– Você se
explica depois! – Dimios encarava Ferus com raiva.
– ... – o
jovem armeiro olhava-o com indiferença, não se importava se ele era um Senhor
de Castelo mandando nele, ele era livre agora.
– Abra a
porta!
Sem mais,
Ferus olhava para o mecanismo incomum que possuía seis quadrados sem um único
ponto. “A numeração altariana”, pensou ele. Passando os dedos sobre a placa, os
quadrados se moveram. Tentando encontrar o número máximo moveu os números até
seis pontos. Curiosamente isso abriu o portão da torre.
–
Conseguiu? – perguntou Westem.
– Não...
– Mas
então?
– É uma
contagem regressiva... Segundo os cálculos... 55986 segundos, cerca de quinze
horas...
– Para o
quê?
–
Autodestruição eu acho... – Dimios se posicionou a frente.
– Venha
aqui se você for homem! – gritou Ferus, logo abaixo de Rubber.
– Que assim
seja... – Rubber se lançou num soco voador que acertou Ferus em cheio. Caído no
chão, o armeiro se levantou, cuspiu sangue e limpou o rosto.
– Isso é
tudo o que você tem? Pode mandar mais, eu aguento!
– Inseto
miserável... Agora me lembro! Foi você que tirou a massa vampira que eu havia
colocado neste corpo! Você vai me pagar! – Rubber levantou os destroços com o
pensamento e os jogou diretamente em Ferus.
– Que
saco... – Ferus corria com velocidade e se defendia habilmente, cortando os
pedaços de metal ao meio. – Não sabe que sou um armeiro? Fazer lâminas
perfeitas é minha sina!
– Maldito!
– o altariano se lembrou dos poderes do terceiro olho. – Vamos tentar outras
regras!
Com o
terceiro olho aberto, a espada de Ferus ressonou com os pensamentos de Rubber e
alçou voo. Segurando firmemente, o armeiro era jogado de um lado a outro no ar.
“Se eu soltar, estou perdido.”
“Não há limites para
a Irmandade Cósmica!” – lema altariano.
...
– Ótimo
Croaton, você conseguiu o que eu precisava! – Iksio cuspia uma gosma negra aos
montes, convulsionando.
– Iksio! –
gritava Pilares batendo forte no vidro.
Terminando
de sugar todo o conteúdo negro que foi extraído do arthuano, o Ilusionista se
dirigiu ao cilindro de suporte de vida com o assaltante dentro.
– Agora é a
sua vez!
– Fique
longe de mim coisa asquerosa!
– Oh! Assim
você fere os meus sentimentos... – Rubber sorriu com malicia, estava sendo
sarcástico. – Não serei mais uma coisa depois que tomar o seu corpo para mim!
O altariano
tomou uma forma mais liquida e subiu pelo vidro inclinado até o topo onde havia
uma fissura proposital, preenchendo todo o interior. O teslarniano berrava
desesperado e silenciou.
–
Pilares... – disse o multibiólogo, completamente sem forças, perdendo a
consciência em seguida.
Semi-enterrados,
os Senhores de Castelo foram retirados um a um dos escombros daquela imensa
quantidade de prédios ruídos por eles mesmos. Um plano audacioso, Rigaht
reconhecia, enquanto sua mestra infante lhe ordenava isso e aquilo para
resgatá-los. Não dava para se saber ao certo quantas máquinas da legião
parafuso haviam sido destruídos. Foram centenas e milhares, disso eles sabiam,
constatando o incrível buraco que fizeram na paisagem urbana e morta que ardia
em alguns poucos lugares em que o combustível dos maquinários era consumido
pelo fogo. A poeira era forte e demorava a se dissipar, fazendo todos eles
tossirem. Ficaram escondidos por mais de meio dia até se recuperarem.
Novamente a
noite chegara e com ela a plataforma se iluminou, dando a impressão de que o
escuro se afastava por causa de alguma sociedade humana que existia ali.
Poderia se sonhar com algum parque alegre, cheio de pessoas felizes e
criancinhas sorrindo ao brincar. Ou ainda com pessoas trabalhando com total prazer
em suas amadas profissões... Mas não era isso. A plataforma que cingia o topo
dos prédios de base era carregada de laboratórios prontos, produzidos inteiros
em outro lugar e trazidos para o planeta sem nome para servir de apoio a
atrocidades inomináveis. E, se por algum motivo o laboratório se tornasse
inútil ou infectado, ele era sumariamente jogado por um carregador flutuante em
algum lugar da zona de lixo. Nos prédios abaixo da plataforma, funciona a
fábrica de máquinas, consumindo milhares de litros de diesel e queimando uma
quantidade absurda de oxigênio. Com a morte do último ser orgânico que
desprendia esse gás tão importante para a sobrevivência da vida, estar naquele
altar erguido nos céus para sacrificar almas ao conhecimento, se tornaria algo
muito mais perigoso que enfrentar uma legião de máquinas.
Mais um pequenino spoiler de Crônicas dos Senhores de Castelo foi postado na página oficial no facebook! Para curtir a página acesse: => Crônicas dos Senhores de Castelo <=
Em breve um nome para o terceiro título deve ser divulgado, estamos na espera!
– O que
você espera de mim? Sou apenas o Filho do Fim... – o ilusionista fitava as
crianças tentando entender o que elas eram.
– Croaton!
Venha a mim! Eu preciso de você! – gritou o altariano.
– Porque
quer que ele venha? – perguntou Vaik, escondendo o irmão atrás dele.
– ...! –
Rubber, com seu rosto pouco semelhante ao natural, demonstrava certo desgosto
pelas crianças. – Preciso dele para ficar completo...
O
ilusionista andou até um cilindro de suporte de vida com Pilares dentro.
Acariciou o vidro admirando o novo e desejado corpo que teria.
– Logo
serei completo...
...
A longa
caminhada continuava, principalmente à noite, pois era mais fácil saber a
direção da plataforma luminosa. Os Senhores de Castelo confiavam em Dimios, ele
tem bons motivos para ser um bom líder e proteger os seus. No entanto, Westem,
Nerítico e Iksio não confiavam no Caçador Sombrio e muito menos na garotinha de
vestido vermelho que tentara matá-los há poucas horas. Andar com eles muito
próximos era uma contradição, um sentimento que calou os castelares de suas
conversas amistosas e cheias de alegria. O ziniano andava decidido, passos
firmes, seguia sem medo pelas ruas mortas da Cidade Baixa, já não temia os
perigos que poderiam surgir.
O Senhor de
Castelo de Zínio corria pelas ruas da cidade tentando encontrar Ferus.
Nerítico, que estava tão cansado quanto os outros, segurou-o para que parasse
um momento:
– Dimios,
pare! Não adiante agir assim!
– ... –
sério, ele parou, os dois foram alcançados por Westem e Iksio.
– O que
você tem na cabeça? – disse o bárbaro. – Pra correr assim, sem parar?
– Meu caro
parceiro tem razão, devemos agir com prudência e nos preparar para o pior...
O portador
da Garra de Sartel lançou um olhar de ódio sobre os três, fazendo sua arma
soltar fagulhas. Virou-se de costa, contendo-se. Os Senhores de Castelo iam
sugerir algo, mas foram interrompidos por uma voz infantil:
– Senhores
de Castelo são todos iguais, tão temperamentais! – a mocinha de cabelos
dourados amarrados com fitas vermelhas estava rindo deles.
– O que
você quer? – perguntou Dimios, rispidamente.
– Matá-los,
é claro! – Nina apontou para o céu, lançando a zona das sombras que engoliu a
todos em pleno escuro.
Me juntei a Harinara para escrever um capítulo, espero que se divirtam. Degustem com prazer!
Lua de Sangue – A
História de Draco
Escrito por: Victório Anthony
“Eu sou
Draco, meio vampiro, meio dragão, uma mistura incomum do mundo sobrenatural. Quer
dançar comigo? Venha para meus braços e eu te mostrarei que a noite pode ser
eterna!”
...
– Se acalme
minha linda ninfa, o que teme de mim? – sorri para a bela moça feita de água. –
Dance comigo, por favor...
Ainda
acanhada, ela pôs seus delicados dedos líquidos em minha mão e eu a conduzi
sobre as águas do meu lago particular. A lua estava esplendidamente linda
naquela noite, iluminando perfeitamente os nossos passos que liberavam gotas cintilantes
que pareciam diamantes ao brilhar. Foi então que, de súbito, senti meu coração
palpitar. Perdi a noção de espaço e caí de joelhos sobre as águas.
– Meu
senhor, o que aconteceu? Não tens passado bem...
– Não é
nada... Não fique assim. – o rosto da ninfa era preocupado. Recompus-me e lhe
ofereci novamente a mão. – Vamos?
Mais um texto da Harinara Carolina! E por sinal o outro foi um grande sucesso! Vamos lá, acompanhem a história de Luna Blue, uma vampira muito especial. Conheçam a Harinara no facebook!
Lua de Sangue – A
Traição
Escrito por: Harinara Carolina
Revisto e editado por: Victório Anthony
Já estou há
uma semana com ele e Luca não é a pessoa que aparentava ser. Como posso
explicar, ele acha que sou posse dele, não me deixa fazer nada. Por um lado
acho que está me ensinando, mas por outro acho que o medo de me perde, coisa
que aconteceu:
– Querida, no
que está pensando?
– Luca, me
deixe! Não posso fazer nada que você já me repreende! – com muita raiva ele
pegou meu pescoço e pressionou com muita força – Pare... Você... Está... Me
machucando!
– Já te disse
para não me responder! Quem manda em você sou eu!
Ele me largou,
comecei a chorar:
– Desculpe-me,
minha querida...
Saí do quarto
e fui para a varanda, onde vi alguém diferente. Fiquei olhando para aquela
pessoa:
Pessoal, este é um ótimo trabalho feito pela Harinara Carolina, uma escritora tímida que precisa de incentivo para continuar a escrever. Eu pessoalmente adorei a história, e recomendo ela para vocês. Me ajudem a convecê-la a criar mais histórias sobre a Luna, por favor? Ela precisa!
Meu nome é Lua de
Sangue – O Começo
Escrito por: Harinara Carolina 'HCSBC'
Editado e Revisto por: Victório Anthony
Meu nome é
Luna Blue, fui transformada a menos de três meses. Estou muito confusa com o
que sinto, com o medo que tenho e de não poder controlar essa fera que está
dentro de mim. Por isso, peço um pouco de sua atenção, vou contar o começo de
tudo.
Gostaria de passado ou mal passado? É só me dar o nome e a
raça que eu mesmo vou caçá-lo. Não posso perder mais tempo nenhum...
Talvez seja preciso que eu escureça o sol. Melhor eu me
preparar!
Fico feliz em saber que continuam bem.
Não esconda com segredos o teu desejo, todo cuidado é pouco
quando uma mulher deseja algo...
Faltam duas semanas para a temporada de chuva acabar,
adoraria a sua visita aqui, mas pelo visto necessita muito do chip. Minha caça
esta saindo de Portugal. Até parece que ele quer jogar comigo. Pena ele não
saber que, quem brinca com fogo pode se queimar e tentar escapar de minhas mãos
pode ser doloroso.
Eu poderia fazer suas vontades e desejos se realizarem, mas
o chip nunca vai estar em outras mãos que não seja as minhas. Para ter as
informações que ele contém, terá que brincar com fogo e se queimar. O que para
você não é nenhum problema, não é?
Mas você esta com sorte, o que eu caço esta em direção ao Brasil
e veja só, em São Paulo! O que está havendo aí para chamar a atenção da minha
caça?
Estou de volta e espero que você saiba que isso não vai ser
tão fácil.
Sabe o que eu quero!
Blood kisses.
Lady Morticia Naghtshade.
Obs.: e quanto ao Dri, não se preocupe, tenho algo para ele
que jamais irá recusar.
Esta foi a resposta a carta que enviei a Lady Morticia Naghtshade...
"São Paulo, capital, 14 de Novembro de 2012.
Vocês dois brigaram? Não quero
acreditar nisso, no entanto, deverias tomar conta dele...
Vejamos novamente o que
pesquisei, Minerva poderia ter se vendido para três demônias: A primeira delas
era a Lilith, a primeira mulher e primeira vampira de que se tem noticia. Suas
intenções comuns são de matar todos os homens e não incomum de matar algumas meninas.
Não acho que tenho sido ela... A segunda era Belial, mestre nos disfarces,
adora se vestir como um homem refinado negando sua própria feminilidade. Ela é
arrogante, consegue transar com qualquer um sem abrir seu coração e foi a
culpada por ter destruído duas importantes cidades antigas ao liberar os
instintos sexuais da população ao extremo. Também não acho que tenha sido
ela... Por fim, ao olhar a terceira possibilidade, encontrei Balbero, demônia e
bruxa das trevas, alguém que sabe cobrir o próprio rastro como ninguém.
Acredito que seja ela. Realmente acredito que seja ela. Além do vasto
conhecimento em bruxaria, uma das mais antigas bruxas de que se tem notícia, o
elemento estranho do Cristian teria muita utilidade em suas mãos, ampliando os
seus poderes e fortalecendo as suas forças no inferno e no baixo inferno. Se eu
estiver certo, e espero que não esteja, elas vão te atacar onde mais dói...
Balbero,
como demônia e a mais poderosa bruxa das trevas, não gosta de homens tanto
quando as outras duas demônias. Ela sabe encantar homens e mulheres apenas com fragrâncias.
Ela se aproveitará que Lord Dri está sozinho e o enfeitiçará, fazendo com que
pensa que ela é você! Se ele estiver sozinho, ela usará a sua influência sobre
ele para te forçar a ir aonde ela quer...
Se mesmo
assim não for motivo o bastante, dê seu preço. Pago em ouro ou em lágrimas. Eu
não deveria oferecer o que tenho de mais precioso, a lágrima de dragão, mas dou
lhe o que for preciso! Aviso-lhe, a lágrima de dragão é carregada de vida,
podendo ressuscitar pessoas. Vampiros, como mortos-vivos, não devem usar seus
poderes pois deixariam de estar mortos. Como efeito colateral, jamais poderão
voltar a serem mortos-vivos, isso está além de meu contrato...
Eu preciso
do chip Morticia, por favor, prometo devolver-lhe assim que terminar de
rastrear Minerva e Balbero, não demorará mais que algumas horas. Você ficará
admirada com o que eu vou fazer! Irei até o inferno se for preciso!"
Atenciosamente, Victório Anthony IX.
PS: Também adoro dias de chuva...
P!ink - Try
"Onde há desejo haverá uma chama
Onde há uma chama alguém é obrigado a se queimar
Mas só porque queima não significa que você vai morrer
Você tem que levantar-se e tentar, tentar, tentar..."
Morticia Naghtshade me enviou esta carta em resposta a Devil's Drink 34
"Leiria Monte Real, 12 de novembro de 2012.
Querido Victorio
Anthony, não tenho boas noticias para sua caçada. Estou em uma missão em Monte Real
no litoral de Portugal e não tenho previsão para voltar ao Brasil.
Aqui esta tão frio, é
época de chuva gosto desse lugar principalmente nessa época onde ocorre um
fenômeno muito curioso, quarenta dias chuvosos. Só de falar arrepia a minha
pele. Mas a chuva já esta em seu curso final e logo só haverá o frio e as
nuvens a cobrir o céu, deveria visitar Monte Real algum dia.
Sei que Minerva
escapou das mãos do líder dos lobos, ouvi dizer que ele não teve um fim muito
agradável, mas isso não pertence mais aos meus interesses. Ouvi disser que
conseguiram um filho de origem pura de Minerva e ele estava com você, espero
que você não tenha se apegado a ele, esse seu coração draconiano ainda sente um
sentimento tão puro, tão humano. De qualquer forma, sei que pode lidar com essa
situação. E espero obter mais noticias.
O chip deve te ajudar,
pois ele tem a localização de todos os Lobos, Demônios e outros seres
sobrenaturais. No entanto não será tão fácil tê-lo em suas mãos, o guardo há
muito tempo e não deixo que ninguém chegue até ele, é uma arma muito perigosa e
sem duvida ira atrair mais seres sobrenaturais, quero algo em troca já que o
meu pescoço é o que vai entrar na jogada. Eis um grande amigo, mas todo cuidado
e pouco. Estou fora de encrencas com o conselho e vários outros grupos que
querem meus poderes e outros atrativos dos quais você conhece muito bem. Ops! Esqueci
que você ainda não os conhece, mas no fundo você os deseja.
Quanto aos meus
poderes, não se preocupe, estou ciente do perigo que corro, mas não será nem a
primeira, nem a ultima vez que vejo alguém atrás de meus poderes.
Temos assuntos a
resolver querido e espero uma carta resposta.
Blood
kisses.
Lady
Morticia Naghtshade.
Obs.: talvez eu volte, mas isso vai depender de Dri, ele tem
que pedir a minha volta."
– Você não
pode fazer isso! – gritei para o líder do clã de lobisomens da cidade de São
Paulo.
– Por
favor, entenda, ele agora é o membro mais precioso de nossa matilha...
– Ele ainda
não está pronto! – fumaça saía de minha cabeça. – Ele ainda é muito jovem! Eu
cuido dele praticamente desde o nascimento, deixe que ele fique até ter idade
suficiente.
Olhei para
Cris, ele estava olhando o fogo da lareira. Respirei fundo, tentando me conter
para não criar problemas.
– Se for o
caso, eu cuidarei dele o tempo todo que ele estiver com vocês...
–
Victório...
– O Cris é
importante pra mim e ele não se desenvolveu como uma criança capaz. Ele poderia
ser morto por qualquer um que consiga ultrapassar seus poderes gélidos.
– Se assim
deseja...
Conversamos
mais um pouco. Ficara decido que Cris deveria ser levado à Europa e ser
mostrado aos outros líderes dos lobisomens para demonstrar que o DNA original
da matriarca Minerva ainda estava seguro. Fui até Cristian, ele me olhou e eu
me agachei para ficar na altura de seus olhos:
– Cris, nós
vamos viajar! – sorrir para ele, apesar de me sentir incrivelmente triste,
sentindo que algo poderia dar errado.
– Cris!
Cadê você! – o menino adora se esconder. – Apareça! Tenho que colocar a sua
roupa! – principalmente depois do banho.
Os dias que
comecei a ficar cuidando de Cristian, filho de Minerva e reencarnação de um
lobisomem albino do clã nórdico, têm sido muito movimentados.
– Menino!
Apareça! Já estou cansado de te procurar!
Minha casa
no Brasil é um pouco grande. Na verdade, nem é uma casa, está mais para uma
caverna escondida no meio da mata atlântica da cidade de São Paulo – um dos
poucos locais que ainda se mantém integrados à natureza naquela região urbana.
O local é uma reserva de área verde e não preciso me preocupar tanto com
intrusos humanos. Quem quiser me encontrar basta chamar o meu nome e, se eu
estiver disponível, atenderei ao chamado. Alguns bruxos e seres sobrenaturais
me conhecem, já ouviram falar do meu nome. Obviamente só de relance, não quero
ser encontrado por quem não merece. Meu sangue é precioso, meus poderes mágicos
estão além da expectativa e ainda posso me transformar gradativamente em
dragão. Este sou eu, Victório Anthony, um draconiano que tem muito mais a
demonstrar do que aparenta. E agora eu estou cuidando de uma pequena criança:
– Você tem
certeza disso?! – eu já estava quase gritando.
– Tenho!
Victório, você não confia em mim? – a bruxinha (ela tinha uma aparência
estudantil que escondia a idade) insistia no que falava.
– Comece de
novo... Não consegui entender direito... – eu estava aturdido com as palavras
dela.
– Vou
tentar explicar direito... – ela pigarreou, tomou uma dose da garrafa que eu
havia trazido e continuou. – O garoto que você está procurando foi levado por
demônios para um centro satânico. Seus poderes são cobiçados por diversos seres
sobrenaturais depois que todos souberam que foi você quem encarnou aquela
criança...
– Quem
poderia ter dito uma coisa dessas! Somente eu e o tio San sabemos disso!
– Se
acalme! Aparentemente eles prezam pelo bem estar da criança e ela sobreviveu...
– O que
aconteceu?
– O lugar
em que a criança ia ser sacrificada foi tomado pelo frio e todos os que estavam
no local morreram congelados... – olhava para ela com olhar inquisidor. – Juro
que é verdade! Fui até o local fazer uma projeção astral para um trabalho em
que fui contratada e banir as energias maléficas. Foi quando vi a criança...
Nunca vi uma aura tão fria!
– Fale! O
que aconteceu a ela?!
– Se
acalme! Já está saindo fumaça da sua cabeça!
–
Desculpe... É um mal de família...
– Bem,
depois vi um ser de luz levando a criança para um orfanato de freiras...
– Sabe o
endereço?
– Sim...
Depois que soube que você procurava por um ser como o que descrevi fui checar o
local exato em que o bebê estava. Tome, este é o endereço...
– E o
‘porém’?
– Como?
– O
‘porém’! Sua cara me diz que você tem medo de ir lá... O que aconteceu?
– Ah! Como
eu te disse, vários seres sobrenaturais querem o poder daquele bebê. Mas não
conseguem chegar perto por ser um local santo impregnado de energia protetora e
pacífica. Eles não conseguem entrar e ficam fazendo tocaia para pegar a criança
quando ela sair de lá...
– Eles te
perseguiram?
– Sim... –
a bruxinha tremeu sentindo calafrios. – Se eu não estivesse de vassoura a
postos para voar eu seria partida em duas!
Um mundo
urbano. Prédios e edifícios por todos os lados. Pontes, dezenas de pontes,
pontes por todos os lados e nenhum rio transbordando, umedecendo ou poluindo a
paisagem, apenas prédios, edifícios e pontes. Não havia praças, não havia
árvores, não havia plantas. Não havia animais, não havia insetos, apenas
humanos viviam ali, naquele mundo cinza, triste e tenebroso.
Nos
entremeios da Cidade das Pontes, reinava a lei de ninguém. Assassinatos
cometidos com crueldade e obsessão eram frequentes e nenhuma autoridade sabia o
que fazer para acabar com as mortes. Eram cinco níveis distintos, que separavam
a parte baixa da mais alta e não incomum era encontrar alguns trechos em que as
ligações se tornavam um verdadeiro labirinto de seis níveis ou mais. Por causa
desse emaranhado confuso para os próprios habitantes, tornava-se difícil pegar
o serial killer que atormentava os inúteis cidadãos. Você poderia ser morto a
qualquer momento, a qualquer hora, sob qualquer ponte ou acima dela. Não havia
assinatura, eram apenas mortes culminadas em hábeis destrinchamentos
cirúrgicos. Eram homens, mulheres, idosos e crianças... Seu apetite era tanto
que fazia cerca de três vítimas por mês, uma a cada dez dias.
Bem vindo, Antônio Dayrell. Entre e sirva-se!
Com o término da história, "Uma Vampira na Cidade" de Adriano Siqueira e Stefany Albuquerque, inevitavelmente eu, que estava ávido por todo o desenvolvimento da história, não tinha como não escrever mais uma pontinha da história. Só espero que não fique por isso mesmo, eu quero mais, mais...
Devil’s Drink 31 –
Marcada...
Depois de
vários meses procurando, meu informante no Brasil me enviou uma mensagem para
encontrá-lo numa pequena cidade do interior. Fui até o local na hora marcada:
– Encontrou
o que eu queria? – perguntei.
– Sim. Ela está
presa em um laboratório para gerar um filho e não saíra de lá até que ele venha
ao mundo. Além disso, ela está muito machucada, há um bom tempo que foi marcada
por forças demoníacas e as feridas custam a sarar, reabrindo de vez em
quando...
– E então?
– Suas
suspeitas estavam certas...
– Ótimo!
Pensei que nosso último encontro tivesse sido um problema, mas vejo que saiu
tudo do jeito certo. O tio San vai adorar saber disso! Obrigado por tudo...
– Não está
se esquecendo de nada?
– Calma, já
estou pegando! Já estou pegando! – tirei do bolso um pergaminho com poderes
mágicos e entreguei a ele. – Faça bom proveito!
Este drinque é especialmente preparado para Adriano Siqueira, escritor que muito tem me inspirado com suas mulheres poderosas e fantásticas. A história por sua vez foi preparada com base no conto "Mentiras são flores no jardim do mal", o primeiro conto do Adriano que eu li. Além disso, foi inspirado na música da Christina Aguilera "Your Body", confira o clipe e a letra traduzida no final post.
ATENÇÃO: ESTE NÃO É UM CONTO PARA CRIANÇAS, RECOMENDADO PARA MAIORES DE 18 ANOS!!!
Devil’s Drink 29 –
Mentiras...
“Ela é tão
linda...”, eu não parava de pensar nisso. Seu jeito é tão decidido, seu riso é
tão meigo, sua boca é tão sensual. Eu não resisto! Eu tenho que tê-la em meus
braços. O celular toca, a música era do recebimento de mensagens. Aperto os
botões e leio algo que me deu ideias: “Amorzinho, venha até a minha casa, a
porta estará aberta e eu estarei nua com aquilo quente só pra você. Venha
logo.” Minhas pernas tremeram, estava muito excitado para ver minha lolita,
minha doce lolita! Mal podia acreditar que ela me enviara uma mensagem tão
safada! Eu a quero de um jeito ou de outro e hoje eu a terei!