofer encostar, abaixei a janela e
mostrei-lhe um maço de dinheiro. Ela se aproximou e eu abri a porta.
– Eu sou
muito caréssima, meu amor. Mas por um desses, eu faço um boquete pra você. O
que cê acha? – se vestia bem, mas falava muito mal.
Peguei-a
pelo braço e a trouxe para dentro. Ela se debatia e me arranhava. Eu gostava
disso.
– Grite,
grite mais, eu adoro quando vocês gritam. – sorri para ela com carinho.
– Socorro!
Alguém me ajude!
– Isso,
isso... Grite mais, estou quase gozando!
–
Aaaaahhhhh! – mordi seu pescoço enquanto sentia o êxtase do orgasmo.
– Obrigado
querida, foi um ótimo encontro. – toquei seu corpo e retirei todo o líquido que
lhe restava no corpo, deixando-a completamente seca e quebradiça.
Coloquei
seus restos mortais num saco plástico e joguei na primeira caçamba de lixo que
vi. A noite estava realmente ótima! Disse para o motorista continuar rodando,
ainda havia muitas horas naquela noite e eu não desperdiçaria nenhuma!
Numa
determinada rua, vi uma mocinha magra, miúda e meio suja que morava ali, na
calçada. Seus olhos eram tão cheios de vida. Quando me viu, ficou surpresa.
– Darlene!
– Draco...
Veio me encher de novo?! Já te dei aquela poção para dormir que quase me custou
a vida!
– Vamos
entrar? Não quero ficar aqui fora... – sorri para ela gentilmente.
Ela
levantou uma cortina atrás do barraco e entramos numa casa fina e glamurosa. As
paredes tinham azulejos de mármore azul; no chão, ossos cristalizados e no meio
do lugar uma bela escultura em mármore branco de um tronco de árvore com uma
águia de ouro em cima. Darlene mexeu os dedos e duas poltronas de couro negro
apareceram, juntamente com seu caldeirão acesso que liberava uma perfumada
fumaça rosada. Ela tirou uma lama branca de dentro do caldeirão e seu corpo
mudou, assumindo uma forma mais cheinha, com cabelos vermelhos e pele sedosa. A
roupa também mudou, tornando-se um vestido negro muito bonito.
– O que
quer?
– Você.
– Não estou
disponível...
– Não te
pedir permissão.
– Saia
daqui agora ou...
– Se me
tirar daqui eu te deixo seca... – ela se arrepiou quando apareci atrás dela,
apreciando seu pescoço. Pude sentir a excitação tomando conta de seu corpo.
– Draco...
– ela gemia. – Não quero mais te ver... Eu te odeio!
– Sua boca
diz não, seu corpo diz sim...
– Você
sempre vai embora... – já havia aberto seu vestido e desnudado seus seios
fartos.
– Eu não
pertenço a você Darlene, eu pertenço a quem roubou o meu coração. – toquei no
lugar mais sensível de seu corpo. – Aquela que levou a rosa da lua...
– Não pare,
não pare, não pare... – tirei a roupa atrás da poltrona. Fui para frente, onde
comecei lambendo. – Isso, isso, isso...
Excitado de
novo, penetrei-lhe suavemente. Pus minhas mãos no meio de suas mãos, subindo e
descendo junto com ela.
– Eu quero
você pra mim, fique, seja só meu!
– Encontre
a rosa azul, querida, e serei eternamente seu escravo. – ela gemia no meu
pescoço.
– É
impossível! Ninguém sabe onde está essa rosa... azul! – passei meus braços por
suas costas e a levantei do ar. Escorei sua cabeça na minha.
– Então não
poderei ficar... – coloquei-a no chão e fiz movimentos fortes. Tivemos orgasmos
juntos.
– Não vá,
não vá... Por favor, Draco, por favor, não vá! – ela implorava ao mesmo tempo
em que chorava e sentia o prazer pleno do sexo ainda repercutindo em seu corpo.
Vesti-me
cuidadosamente de novo, voltei para Darlene e mordi-lhe o pulso. Adormeceu de
exaustão e deixe-a na poltrona. Saí do esconderijo dela, olhei para o céu.
– Vai
chover... – entrei na limusine e os pingos começaram a cair.
– Para onde
senhor Draco?
– Vamos
para casa, ter revisto Darlene me deixou muito nostálgico. – na verdade, não
era por causa daquela bruxa, é a chuva que me deixa assim, meio esquisito, com
saudades de algo que perdi há muito tempo. – Onde está você minha rosa azul?
O celular
tocou e atendi. Era o mordomo avisando que um ilustre ‘visitante’ havia se
instalado na mansão e que eu deveria cuidar daquilo urgentemente. Avisei o
motorista para ir mais rápido. Chegando à mansão, o mordomo estava preocupado.
Mesmo sendo um vampiro experiente, não conseguiu tirar o ‘visitante’ da minha
sala. Senti uma presença conhecida:
–
Victório?! Então, descobriu alguma coisa sobre o meu passado?
– Draco...
– seu olhar foi seco.
– Algum
problema?
– Você é um
vampiro agora... Se tenho problemas?! Este mundo perdeu seus dragões e você faz
uma pergunta dessas?!
– Acalme-se,
por favor, você sabe do meu problema...
– Rosas não
dão na lua...
– Então me
explique os meus sonhos! Sinto que meu coração foi roubado por alguém, por uma
rosa azul...
– Você ao
menos domina as suas escamas de gelo?
– ... – fiz
uma pausa. – É à rosa azul que dedico minha força, meu prazer e minha dor. Se
um dia me tornarei um dragão completo isso não será da sua conta.
– Você que
sabe... – ele olhou pela vidraça, a lua apareceu, iluminando ligeiramente o
recinto. – A luz está azul...
– Onde? –
me aproximei, foi rápido, mas pude ver, ela realmente estava azulada.
– Se quer
encontrar, procure. Ficar aqui tomando conta dos negócios dos vampiros não vai
te ajudar a encontrar. Adeus... – ele sumiu no ar junto com o luar que entrou
novamente dentro das nuvens chuvosas que trovejavam.
Abri aquela
garrafa de vinho da festa do prefeito, enchi uma taça e me sentei na minha
melhor poltrona. Dei um gole e cuspi.
– Eca!
Vinho barato... – Joguei a garrafa no fogo da lareira, quebrando o vidro e
atiçando o fogo. – Aconteça o que acontecer, encontrarei minha rosa da lua, minha
rosa azul de novo...
...
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