Faltam duas semanas para a temporada de chuva acabar,
adoraria a sua visita aqui, mas pelo visto necessita muito do chip. Minha caça
esta saindo de Portugal. Até parece que ele quer jogar comigo. Pena ele não
saber que, quem brinca com fogo pode se queimar e tentar escapar de minhas mãos
pode ser doloroso.
Eu poderia fazer suas vontades e desejos se realizarem, mas
o chip nunca vai estar em outras mãos que não seja as minhas. Para ter as
informações que ele contém, terá que brincar com fogo e se queimar. O que para
você não é nenhum problema, não é?
Mas você esta com sorte, o que eu caço esta em direção ao Brasil
e veja só, em São Paulo! O que está havendo aí para chamar a atenção da minha
caça?
Estou de volta e espero que você saiba que isso não vai ser
tão fácil.
Sabe o que eu quero!
Blood kisses.
Lady Morticia Naghtshade.
Obs.: e quanto ao Dri, não se preocupe, tenho algo para ele
que jamais irá recusar.
Esta foi a resposta a carta que enviei a Lady Morticia Naghtshade...
"São Paulo, capital, 14 de Novembro de 2012.
Vocês dois brigaram? Não quero
acreditar nisso, no entanto, deverias tomar conta dele...
Vejamos novamente o que
pesquisei, Minerva poderia ter se vendido para três demônias: A primeira delas
era a Lilith, a primeira mulher e primeira vampira de que se tem noticia. Suas
intenções comuns são de matar todos os homens e não incomum de matar algumas meninas.
Não acho que tenho sido ela... A segunda era Belial, mestre nos disfarces,
adora se vestir como um homem refinado negando sua própria feminilidade. Ela é
arrogante, consegue transar com qualquer um sem abrir seu coração e foi a
culpada por ter destruído duas importantes cidades antigas ao liberar os
instintos sexuais da população ao extremo. Também não acho que tenha sido
ela... Por fim, ao olhar a terceira possibilidade, encontrei Balbero, demônia e
bruxa das trevas, alguém que sabe cobrir o próprio rastro como ninguém.
Acredito que seja ela. Realmente acredito que seja ela. Além do vasto
conhecimento em bruxaria, uma das mais antigas bruxas de que se tem notícia, o
elemento estranho do Cristian teria muita utilidade em suas mãos, ampliando os
seus poderes e fortalecendo as suas forças no inferno e no baixo inferno. Se eu
estiver certo, e espero que não esteja, elas vão te atacar onde mais dói...
Balbero,
como demônia e a mais poderosa bruxa das trevas, não gosta de homens tanto
quando as outras duas demônias. Ela sabe encantar homens e mulheres apenas com fragrâncias.
Ela se aproveitará que Lord Dri está sozinho e o enfeitiçará, fazendo com que
pensa que ela é você! Se ele estiver sozinho, ela usará a sua influência sobre
ele para te forçar a ir aonde ela quer...
Se mesmo
assim não for motivo o bastante, dê seu preço. Pago em ouro ou em lágrimas. Eu
não deveria oferecer o que tenho de mais precioso, a lágrima de dragão, mas dou
lhe o que for preciso! Aviso-lhe, a lágrima de dragão é carregada de vida,
podendo ressuscitar pessoas. Vampiros, como mortos-vivos, não devem usar seus
poderes pois deixariam de estar mortos. Como efeito colateral, jamais poderão
voltar a serem mortos-vivos, isso está além de meu contrato...
Eu preciso
do chip Morticia, por favor, prometo devolver-lhe assim que terminar de
rastrear Minerva e Balbero, não demorará mais que algumas horas. Você ficará
admirada com o que eu vou fazer! Irei até o inferno se for preciso!"
Atenciosamente, Victório Anthony IX.
PS: Também adoro dias de chuva...
P!ink - Try
"Onde há desejo haverá uma chama
Onde há uma chama alguém é obrigado a se queimar
Mas só porque queima não significa que você vai morrer
Você tem que levantar-se e tentar, tentar, tentar..."
Morticia Naghtshade me enviou esta carta em resposta a Devil's Drink 34
"Leiria Monte Real, 12 de novembro de 2012.
Querido Victorio
Anthony, não tenho boas noticias para sua caçada. Estou em uma missão em Monte Real
no litoral de Portugal e não tenho previsão para voltar ao Brasil.
Aqui esta tão frio, é
época de chuva gosto desse lugar principalmente nessa época onde ocorre um
fenômeno muito curioso, quarenta dias chuvosos. Só de falar arrepia a minha
pele. Mas a chuva já esta em seu curso final e logo só haverá o frio e as
nuvens a cobrir o céu, deveria visitar Monte Real algum dia.
Sei que Minerva
escapou das mãos do líder dos lobos, ouvi dizer que ele não teve um fim muito
agradável, mas isso não pertence mais aos meus interesses. Ouvi disser que
conseguiram um filho de origem pura de Minerva e ele estava com você, espero
que você não tenha se apegado a ele, esse seu coração draconiano ainda sente um
sentimento tão puro, tão humano. De qualquer forma, sei que pode lidar com essa
situação. E espero obter mais noticias.
O chip deve te ajudar,
pois ele tem a localização de todos os Lobos, Demônios e outros seres
sobrenaturais. No entanto não será tão fácil tê-lo em suas mãos, o guardo há
muito tempo e não deixo que ninguém chegue até ele, é uma arma muito perigosa e
sem duvida ira atrair mais seres sobrenaturais, quero algo em troca já que o
meu pescoço é o que vai entrar na jogada. Eis um grande amigo, mas todo cuidado
e pouco. Estou fora de encrencas com o conselho e vários outros grupos que
querem meus poderes e outros atrativos dos quais você conhece muito bem. Ops! Esqueci
que você ainda não os conhece, mas no fundo você os deseja.
Quanto aos meus
poderes, não se preocupe, estou ciente do perigo que corro, mas não será nem a
primeira, nem a ultima vez que vejo alguém atrás de meus poderes.
Temos assuntos a
resolver querido e espero uma carta resposta.
Blood
kisses.
Lady
Morticia Naghtshade.
Obs.: talvez eu volte, mas isso vai depender de Dri, ele tem
que pedir a minha volta."
– Você não
pode fazer isso! – gritei para o líder do clã de lobisomens da cidade de São
Paulo.
– Por
favor, entenda, ele agora é o membro mais precioso de nossa matilha...
– Ele ainda
não está pronto! – fumaça saía de minha cabeça. – Ele ainda é muito jovem! Eu
cuido dele praticamente desde o nascimento, deixe que ele fique até ter idade
suficiente.
Olhei para
Cris, ele estava olhando o fogo da lareira. Respirei fundo, tentando me conter
para não criar problemas.
– Se for o
caso, eu cuidarei dele o tempo todo que ele estiver com vocês...
–
Victório...
– O Cris é
importante pra mim e ele não se desenvolveu como uma criança capaz. Ele poderia
ser morto por qualquer um que consiga ultrapassar seus poderes gélidos.
– Se assim
deseja...
Conversamos
mais um pouco. Ficara decido que Cris deveria ser levado à Europa e ser
mostrado aos outros líderes dos lobisomens para demonstrar que o DNA original
da matriarca Minerva ainda estava seguro. Fui até Cristian, ele me olhou e eu
me agachei para ficar na altura de seus olhos:
– Cris, nós
vamos viajar! – sorrir para ele, apesar de me sentir incrivelmente triste,
sentindo que algo poderia dar errado.
– Cris!
Cadê você! – o menino adora se esconder. – Apareça! Tenho que colocar a sua
roupa! – principalmente depois do banho.
Os dias que
comecei a ficar cuidando de Cristian, filho de Minerva e reencarnação de um
lobisomem albino do clã nórdico, têm sido muito movimentados.
– Menino!
Apareça! Já estou cansado de te procurar!
Minha casa
no Brasil é um pouco grande. Na verdade, nem é uma casa, está mais para uma
caverna escondida no meio da mata atlântica da cidade de São Paulo – um dos
poucos locais que ainda se mantém integrados à natureza naquela região urbana.
O local é uma reserva de área verde e não preciso me preocupar tanto com
intrusos humanos. Quem quiser me encontrar basta chamar o meu nome e, se eu
estiver disponível, atenderei ao chamado. Alguns bruxos e seres sobrenaturais
me conhecem, já ouviram falar do meu nome. Obviamente só de relance, não quero
ser encontrado por quem não merece. Meu sangue é precioso, meus poderes mágicos
estão além da expectativa e ainda posso me transformar gradativamente em
dragão. Este sou eu, Victório Anthony, um draconiano que tem muito mais a
demonstrar do que aparenta. E agora eu estou cuidando de uma pequena criança:
– Você tem
certeza disso?! – eu já estava quase gritando.
– Tenho!
Victório, você não confia em mim? – a bruxinha (ela tinha uma aparência
estudantil que escondia a idade) insistia no que falava.
– Comece de
novo... Não consegui entender direito... – eu estava aturdido com as palavras
dela.
– Vou
tentar explicar direito... – ela pigarreou, tomou uma dose da garrafa que eu
havia trazido e continuou. – O garoto que você está procurando foi levado por
demônios para um centro satânico. Seus poderes são cobiçados por diversos seres
sobrenaturais depois que todos souberam que foi você quem encarnou aquela
criança...
– Quem
poderia ter dito uma coisa dessas! Somente eu e o tio San sabemos disso!
– Se
acalme! Aparentemente eles prezam pelo bem estar da criança e ela sobreviveu...
– O que
aconteceu?
– O lugar
em que a criança ia ser sacrificada foi tomado pelo frio e todos os que estavam
no local morreram congelados... – olhava para ela com olhar inquisidor. – Juro
que é verdade! Fui até o local fazer uma projeção astral para um trabalho em
que fui contratada e banir as energias maléficas. Foi quando vi a criança...
Nunca vi uma aura tão fria!
– Fale! O
que aconteceu a ela?!
– Se
acalme! Já está saindo fumaça da sua cabeça!
–
Desculpe... É um mal de família...
– Bem,
depois vi um ser de luz levando a criança para um orfanato de freiras...
– Sabe o
endereço?
– Sim...
Depois que soube que você procurava por um ser como o que descrevi fui checar o
local exato em que o bebê estava. Tome, este é o endereço...
– E o
‘porém’?
– Como?
– O
‘porém’! Sua cara me diz que você tem medo de ir lá... O que aconteceu?
– Ah! Como
eu te disse, vários seres sobrenaturais querem o poder daquele bebê. Mas não
conseguem chegar perto por ser um local santo impregnado de energia protetora e
pacífica. Eles não conseguem entrar e ficam fazendo tocaia para pegar a criança
quando ela sair de lá...
– Eles te
perseguiram?
– Sim... –
a bruxinha tremeu sentindo calafrios. – Se eu não estivesse de vassoura a
postos para voar eu seria partida em duas!
Um mundo
urbano. Prédios e edifícios por todos os lados. Pontes, dezenas de pontes,
pontes por todos os lados e nenhum rio transbordando, umedecendo ou poluindo a
paisagem, apenas prédios, edifícios e pontes. Não havia praças, não havia
árvores, não havia plantas. Não havia animais, não havia insetos, apenas
humanos viviam ali, naquele mundo cinza, triste e tenebroso.
Nos
entremeios da Cidade das Pontes, reinava a lei de ninguém. Assassinatos
cometidos com crueldade e obsessão eram frequentes e nenhuma autoridade sabia o
que fazer para acabar com as mortes. Eram cinco níveis distintos, que separavam
a parte baixa da mais alta e não incomum era encontrar alguns trechos em que as
ligações se tornavam um verdadeiro labirinto de seis níveis ou mais. Por causa
desse emaranhado confuso para os próprios habitantes, tornava-se difícil pegar
o serial killer que atormentava os inúteis cidadãos. Você poderia ser morto a
qualquer momento, a qualquer hora, sob qualquer ponte ou acima dela. Não havia
assinatura, eram apenas mortes culminadas em hábeis destrinchamentos
cirúrgicos. Eram homens, mulheres, idosos e crianças... Seu apetite era tanto
que fazia cerca de três vítimas por mês, uma a cada dez dias.
Bem vindo, Antônio Dayrell. Entre e sirva-se!
Com o término da história, "Uma Vampira na Cidade" de Adriano Siqueira e Stefany Albuquerque, inevitavelmente eu, que estava ávido por todo o desenvolvimento da história, não tinha como não escrever mais uma pontinha da história. Só espero que não fique por isso mesmo, eu quero mais, mais...
Devil’s Drink 31 –
Marcada...
Depois de
vários meses procurando, meu informante no Brasil me enviou uma mensagem para
encontrá-lo numa pequena cidade do interior. Fui até o local na hora marcada:
– Encontrou
o que eu queria? – perguntei.
– Sim. Ela está
presa em um laboratório para gerar um filho e não saíra de lá até que ele venha
ao mundo. Além disso, ela está muito machucada, há um bom tempo que foi marcada
por forças demoníacas e as feridas custam a sarar, reabrindo de vez em
quando...
– E então?
– Suas
suspeitas estavam certas...
– Ótimo!
Pensei que nosso último encontro tivesse sido um problema, mas vejo que saiu
tudo do jeito certo. O tio San vai adorar saber disso! Obrigado por tudo...
– Não está
se esquecendo de nada?
– Calma, já
estou pegando! Já estou pegando! – tirei do bolso um pergaminho com poderes
mágicos e entreguei a ele. – Faça bom proveito!
Este drinque é especialmente preparado para Adriano Siqueira, escritor que muito tem me inspirado com suas mulheres poderosas e fantásticas. A história por sua vez foi preparada com base no conto "Mentiras são flores no jardim do mal", o primeiro conto do Adriano que eu li. Além disso, foi inspirado na música da Christina Aguilera "Your Body", confira o clipe e a letra traduzida no final post.
ATENÇÃO: ESTE NÃO É UM CONTO PARA CRIANÇAS, RECOMENDADO PARA MAIORES DE 18 ANOS!!!
Devil’s Drink 29 –
Mentiras...
“Ela é tão
linda...”, eu não parava de pensar nisso. Seu jeito é tão decidido, seu riso é
tão meigo, sua boca é tão sensual. Eu não resisto! Eu tenho que tê-la em meus
braços. O celular toca, a música era do recebimento de mensagens. Aperto os
botões e leio algo que me deu ideias: “Amorzinho, venha até a minha casa, a
porta estará aberta e eu estarei nua com aquilo quente só pra você. Venha
logo.” Minhas pernas tremeram, estava muito excitado para ver minha lolita,
minha doce lolita! Mal podia acreditar que ela me enviara uma mensagem tão
safada! Eu a quero de um jeito ou de outro e hoje eu a terei!
Os Senhores
de Castelo conversaram entre si e decidiram resgatar Pilares sem Ferus. Ele
ficaria sem o cilindro por enquanto. Questionado sobre o lugar onde o
ilusionista Rubber estaria, o armeiro respondeu:
– No lugar
mais óbvio. – eles saíram juntos do último andar por uma última escada e foram
olhar o que havia no topo do prédio.
Lá fora, já
de noite, no meio das nuvens altas, diversas luzes brilhavam intensamente.
Holofotes iam de um lado a outro iluminando a grandiosa estrutura no alto do
céu como uma enorme montanha cintilante.
– Então
você está aí... Alquimista! – Ferus encarava o açougueiro mirando nele o canhão
de seu cilindro. A criatura estava num quarto com pouca luz, sentado numa
cadeira e balbuciava baixinho frases sem nexo aparente.
– Tenho que
salvar Monaro... Ele é meu amigo... A árvore de carne o levou... O ilusionista
vai me ajudar... Eu sei que posso conseguir... Eu tenho tudo o que preciso
aqui... Eu vou ajudar Monaro... Não posso deixar o meu amigo assim... Eu tenho
que conseguir... O ilusionista me deu tudo... Tudo... Tudo... Monaro...
Monaro... Se eu der isso pra ele, ele vai voltar ao normal... Vai ficar tudo
bem... Tudo vai ser como antes... Tudo vai ser como antes...
“Eu não
espero ser feliz, isso seria besteira. Espero apenas garantir que o meu
irmãozinho tenha um futuro, onde possa escolher ser feliz” – Vaik, o
intrometido.
...
A insígnia
do parafuso reluzia no peito metálico dos grandes maquinários. Suas engrenagens
faziam barulhos ensurdecedores e frenéticos. Todo o equipamento funcionava com
força e poder. A furadeira fazia um som agudo e o processador calculava os
alvos com precisão – programado para acertos críticos. Máquinas não têm
sentimentos, seus ataques são precisos e mortais. Seres de carne são fracos
perante sua magnitude engenhosa.
Os
dopelgangers se amontoavam aos montes, copiando perfeitamente os Senhores de
Castelo. Sua aparência era assombrosa, não por simplesmente serem iguais de
aparência, mas por serem cópias fiéis até nos trejeitos e nos olhares. Grupos
de cinco se organizavam impecáveis para atacar, demonstrando uma grande
experiência em batalha. Castelares melhorados, isso era o que eles eram! Entre
máquinas e monstros, não havia por onde fugir!
Bem vindas as novas clientes do bar: Gisele, a guria do teatro e Luna, uma cliente entusiasmada com o blog e que me prometeu passar mais vezes por aqui... (Promessa é divida, fazer o quê? Tenho que tocar esse bar sozinho enquanto os meus empregados estão com probleminhas... É uma certa neurose, sabe?) Esta Devil's Drink foi criada com inspiração na história "Uma vampira na cidade", da qual sou fã, misturada com uma música do David Guetta, She wolf, que colocarei o video logo abaixo da história. Degustem com prazer! ^^
Link para a história original de 'Uma vampira na cidade', de Adriano Siqueiro e Stefany Albuquerque
Naqueles
dias eu estava em outro país, no continente europeu, a pedido de um amigo.
Estávamos num bar, na Alemanha:
– Quero que
investigue o namorado de uma moça...
– Algum
interesse em especial? – perguntei-lhe.
– Creio que
ela está noiva de um lobisomem... – ele levou um copo de conhaque à boca e sentiu-o
queimar a garganta com certo pesar – Ele vai comê-la a qualquer momento.
– E porque
acha que ele a comeria?
– Tentei
investigar-lhe o passado e encontrei dois ou três indícios que suas noivas
anteriores foram congeladas e devoradas – e deu outra golada.
Encontrei o texto e adorei, estou ansioso para mais. A fanfic é simples e suave como o próprio sono e deixo vos um pedaço da história de Gisele Bauer (@guriadoteatro). De fã para fã...
O Senhor de
Castelo de Zínio, Dimios, um ex-lutador que já teve seus tempos áureos e que
agora é o portador da Garra de Sartel, um artefato místico de grande poder;
liderava um grupo com mais outros cinco castelares. Um deles, Ferus, era seu parceiro,
não um parceiro qualquer, um substituto de seu antigo colega, Cardial, que
morrera salvando-lhe a vida. Ferus era jovem, aquela missão em que Dimios liderava
era sua primeira vez como Senhor de Castelo. Por algum motivo ainda obscuro, os
dois só se conheceram dentro do atravessador, a nave boreal que os levou até um
belo planeta de onde partiriam para o verdadeiro local de sua missão onde
deveriam salvar a população: o planeta sem nome. Aquele não era um lugar
qualquer, o planeta sem nome pertence ao território da Irmandade Cósmica, outra
organização especial do multiverso que rivaliza com a Ordem dos Senhores de
Castelo por possuírem ambições diferentes. Acima deles existe o plano superior,
onde seres de energia pura são os juízes que decidem o que acontece com a
Aliança do Multiverso que reuni todas as organizações que querem controlar o
multiverso. As regras que eles criaram são dúbias e permitem que planetas sejam
explorados até a sua extinção, no entanto, invadir o território de outra
organização acarretaria em retaliação por parte dos próprios superiores. Essas
criaturas poderosas, também conhecidas como os antigos por viverem milhares de
milhares de anos, passam a maior parte do tempo meditando sobre a existência e,
reza a lenda, que se um julgamento de um superior estiver contra você, toda a
sua história será varrida do tempo e do espaço.
Iksio, em
sua forma monstruosa, ficava escondido, só olhando para os amigos castelares.
Pilares, curioso, quis saber mais sobre o porquê do arthuano ter se tornado um
monstro. Westem, prazeroso em dizer, respondeu alegremente:
– Ele meteu
a mão aonde não foi chamado! Hahahah... – o multibiólogo fez um barulho em
protesto.
– Ele vai
ficar assim por quanto tempo? Preciso pedir algo pra ele...
– Não sei.
A transformação depende de vários fatores desconhecidos. Iksio não quis fazer
exames pra saber o que realmente acontece com ele... É medo de agulha! – disse
baixinho a última frase. – E o que você pretende com ele?
– O
dopelganger copia plenamente a forma de alguém... Eu vi a cópia do Iksio usar
alguns poderes mentais... Talvez ele possa ajudar a tirar o Nerítico do estado
B.O.B.
Westem
olhou para o parceiro e concluiu:
– É
possível... Iksio conhece alguns truques que podem ampliar suas forças mentais.
O que me diz peixinho?! – o multibiólogo mexeu a cabeça para os lados. – Ele
disse que talvez...
Drinque especialmente preparado para Morticia Naghshade, espero que esteja ao seu gosto my lady.
Para quem quiser saber mais sobre essa mulher poderosa, acesso o blog Contos de Vampiros e Terror, de Adriano Siqueira!
Devil’s Drink 27 – Há
muito tempo...
Fui
chamado, no início do século 20, para participar de uma votação do conselho,
sendo um mediador neutro. Nunca me interessei muito pelo que eu deveria fazer,
vampiros e lobisomens ficam brigando por qualquer motivo, e meter demônios no
meio da conversa me parecia demais para esses assuntos burocráticos tão chatos.
Bem, como um representante das forças sobrenaturais eu tive de ir, mesmo a
contra gosto.
Naquele
momento, a vida humana estava florescendo, revolucionando tecnologias e
conhecimentos. No entanto, foi decidido que a reunião seria nos moldes mais
antigos, com roupas de gala de corte sofisticado e requintado. As mulheres
vestiriam belos vestidos de saia longa com corpete apertado evidenciando o
busto e os homens iriam vestidos com roupas negras, colete e calças bem
ajustadas e sapatos lustrosos. Não faz o meu feitio, mas me arrumei de acordo,
amarrando o meu cabelo que era comprido na época.
Nerítico,
Pilares e Westem seguiram rumo à Cidade Baixa, mesmo não sabendo como poderiam
encontrar Iksio. O galeano pensava positivo, o parceiro não se deixaria vencer
por tão pouco. Ele conhecia a arthuano como ninguém, Iksio era capaz, ele sabia
disso. Pilares e Nerítico não conversavam. Se entre olhavam, criando uma
atmosfera pesada, evitando um ao outro.
Pilares estava constrangido pelo
que acontecera com ele e tinha medo que o ultraquímico lhe desse outro sermão.
Vez ou outra Pilares cometia um erro por se deixar levar pelos hábitos de
ladrão, colocando os dois em apuros. O teslarniano não reclamava, sabia que
estava errado e aceitava tudo calado. Tinha respeito pelo parceiro que
demonstrava se importar com ele quando a maioria das pessoas o tratava mal,
desprezando-o por ele ter sido um ladrão. “É normal, estou acostumado com eles.
Só não entendo porque Nerítico está assim... Tenho medo de perguntar”, pensava
ele, perdido em pensamentos.